segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Conclusão:

Ciência e caridade.
Pablo Picasso, 1897.
Museu Picasso, Barcelona.
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A forma de abordagem afasta profissional médico do posicionamento humanizado que a profissão deve exigir e a maioria dos artigos da área é direcionada apenas à enfermagem denotando que o cuidado é delegado sem averiguar se existem condições estruturais e psíquicas de fornecê-lo. 
 Ensinar o cuidador a planejar seu trabalho para diminuir a sobrecarga sobre o mesmo, deve ser o aspecto mais imediato dos encontros, afinal o cuidador tem o direito de receber ajuda de toda a família, tem direito a descansar, de tirar férias, de receber afeto e carinho, consideração e respeito por aquilo que faz, tem direito de cuidar de seus próprios problemas.  
 Estabelecer com o círculo familiar algumas orientações, propondo medidas de alívio, dentre elas que a tarefa de cuidar não pode ser só de uma pessoa, mas todos os familiares devem se esforçar para ajudar e amenizar a carga e o stresse deste indivíduo; Todos os familiares devem tomar conhecimento da doença que estão lidando. 
  A família, em conjunto, deve planejar o cuidado, com tarefas, horários e contribuições inclusive, financeiras. A doença crônica, em geral, é uma doença de alto custo, com gastos elevados com itens como: remédios, fraldas descartáveis, plano de saúde, cuidadores profissionais para ajudar no banho, no curativo, dar medicações, para dormir, entre outros.
 O auxílio com psicoterapia em grupo para o “paciente oculto”, tende a ser muito valioso se efetivado. Reuniões são bastante educativas, e mostram ao “paciente oculto” que não está lutando sozinho, além de atender algumas demandas singulares.
 Informar sobre a existência, bem como sobre a afiliação em organizações que se preocupam exclusivamente com doenças específicas fornecem uma série de subsídios para o cuidado efetivo. 31
 Enfim, a qualidade de vida do cuidador é o fato que o retira da condição de paciente oculto, e é primordial para a qualidade de vida do portador de doença crônica que é será por ele cuidado.
 Atualmente no Brasil32, crescem em importância os estudos sobre cuidados domiciliários à saúde de pessoas com perdas funcionais e dependência e seus cuidadores, em razão das transições demográfica e epidemiológica do país.
 Políticas públicas efetivas, destinadas a oferecer uma rede de serviços de suporte às famílias de pessoas com perdas funcionais e dependência, são primordiais para a diminuição da sobrecarga do cuidador e conseqüente melhora da sua qualidade de vida e de seus familiares. 
 A filosofia de apoiar os cuidadores, disponibilizando-lhes informação, dando-lhes a oportunidade de partilhar experiências e emoções, e ajudando-os a encontrar alternativas para lidar com os seus problemas deve ser implantada e não é algo tão complexo e utópico. 
 Com os grupos, não se pretende oferecer soluções para todos os problemas e preocupações, mas sim ajudar os cuidadores a encontrarem soluções para si e evitar que os cuidadores sejam reduzidos ao mero conceito de paciente oculto.  
 Nesta linha, o trabalho de grupo com cuidadores é olhado como um processo de reflexão sobre a prestação de cuidados, ampliação de competências, desenvolvimento de autonomia e poder. 
 Daí a importância de envolver ativamente os membros no planejamento e no desenvolvimento do seu próprio grupo, e em exercitar as suas aptidões práticas.
  O grupo cria próprio um ambiente protetor, em que os membros encontram compreensão, confiança e contactos sociais, que vão depois promover o desenvolvimento interior e interpessoal. 
 Apenas por intermédio de psicoterapia o “paciente oculto” deixará de sê-lo para se transformar em um paciente saudável percebendo que também tem direito de receber cuidados, que deve haver participação e ajuda dos familiares, no cuidados do dependente. Tendo como direito a ajuda da sociedade para suas mazelas psíquicas, afinal um cuidador também pode ficar triste e ter seus momentos.
 Cuidar de alguém não pode ser baseado no estímulo gerado apenas por culpas. O trabalho mesmo que no âmbito doméstico deve ser respeitado. O trabalho deve ser reconhecido. Mesmo cuidando de outras pessoas, deve-se preservar a individualidade, os interesses pessoais e as necessidades singulares do cuidador.
 Faz-se necessário conhecer a patologia que é cuidada, bem como treinamento ou instrução de como lidar com os problemas que surgem. O “paciente oculto” não é escravo e tem o direito de ser feliz.

