sábado, 12 de maio de 2012

Prática 02

P2- IDENTIFICAÇÃO DE CÉLULAS
 CONCEITOS DE BASOFILIA E ACIDOFILIA
 INTERPRETAÇÃO DE CORTES HISTOLÓGICOS

Embora existam cerca de 200 tipos de células no organismo, uma grande variedade delas tende a assumir um formato arredondado ou cúbico, com núcleos únicos e de posição central. Algumas das várias exceções são:
·                    Célula muscular estriada: é cilíndrica e tem vários núcleos na posição periférica
·                    Neutrófilo: tem núcleo lobulado (3 a 5 lóbulos)
·                    Célula adiposa: é arredondada e tem um núcleo deslocado para a periferia devido ao grande acúmulo de lipídios no citoplasma.

[as lâminas que você vai utilizar são identificadas pela letra “L” seguida de um número (L-1, L-2, etc.)]
Ex.: L-21: corte de fígado (hematoxilina e eosina)

As células do fígado (hepatócitos) dispõe-se lado a lado de modo a formar uma rede de cordões anastomosados entre si e intercalados por espaços onde circula o sangue (figura 2). Focalize o corte com menor aumento, passe apara o aumento médio e tente identificar os cordões de hepatócitos. Usando o maior aumento identifique as características dos hepatócitos:
- os limites celulares são pouco visíveis por que a membrana plasmática não se cora. Eles aparecem como uma linha tênue, rosa - claro.
- os núcleos são centrais, de cor púrpura (roxo escuro). Esta característica é denominada BASOFILIA, porque a hematoxilina, um corante de cor roxo azulado, tem caráter básico.
- em torno do núcleo pode-se notar a cor rosa do citoplasma que é dito ACIDÓFILO (ou eosinófilo), por que, tendo proteínas com radicais básicos terá afinidade pela eosina, um corante vermelho que tem um caráter ácido.

Esta regra: núcleos/basofilia, citoplasma/acidofilia, aplica-se a quase todas as células, embora haja muitas exceções, principalmente em relação ao citoplasma. Por exemplo, as células que sintetizam polissacarídeos têm citoplasma bem corado.
O conceito de basofilia e acidofilia pode ser aplicado também às estruturas extracelulares como as fibras do tecido conjuntivo, substância intercelular, matriz óssea, cartilaginosa, etc. Deve-se ter em mente que estas características aplicam-se apenas aos cortes corados pela hematoxilina e eosina (HE).

INTERPRETAÇÃO DOS CORTES HISTOLÓGICOS:

A interpretação dos cortes que foram processados para a obtenção de um preparado permanente (a lâmina que você examina), dependerá do tipo de órgão (sólido ou oco), de sua constituição microscópica e do tipo de corte que foi feito no fragmento utilizado.

De um modo geral os órgãos sólidos apresentam uma arquitetural, tal que em qualquer plano de corte é possível identificar todas as suas estruturas. Há algumas exceções, como o rim, a supra-renal, a hipófise e outras, cuja arquitetura se divide em regiões distintas.

Os órgãos ocos, por sua vez, são, em geral, estruturas tubulares e apresentam uma cavidade (luz ou lúmen), de modo que o corte pode ser orientado de forma paralela à luz (corte longitudinal) ou perpendicular a ela (corte transversal). Há ainda a possibilidade do corte ser obliquamente em relação à luz.
Obs.: Cortes transversais de órgãos ocos tubulares muito grandes, como o esôfago, não caberiam numa lâmina. Neste caso corta-se um fragmento de sua parede.

Microscopicamente as coisas funcionam de mesma forma. Assim teremos estruturas ocas como ductos de glândulas e vasos sangüíneos que poderão ser cortados longitudinalmente, transversalmente e obliquamente.

Com relação a célula pode-se usar o mesmo raciocínio feito para os órgãos sólidos, já que uma célula, na maioria dos casos, tende a ter uma forma arredondada com núcleo central, certo? Bem, é preciso lembrar que os cortes são muito finos, portanto, uma célula poderá ser cortada em vários pontos de sua espessura. Comparando uma célula com um ovo cozido, cortado em vários pontos diferentes, teremos imagens e interpretações diferentes.


L -01 Intestino Grosso (HE)

Este é um exemplo de órgão oco, do qual foi cortado um fragmento da parede. Para identificar a luz neste corte você deverá procurar, em pequeno aumento, a região da mucosa de revestimento, que tem uma tonalidade mais escura (no sentido de mais arroxeada).
Agora procure identificar as glândulas que fazem parte da mesma. Elas são estruturas tubulares, geralmente retas, mas preste atenção, por que nem sempre o corte foi feito paralelamente a elas. Em outras palavras vai ver cortes longitudinais e transversais (ou oblíquos) das glândulas. Você há de perguntar por que isso, se as glândulas são retilíneas. É por que, ao se incluir o corte em parafina, como o tecido é mole, ele não fica totalmente uniforme em relação à superfície de corte do micrótomo, entendeu? 



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