sábado, 10 de outubro de 2009

Aconteceu: Simpósio de "Humanização nas Malformações"

"Cada pessoa é mais importante que a via láctea."

Nelson Ridrigues

Aconteceu nos dias dois e três de outubro. Nas dependências da Faculdade de Medicina de Itajubá o "Simpósio de Humanização nas Malformações".
O evento contou com uma cerimônia de abertura solene, com apresentação ao vivo do "Hino Nacional Brasileiro" cantado por Marina Fernandes.
Posteriormente a mestre de cerimônias Barbra Rafaela efetuou a composição da mesa chamando as autoridades que fizeram uso da palavra agradecendo a colaboração e participação de todos no evento e ainda mencionando a importancia da realização de eventos que tenha como objetivo a humanização no setor saúde.
Em seguida a professora Mariléia Chaves dançou belamente as músicas: Alegrias, Sevilhana e Rumba.
Acadêmicos do terceiro ano do curso de medicina interpretaram a música "Wave" de Tom Jobim.

Logo após, o acadêmico João Antônio Daher proferiu algumas palavras sobre a importância do "Projeto Humanizarte" para a prática profissional e passou uma apresentação por ele editada em homenagem ao projeto e a todos que dele participaram tornando sua continuidade possível.

Realizou-se o sorteio de livros doados respectivamente pelos professores: Lybio Martire e Dalmo Antônio Moreira.

Foi realizada a entrega dos livros para os contemplados pelo sorteio.

A Drª Fátima Guedes, Coordenadora Estadual da Humanização da Assistência Hospitalar da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, afirmou na palestra proferida que para humanizar a atenção aos pacientes, a gestão também deve estar humanizada.

Completou ainda: “Nos deparamos todos os dias com reclamações, com sofrimento de pacientes e de profissionais. É necessária uma mudança nas relações de trabalho para que os profissionais estejam bem pra atender bem. A comissão da Humanização estuda como fazer esta mudança de cultura e não existe meio melhor de fazê-la do que atuar na formação do profissional. Assim, vemos a importância de eventos como este”.

Sua palestra teve um final interativo com a participação de toda a platéia.

A programação de sábado de manhã começou com a apresentação de um vídeo com aspecto de documentário produzido pelos alunos que participam do "Projeto Humanizarte".

Cada membro do projeto deu um emocionante depoimento do que significa o Projeto em sua vida, contando casos ocorridos no hospital, bem como a mudança que percebem enquanto sujeitos em formação.

Os temas das palestras do simpósio buscaram fornecer não somente um conhecimento técnico, mas abordar aspectos da cultura geral, pemitindo a melhoria da capacidade de análise dos profissionais de saúde.

A palestra do téologo Altamir Andrade entitulada "Antes te formei no vetre!" foi outro ponto alto do evento.

Abordando a temática de "Cuidados Paliativos" A Dr. Dalva Matsumoto apresentou uma perspectiva geral do cuidado paliativo e ainda salientou que não existe uma diretriz proposta para cuidados paliativos em casos de malformações congênitas.

A neurologista Maria Elizabeth apresentou uma brilhante palestra sobre malformações neurológicas avaliando ainda o prognóstico de pacientes portadores dessas patologias e as perspectivas de vida dos mesmos.

Depois da mesa redonda com perguntas e muita discussão foi realizada a cerimônia de encerramento do evento com agradecimento a todos patrocinadores.

Os participantes e palestrantes seguiram para o almoço-churrasco de confraternização no espaço "Albatroz" .

Simpósio "Humanização nas Malformações"

Primeiro de maio de 2007

"Pensar é o trabalho mais difícil que existe,

e esta é, provavelmente,a razão por que

tão poucos se dedicam a ele."

 Henry Ford


A pintura acima foi realizada por Mayra Lopes em solicitação feita por Luciana Dornellas curadora da exposição de arte realizada na biblioteca do "Seminário Santo Antônio" da cidade de Juiz de Fora no dia primeiro de maio do ano de dois mil e sete.

A exposição contou com quadros de quase dez pintores ligados a instituição.

O tema foi o trabalho uma vez que a exposição aconteceu no dia do trabalhador.

Todas as obras apresentadas tiveram por base a cor vermelho, remetendo aos movimentos operários e a condição do trabalhador no mundo.

Somente o prazer no trabalho pode aperfeiçoar o que é feito, pois com prazer amplia-se incrivelmente a dedicação e o amor pela obra.

O trabalho tem algo de mágico não só por transformar, por fazer alquimia transformando os objetos e as idéias, mas também por transformar o ser que trabalha. 

A obra acima entitulada "Mãos que trabalham" faz menção aos mais diversos tipos de trabalho. Cita-se algumas profissões para que sirvam de caso tipo. Sendo relacionadas as seis seguintes: cozinheiro, construtor, escritor, agricultor, faxineiro e médico.

Cada profissão é também representada pelo seu respectivo "instrumento de trabalho". Mostrando que o ser humano modifica o mundo e cria ferramentas que lhe permitam a excussão de determinadas atividades. 

O humano é, portanto, a primeira ferramenta do trabalho regido pela vontade, enquanto o instrumento é a segunda ferramenta do trabalho.

A vontade de trabalhar a vontade de transformar, e, tudo aquilo que transforma é representado no centro da obra, sendo considerado o que há de maior importancia. As mãos são o símbolo da vontade pura, da vontade que realiza o trabalho no decorrer das eras, dos séculos. 

Mas não são mãos, são representações de marcas deixadas por mãos, que mostram que o trabalho é a marca que fica na humanidade. Marcas que estão posicinadas de modo a formar o símbolo da paz.

Denotando que o trabalho vem embuído da paz, da realização, do serviço bem feito, da ajuda ao próximo, livrando o homem da necessidade do tédio e da falta de sentido existêncial.

Existem dois planos de cores para as mãos.

O primeiro consiste no das mãos sujas de cor preta escura. Tal cor remete ao trabalho que suja as mãos de terra, o primeiro trabalho humano. Mas também do trabalho que suja as mãos de graxa nos períodos pós revolução industrial. 

As mãos sujas podem se referir aos "trabalhadores tipo" representados na obra. O cozinheiro suja sua mão de molho, de codimentos; O construtor suja sua mão de cimento, de tijolo; O escritor, poeta, suja sua mão de tinta; O faxineiro suja sua mão de produtos de limpeza, de poeira; O agricultor dissolve o barro de sua existência na argila da terra em que planta. E o médico suja-se de sangue ao resgatar a vida.

As figuras dos profissionais aparecem apenas em contornos o que prova que não existe um poeta, existem os poetas, mostrando que os profissionais são diferentes, mas unidos em relação ao oficio.

No plano acima ao das mãos sujas, das mãos que trabalham, das mãos enegrecidas pelo ofício, existe uma camada de marcas de mãos feita em gliter. 

O gliter recupera a idéia de ouro funcionando como símbolo  do tesouro produzido pelo trabalho. Mostrando que mesmo as "atividades sujas", realizadas com as mãos produzem a riqueza dourada materializada no ouro.

Nem sempre as mãos que produzem a riqueza são as mesmas mãos que aproveitam essa riqueza.

Mas de forma geral é a riqueza gerada pelo trabalho, a riqueza humana que gira o mercado, o mundo e as almas.

Assim, o trabalho se perpetua na história personificado na figura do trabalhador, seja ele quem for.

Porque não existe trabalho fácil, existe trabalho repartido por todos. Existe o trabalho que impulsiona a humanidade.