Referências:

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31- Shiratori Kaneji, Costa Tadeu Lessa da, Formozo Gláucia Alexandre, Silva Simone de Aguiar da. Educação em saúde como estratégia para garantir a dignidade da pessoa humana. Rev. bras. enferm. [periódico na Internet]. 2004 Out [citado 2009 Ago 09] ; 57(5): 617-619. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672004000500021&lng=pt. doi: 10.1590/S0034-71672004000500021.

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Discussão:

A visita do médico.
Jan Steen, 1662.
Apsley House, Londres.
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Se o cuidador não está bem, existirão dois pacientes. Presume-se então, que um dos principais pilares do tratamento deva ser fornecer ao cuidador todas as condições possíveis e salubres, para melhor desempenhar seu trabalho.
Mediante a situação descrita, foi elaborado o modelo de intervenção a ser proposto para um profissional de saúde, se possível médico-psiquiatra que deve responder às diretrizes, modulando-as de acordo com a realidade do serviço. 
A duração sugerida é de um semestre, no fim do qual se fará um levantamento do rendimento e de possíveis incorporações de novas técnicas, buscando sempre responder as necessidades do grupo formado, de modo a fornecer um tratamento mais humano e mais eficiente ao “paciente oculto”.
 A periodicidade será de um encontro quinzenal, e as diretrizes de cada reunião devem perpassar pelos tópicos especificados.
 
Primeiro encontro: Conhecendo os membros
 Apresentação dos membros por meio de dinâmicas. 
 Fala livre breve sobre o histórico de cuidador (todos devem falar).
 Perspectivas ao entrar no grupo.
 Explicitação sobre a importância de marcar uma avaliação de saúde do mesmo e as explicações cabíveis de como efetuá-la em meio ao sistema público. O ideal seria que o médico coordenador do grupo efetuasse a consulta clínica de cada um dos “pacientes ocultos” de forma a orientá-lo quanto a sua própria saúde.

Segundo encontro: Levantamento da situação
Aplicação do questionário:
1- Tenho pouco tempo para mim?
2- Tenho ajuda de meus familiares?
3- Choro com freqüência?
4- Venho tendo problemas de saúde?
5- Eu sinto que não estou em boas condições de cuidar de um doente crônico? (especificar doença)
6- Eu passeio, viajo, visito pessoas?
7- Qual o lazer?
8- Quanto tempo dura?
9- Qual sua periodicidade?
10- Tenho evitado pessoas?
11- Qual a freqüência de sentimentos como o de frustração, tristeza, ou raiva?
12- Sinto-me culpado em relação a situação atual?
13- Entro em conflito com a pessoa de quem cuido?
14- Tenho me alimentado bem?
15- Tenho dormido bem?
16- O que espera dos encontros em grupos?
17- Faça um breve resumo sobre o que gosta de fazer.
18- Escreva quaisquer considerações que queira fazer.
 Discussão sobre o questionário e elaborações de metas a serem atingidas no grupo.

Terceiro encontro: Ensinar como lidar com o doente
 Mantenha tudo o mais normal possível:
 Não trate o doente como objeto. Respeite-o como pessoa e mantenha a sua rotina de vida a mais normal e coerente possível. Se gostarem de passear, de sair para jantar, ir ao cinema, passear na casa de parentes e amigos, continuem fazendo. O prazer em fazer e participar das coisas que gostamos é um dos melhores remédios para a saúde mental. Lembrar que lidar com crianças e animais de estimação tê-los em sua companhia, pode ter um valor terapêutico inestimável.
 Fazer levantamento das patologias que são cuidadas.
 Esse encontro objetiva reumanizar o cuidador desgastado, fazendo-o lembrar que o paciente é uma pessoa com as angustias intrínsecas à existência e ainda sob o sofrimento de uma patologia, explicar sobre o processo de infantilização.

