sábado, 10 de outubro de 2009

Primeiro de maio de 2007

"Pensar é o trabalho mais difícil que existe,

e esta é, provavelmente,a razão por que

tão poucos se dedicam a ele."

 Henry Ford


A pintura acima foi realizada por Mayra Lopes em solicitação feita por Luciana Dornellas curadora da exposição de arte realizada na biblioteca do "Seminário Santo Antônio" da cidade de Juiz de Fora no dia primeiro de maio do ano de dois mil e sete.

A exposição contou com quadros de quase dez pintores ligados a instituição.

O tema foi o trabalho uma vez que a exposição aconteceu no dia do trabalhador.

Todas as obras apresentadas tiveram por base a cor vermelho, remetendo aos movimentos operários e a condição do trabalhador no mundo.

Somente o prazer no trabalho pode aperfeiçoar o que é feito, pois com prazer amplia-se incrivelmente a dedicação e o amor pela obra.

O trabalho tem algo de mágico não só por transformar, por fazer alquimia transformando os objetos e as idéias, mas também por transformar o ser que trabalha. 

A obra acima entitulada "Mãos que trabalham" faz menção aos mais diversos tipos de trabalho. Cita-se algumas profissões para que sirvam de caso tipo. Sendo relacionadas as seis seguintes: cozinheiro, construtor, escritor, agricultor, faxineiro e médico.

Cada profissão é também representada pelo seu respectivo "instrumento de trabalho". Mostrando que o ser humano modifica o mundo e cria ferramentas que lhe permitam a excussão de determinadas atividades. 

O humano é, portanto, a primeira ferramenta do trabalho regido pela vontade, enquanto o instrumento é a segunda ferramenta do trabalho.

A vontade de trabalhar a vontade de transformar, e, tudo aquilo que transforma é representado no centro da obra, sendo considerado o que há de maior importancia. As mãos são o símbolo da vontade pura, da vontade que realiza o trabalho no decorrer das eras, dos séculos. 

Mas não são mãos, são representações de marcas deixadas por mãos, que mostram que o trabalho é a marca que fica na humanidade. Marcas que estão posicinadas de modo a formar o símbolo da paz.

Denotando que o trabalho vem embuído da paz, da realização, do serviço bem feito, da ajuda ao próximo, livrando o homem da necessidade do tédio e da falta de sentido existêncial.

Existem dois planos de cores para as mãos.

O primeiro consiste no das mãos sujas de cor preta escura. Tal cor remete ao trabalho que suja as mãos de terra, o primeiro trabalho humano. Mas também do trabalho que suja as mãos de graxa nos períodos pós revolução industrial. 

As mãos sujas podem se referir aos "trabalhadores tipo" representados na obra. O cozinheiro suja sua mão de molho, de codimentos; O construtor suja sua mão de cimento, de tijolo; O escritor, poeta, suja sua mão de tinta; O faxineiro suja sua mão de produtos de limpeza, de poeira; O agricultor dissolve o barro de sua existência na argila da terra em que planta. E o médico suja-se de sangue ao resgatar a vida.

As figuras dos profissionais aparecem apenas em contornos o que prova que não existe um poeta, existem os poetas, mostrando que os profissionais são diferentes, mas unidos em relação ao oficio.

No plano acima ao das mãos sujas, das mãos que trabalham, das mãos enegrecidas pelo ofício, existe uma camada de marcas de mãos feita em gliter. 

O gliter recupera a idéia de ouro funcionando como símbolo  do tesouro produzido pelo trabalho. Mostrando que mesmo as "atividades sujas", realizadas com as mãos produzem a riqueza dourada materializada no ouro.

Nem sempre as mãos que produzem a riqueza são as mesmas mãos que aproveitam essa riqueza.

Mas de forma geral é a riqueza gerada pelo trabalho, a riqueza humana que gira o mercado, o mundo e as almas.

Assim, o trabalho se perpetua na história personificado na figura do trabalhador, seja ele quem for.

Porque não existe trabalho fácil, existe trabalho repartido por todos. Existe o trabalho que impulsiona a humanidade.

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