"Prefiro a poesia.Um risco, um rabisco.
E, depois disso, a eternidade.”
Leonardo Da Vinci
Medalha conferida a Mayra Lopes de Almeida Reis em 2011
Carlos da Silva Lacaz nasceu em Guaratinguetá, antiga cidade do vale do rio Paraíba, no estado de São Paulo, aos 19 dias de setembro de 1915. Após completar os estudos primários e secundários em sua cidade natal, onde foi aluno de seu pai Rogério, mudou-se para a capital do estado, onde ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Essa escola, criada em 1912 pelo Conselheiro Francisco de Paula Rodrigues Alves e que teve como primeiro diretor o Dr. Arnaldo Augusto Vieira de Carvalho, é atualmente a maior do país na sua área. Seu prédio próprio, levantado com ajuda da Fundação Rockefeller, fora inaugurado em 1931. A Universidade de São Paulo foi criada em 1934, ano do ingresso de Lacaz.
Formou-se em 1940, sendo premiado como o primeiro aluno da classe. Ingressou no corpo docente da Faculdade de Medicina como professor assistente de Microbiologia e Imunologia em 1941, recebendo o título de doutor em 1945 e tornando-se o catedrático em 1953, com a idade de 37 anos. Foi vice-diretor (1963-1970 e 1978-1982) e diretor (1974-1978) da Faculdade de Medicina, diretor da Escola de Enfermagem (1979-1983) e vice-reitor da Universidade de São Paulo.
O primeiro prédio do complexo hospitalar próprio da Faculdade de Medicina, o Instituto Central do Hospital das Clínicas, que substituiria a antiga Santa Casa da Misericórdia de São Paulo para fins de ensino, foi inaugurado em 1944. Vários outros institutos especializados foram construídos posteriormente.
O Instituto de Medicina Tropical de São Paulo foi criado por ele em 1959, tendo seu primeiro prédio próprio sido inaugurado no ano seguinte. Foi diretor até 1985, quando aposentou-se ao completar 70 anos de idade. Em 2001, a equipe médica nomeou-o "Instituto de Medicina Tropical de São Paulo Carlos da Silva Lacaz". A Revista do Instituto de Medicina Tropical tem sido publicada bimestralmente desde 1959. O Instituto mantém um curso em medicina tropical, oferecido anualmente desde sua fundação. Durante os 26 anos em que Lacaz foi diretor, 573 médicos o completaram, sendo que 157 procederam de outros países.
Entre diversos prêmios, Lacaz recebeu o Rhoda Benham da Medical Mycological Society of the Americas, em 1977, e o Lucile K. Georg da International Society for Human and Medical Mycology, em 1988. Tabordas e McGinnis identificaram um novo gênero de fungos e nomearam o agente etiológico da doença de Jorge Lobo Lacazia loboi, em 1999. O Museu Histórico da Faculdade de Medicina foi aberto em 1977, Lacaz tendo sido escolhido como seu diretor. Em 1993, a congregação da faculdade o nomeou "Museu Histórico Prof. Carlos da Silva Lacaz."
A Sociedade Brasileira de História da Medicina (SBHM) foi fundada em 1997, Sendo Lacaz eleito seu primeiro presidente (1997-2001).
Lacaz publicou cerca de 500 trabalhos científicos, cinqüenta livros e 1500 artigos para um jornal diário de grande circulação, a Folha de São Paulo. Desde suas palestras e escritos iniciais, tem ressaltado os valores humanos, particularmente na área médica. Consagrado pesquisador, educador, tropicologista e historiador, um gigante da Medicina Brasileira, é também o consolidador do movimento médico humanista no país.
O Prof. Lacaz, que sempre manteve a plenitude de sua capacidade cognitiva, faleceu em 23 de abril de 2002.
O livro "Lacaz, Ciência e Humanismo na Casa de Arnaldo" de autoria de Henrique Seiji Ivamoto, Lemos Editorial, 2003, traz sua biografia, depoimentos e testemunhos sobre ele.
A Sociedade Brasileira de História da Medicina objetivando incentivar a pesquisa e a criatividade acadêmicas, bem como, favorecer a melhor compreensão da História da Medicina e de seu papel na humanização do médico, lançou em 2006, com grande sucesso o “Prêmio Carlos da Silva Lacaz de Monografias sobre História da Medicina” contemplando não somente acadêmicos de medicina, mas também as Faculdades às quais os mesmos pertencem.
O prêmio no ano de 2011 foi entregue na Solenidade de Abertura do XVI Congresso Brasileiro de História da Medicina em 10 de novembro.
O segundo lugar do prêmio foi conferido à monografia “Aspectos históricos do impacto das necrópoles na saúde” de autoria de Mayra Lopes de Almeida Reis sob orientação do Dr. Lybio Martire Junior, professor das disciplinas de técnica cirúrgica, cirurgia plástica e história da medicina da Faculdade de Medicina de Itajubá.
Tais incentivos são de suma importância para que o ser humano volte o seu olhar para clarear ainda mais a compreensão humana. Nas palavras de Leonardo Da Vinci: “O amor é filho da compreensão; o amor é tanto mais veemente, quanto mais a compreensão é exata.”