Quarto encontro: Entendendo da doença
 Unir o grupo em duplas para que possam fazer levantamento das patologias e perspectivas das doenças das quais cuidam, e depois permitir que exposição da situação aos demais de forma dinâmica e criativa. Fornecer material bibliográfico que deve ser previamente levantado.

Quinto encontro: Elaboração de rotinas
 Unir o grupo em duplas para que possam fazer elaborar uma grade de horários para as atividades do doente, e outra grade com suas atividades de modo a organizar a rotina de ambos.

Sexto encontro: Estruturação do ambiente
  Levantar melhorias para o ambiente de forma a estabelecer uma casa mais segura, prática, simples e previsível possível. 
 Observar dicas como:
• O quarto pode ser arrumado para ajustar às suas necessidades, ser um local de extrema simplicidade e de boa orientação. Que seja um quarto fácil de localizar e conhecer, onde o doente identifique que é seu e goste dele.
• Neste quarto, deixe à mostra um quadro na parede onde ele possa pendurar suas chaves, seus óculos seu paletó. Uma gaveta onde possa guardar seus documentos e carteira, seus pertences e objetos pessoais.
• Tenha sempre pendurado na parede deste quarto: um relógio e um calendário grande, onde pode facilmente identificar-se no tempo. É sempre bom o cuidador repetir, todos os dias, a hora, o dia, o mês e o ano.
• Tenha horário para tudo. Para as refeições, para acordar e dormir, para o banho, para passear (tomar sol), para a televisão...
• Sinalize a casa, escreva em cartazes os nomes dos quartos, do banheiro, da sala, da cozinha. Deixe a luz do banheiro sempre acesa, para facilitar seu acesso. Seria muito apropriado se o quarto do fosse o mais perto do banheiro.
• Evite mudar as mobílias da casa de lugar, pinte sempre as paredes da casa, com suas cores antigas, evite reformas radicais.
• Coloque retratos dos familiares e amigos por toda a casa. Sempre que o cuidador lembrar, procure exercitar a memória e relembrem juntos os nomes dos retratos.

Sétimo encontro: Segurança é fundamental
 Problemas de memória e perdas de habilidade e coordenação motoras podem aumentar os riscos de acidentes em casa. As quedas, principalmente, podem tornar-se um problema sério. Ensinar a evitar tapetes soltos, móveis no meio do caminho, degraus escorregadios ou escadas sem corrimão. A casa deve ser bem iluminada e sinalizada, de trajetos simples (quarto-banheiro, sala-cozinha). Barras de apoio no box do banheiro e ao redor do vaso sanitário, podem facilitar o acesso ao banheiro e torná-lo mais seguro. Lembrar que quedas no banheiro, principalmente à noite, são muito freqüentes. Não deixar o paciente manusear tarefas perigosas e complicadas, como: fogão, água quente, gás de chuveiro, facas e tesouras, guardar coisas em locais altos e trocar lâmpadas. O cuidador deve fazer uma revisão em toda a casa, procurando causas potenciais de acidentes, tomando medidas para eliminá-las e reduzir preocupações futuras.

Oitavo encontro: Simplicidade em todas as coisas
 Instruir o cuidador de que: o paciente já possui uma mente confusa pela doença. Então, simplifique sua vida, pois tomar decisões corriqueiras ou executar tarefas simples pode ser fontes de insegurança e agitação. Simplifique: não ofereça muitas escolhas (ou isto ou aquilo!), fale frases claras e simples, não dê e nem peça muitas explicações. Se a tarefa é maior e complicada, vá por partes. Exemplo para dormir: mostre a hora no seu grande relógio, depois mostre o pijama ou camisola, faça-o vestir, depois o lembre de ir ao banheiro (urinar e higiene oral) e por fim mostre a cama e deite-o (um beijo de boa noite sempre é bom!).

Nono encontro: Senso de humor
 É fundamental em qualquer relacionamento, ainda mais com o pacientes com demência. Manter um clima pesado, carregado devido ao problema da doença, não ajuda em nada, pelo contrário, só piora a situação. A alegria e o riso ajudam a minimizar o trabalho árduo do cuidador e o stress do idoso. Explicar ao cuidador a diferença entre zombar e rir, e incentivar o riso com o paciente, principalmente das situações inesperadas e caóticas que acontecem.
 Propor um relato de casos onde todo o grupo participará e seguirá com sugestões para possíveis possibilidades. 

Décimo encontro: Fazendo o que se gosta
Atividade de lazer como um filme, ou mesmo uma dinâmica para interação e diversão dos membros como forma de reduzir tensões e stresse. 

Décimo primeiro encontro:
 Pedir a cada membro que coloque sua maior dificuldade em um papel e depois, propor que cada membro de uma sugestão de como pode ser transposta tal situação, efetuando sempre a orientação do grupo.

Décimo segundo encontro: Avaliação de resultados
 O grupo se unirá para levantar os resultados obtidos, bem como para avaliar e sugerir novos temas para novos encontros caso queira continuar.


Resultados:

Convalescente.
Luigi Nono, 1889.
Auction House Finarte, Milão.
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Devido à ocorrência gradativa de sintomas de ansiedade e depressão, muitos dos cuidadores acabam se tornando pacientes. Esse efeito, além de perverso sob o ponto de vista social, acaba por sobrecarregar o sistema público de saúde. 12
 No que tange a terminologia, um conceito que é avaliado e que tem sido relativizado sendo necessária sua conceituação é o de cuidador. 
 Alguns autores definem defendem que enquanto não houver um consenso quanto ao conceito de cuidador dever-se-á considerar o estado funcional do paciente, bem como o ente que executa as tarefas que necessitam de auxílio e envolvimento emocional. 13
De forma generalizada cada estudo adota seus critérios, sendo os mesmo os subjetivos para definir e aclarar o conceito de cuidador. E, por diversas vezes, o conceito de cuidador sequer ousa aparecer. 14,15
Segundo Draper e col, cuidadores são co-residentes que atuam no cuidado há mais de seis meses. 16 Para Hinrichsen e Niederehe cuidador é o membro da família que provia cuidados ao paciente. 17 O cuidador como principal responsável por coordenar e prover os recursos de que necessita o paciente se enquadram na conceituação de Coen e col. 18
Mediante a difícil situação de conceituação, há de se ressaltar o posicionamento de Dillehay e Sandys que explicita que a falta de uma conceituação organizada e definição precisa acabam por interferir nas pesquisas sobre o ato de cuidar. 19
Dentre os principais fatores de sobrecarga para as pessoas que cuidam de demência ou depressão e outras desordens crônicas destacam-se a questão financeira, as alterações de comportamento do doente e a percepção de que há uma relação de dependência.
 Entre os cuidadores, os principais fatores de sobrecarga são: a questão financeira20, alterações de comportamento do paciente e a "percepção de uma relação de dependência". 
 Quando há percepção da piora do quadro clínico com o tempo a sobrecarga do cuidador aumenta. Além disso, muitos dos cuidadores se queixam de dificuldades em manter as atividades cotidianas e apontam o surgimento de dúvidas, sobretudo a respeito dos cuidados necessários ao paciente. É descrito que quanto menor o nível de suporte social, maior a sobrecarga do cuidador. 21 
 Os principais cuidadores são familiares, que desconhecem a possibilidade de se cobrar políticas de apoio do Estado. 
 Muito tem se publicado sobre o assunto, mas se referindo ao cuidador, e não ao “paciente oculto” que por definição será, portanto, a pessoa que sofre o processo do adoecer decorrente do fornecimento de cuidados a outros pacientes. 
O distúrbio mais comum e verificável do paciente oculto é a depressão decorrente do sentimento de não dar conta das tarefas que devem ser realizadas, bem como de sua anulação perante a sociedade e perante a família, e com tal anulação em meio às inúmeras atividades, a falta de reconhecimento.
 O indivíduo luta, portanto contra as inúmeras tarefas, de uma “escravidão” servil que vai se instalando de forma imperceptível e gradativa22; Chegando mesmo se questionar por vezes o porquê de sua tristeza.  
 Considera-se, então, que a depressão pode prolongar-se por até anos, trazendo consigo uma modificação das perspectivas pessoais, acompanhada por transtornos do sono, apetite, peso, variações do humor e da libido, dentre outras patologias. O diagnostico ocorre em quadros avançados e de gravidade significativa. A depressão parece ser uma resposta afetiva ao fardo de ser um prestador de cuidados. 
 Além dos casos descritos em literatura, existem ainda outras manifestações clínicas23 que corroboram com a existência do paciente oculto, pode-se considerar casos de distúrbios de humor alta gravidade, culminando em violência doméstica; Patologias resultantes de desordens mecânicas, porque por inúmeras vezes, o cuidador tem que arrastar, carregar o portador da doença crônica de quem cuida. 24
 O distúrbio inicial e fundamental para o qual a classe médica deve se voltar são as parassonias, o paciente oculto tem nelas o primeiro sinal de alarme de sobrecarga, e a partir daí, tudo vai se agravando em um efeito cascata.
 Cansaço é uma das queixas mais freqüentes dos que procuram os clínicos gerais. A tendência dos médicos nesses casos é atribuir a queixa às atribulações da vida moderna: noites mal dormidas, alimentação inadequada, falta de atividade física, problemas psicológicos, ou mera falta de vontade de trabalhar. Deve-se, portanto averiguar com a devida atenção o item ocupação da entrevista clínica, pois é aí que o paciente oculto aparecerá. A maioria desses pacientes sente-se muito mal, excessivamente cansados, incapazes de concentrar-se no trabalho e executar as tarefas diárias.
 Os cuidadores descuidam ou abandonam os atendimentos25 que davam a outros familiares e podem abandonar ou descuidar dos cuidados pessoais como, ir ao cabeleireiro, alimentar-se, se vestir bem. Também se mostram desinteressados por atividades que, anteriormente, eram de seu interesse, como por exemplo, relação conjugal, atividades profissionais, amizades. Consome abruptamente café, fumo, álcool, ou ansiolíticos e hipnóticos.
 O envolvimento prolongado na atividade de prover cuidados parece ter um efeito negativo sobre a saúde física e emocional do cuidador, embora, geralmente, ele assuma este papel com carinho. 26
 Diferentemente da experiência do cuidador parente de uma criança, que normalmente resulta na reabilitação, os cuidadores de pessoas debilitadas ou enfermas encaram uma situação estressante, em função da deterioração gradual do doente, sua eventual transferência para um tratamento institucional ou, lamentavelmente, a sua morte. 
 Estudos mostram problemas de sobrecarga do cuidador, altos índice de depressão, sintoma de estresse, bem como uso de psicotrópicos, redução no nível de imunidade e aumento da susceptibilidade a enfermidades27; Tanto homens e mulheres parecem ser afetados similarmente, embora as mulheres pareçam desenvolver mais estresse. Estes efeitos negativos parecem persistir em alguns até mesmo após a internação ou a morte do paciente.
 Tais manifestações de desgaste são causas evidentes e desencadeadoras do processo de adoecer do “paciente oculto”. Cabe salientar que há dois tipos de estresse: o físico e o emocional. A tensão cria contração na musculatura ou nos órgãos internos, que precisa produzir mais energia para o corpo levando o corpo à fadiga e exaustão. Então tentando tirar energia de onde não tem, só resta ao corpo, adoecer. A doença pode ser leve como gripes e resfriados ou doenças graves como úlceras, pressão alta, problemas cardíacos e muitos outros.
 O termo afetividade é utilizado para designar a suscetibilidade que o ser humano experimenta perante determinadas alterações que acontecem no mundo exterior ou em si próprio28. O que faz com que a afetividade se relacione intimamente com a temática do pacienete oculto, que diante da função de cuidador sobrecarregado, tem sua afetividade abalada.
 Nos casos em que a afetividade do sujeito é alterada, alteram-se também suas funções e conseqüentemente as funções da consciência que são: 
 1. Habilidade para discriminar, categorizar e reagir aos estímulos do ambiente; 
 2. Integração da informação por um sistema cognitivo; 
 3. Comunicação dos estados da mente; 
 4. Habilidade de um sistema para acessar seus próprios estados internos; 
 5. Capacidade de atribuir um foco de atenção; 
 6. Controle deliberado do comportamento; 
 7. Diferença entre o estado de vigília e o de sono.
 A proposição de resgatar o afeto parece rica, instigante e de uma atualidade extremamente necessária, pois uma temática desta natureza remete a um conjunto de questões que têm como pano de fundo, a gradual perda da condição amorosa e, de uma das condições fundamentais de humanização29. Etimologicamente, a palavra resgate tanto significa recuperar, salvar e reanimar quanto conservar defender, preservar e proteger. Só o saudável pode cuidar da saúde de outrem. Só o que recebeu afeto de algum modo pode doá-lo. Só por meio do reencontro das relações afetivas perdidas pode-se reencontrar também a saúde30.
 Os problemas mais comuns para os quais se deve atentar como critérios abordados durante a entrevista clínica para encontrar o “paciente oculto”, são tabelados.
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Doenças mais comuns em que em que o cuidador torna-se o paciente oculto
1- Demência
2- Neoplasias
3- Fraturas significativas (cabeça de fêmur)
4- Enfermidades psiquiátricas
5- Doenças neuro-degenerativas de todas as ordens
6- Esclerose amiotrófica lateral
7- Doenças auto-imunes
8- Pacientes após avc
9- Pacientes idosos
10- Pacientes terminais

 
Principais sintomas apresentados pelo paciente oculto
1- Psiquiátrico: depressões e parassonias
2- Neurológico: cefaléia
3- Digestivo: epigastralgia, diarréia, acidez
4- Respiratório: infecções
5- Cardiovascular: palpitações
6- Cardiovascular: hipertensão
7- Hemolinfopoético: anemia
8- Endócrino: diabete e deslipidemias
9- Imunológico: infecções cutâneas
10- Muscular e esquelético: artralgias, mialgias, cervicalgias, dorsalgias
11- Gerais: astenia e transtornos sexuais


Queixas mais comuns
1- Ansiedade
2- Cansaço
3- Transtorno do sono
4- Depressão
5- Irritabilidade
6- Medo de doenças
7- Sensação de culpa
8- Volições agressivas
9- Fadiga
10- Astenia

Problemas familiares resultantes mais comuns
1- Rechaço familiar
2- Isolamento
3- Divórcio
4- Solidão
5- Falta de tempo para lazer









Método:

Salvador Dali
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Foi realizada uma consulta aos sistemas Scielo e Medline com levantamento das principais publicações acerca da temática do cuidador. A grande maioria das publicações trata do cuidador enquanto profissional de saúde, especialmente na área de enfermagem, mas poucos se referem ao cuidador familiar ou adotam diretrizes de atuação voltadas aos cuidadores.
 Mediante aos resultados encontrados efetuou-se a elaboração de diretrizes para orientar a abordagem ao cuidador objetivando melhoria na qualidade de vida do cuidador familiar e do paciente propriamente dito. 



Introdução

Criança enferma.
Gabriel Mitsu, 1660.
Rijksmuseum, Amsterdam. 
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É sabido, que prestar assistência a entes familiares com patologias crônicas ou mesmo dependências é desgastante1, e pode alterar a saúde dos cuidadores, que sofrem, mais freqüentemente do que as outras pessoas da sua idade2, de depressão, ou de outras perturbações emocionais, tais como ansiedade, luto, culpa, auto-acusação, ou perturbações psicossomáticas3. 
 O número de doenças crônicas sofreu igualmente um aumento junto dos cuidadores4, por causa das exigências de ordem física, tais como a perda de sono, que podem modificar o estado da sua saúde. Assim, a vida social dos cuidadores fica condicionada, e muitos deles sentem-se isolados e sós. 
 O acúmulo do desgaste mental, físico e social, pode queimar os seus recursos, e alterar seriamente a qualidade de vida do cuidador, e conseqüentemente o bem-estar da pessoa com doença.
 Um familiar que cuide de paciente portando uma doença crônica como demência, por exemplo, pode se tornar mental e fisicamente enfermo ao dedicar totalmente, e o que é pior, cuidar sozinho e sem ajuda de outrem.
 O cuidador assume, na maioria das vezes, um papel que lhe foi imposto pela circunstância, e não por escolha própria; apesar de, no início, também achar que esta missão naturalmente seja sua.5 O que acontece é que o cuidador familiar não tem noção do que lhe espera, não tem noção do quanto será exigido.6
 Se houver uma estrutura familiar favorável, ou seja, familiares dispostos a tomarem o papel de cuidadores, melhor para todos. Se, no entanto, pouco ou somente um assumir o cuidado, todos, inclusive e principalmente paciente e cuidador sairão prejudicados. 7
 Quem mais assume o papel de cuidador são as mulheres: a esposa, a filha, a irmã, a sobrinha, a cuidadora profissional, a enfermeira... 8
 Na grande maioria das vezes, recai sobre um membro da família que já mora com o portador de doença crônica9, mesmo porque, as patologias crônicas vão se instalando e se agravando de forma gradativa e a necessidade de cuidados vai sendo intensificada dia-a-dia.
 A maioria dos tratamentos para as doenças crônicas são os cuidados paliativos de conforto, ajuda e atenção, os maiores alvos de bem-estar do paciente, já que a cronicidade de doenças degenerativas implica em não existência de cura, o que indica que a necessidade de cuidados é constante e sem fim. 10
 Assim, se o cuidador não se encontra em boas condições, devido ao desgaste intenso que a tarefa de cuidar exige, posteriormente fica com a saúde e com a psique abaladas.
Reforçando estas considerações, certos estudos sugerem que alguns cuidadores apresentam níveis elevados de: stress, ansiedade, hostilidade, sintomas obsessivo-compulsivos e histeria. 11



DIRETRIZES DE APOIO AO PACIENTE OCULTO

"Directions to the support for the occult patient"
REIS, Mayra L. de A. Reis;
REIS, Cristina Maria L. de A..
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O médico e a boneca.
Norman Rockwell, 1929.
Norman R. Museum,
Stockbridge, U.S.A.
Resumo:

Diversas publicações indicam que os cuidadores de pacientes crônicos sofrem de diversas patologias que se instalam devido ao trabalho que o cuidado despende. Inúmeros artigos tratam da temática da sobrecarga a que cuidadores profissionais são submetidos, mas, poucos se referem ao cuidador domiciliar que é pelo presente artigo denominado e conceituado: “paciente oculto”.
De acordo com os sistemas de saúde vigentes, até o presente momento, não existe abordagem específica para o “paciente oculto”, sendo ausentes sistematização e assistência a eles direcionada. As diretrizes propostas são normas que orientam como deve ser efetuada a intervenção do profissional de modo a oferecer suporte efetuando a diminuição da sobrecarga do cuidador e conseqüente melhora de sua qualidade de vida.

Palavras-chave:

Paciente-oculto, cuidador, diretrizes.


Abstract:

Several publications indicate that care attendants of chronic patients suffer many kinds of diseases due to the effort required. Many articles are related to the overload that professional care attendants) are underwent, however, just a few are related to de homecare attendant which is called, by this present article, (occult patient).
According to the functional health systems, until now, there is no specific written subject to the occult patient, what makes it away from the organization and from the help directed to them. The recommended directions are rules that indicates how the professional´s intervention has to be done and offering support to the care attendant´s overload and ,in the same time, an improve of their lives´ quality.

Key Words:

Occult patient, care attendant, directions