sábado, 4 de junho de 2011

“No Sonho Ele Vinha”

Anjo, é você? Estou te ouvindo
És minha luz, fica
Peço perdão, minh'alma é fraca
Só tu és meu mestre







Ela cantava: “Eu costumava sonhar que ele apareceria




Agora, como eu canto, posso senti-lo




E eu sei que ele está aqui







Aqui neste quarto ele me chama suavemente




Em algum lugar dentro escondendo




De alguma maneira eu sei que ele está sempre comigo




Ele, o gênio invisível”







Ouvindo-a ele diz: Você sempre fica tão distante quando canta essa ópera.




Ela responde: ‘Le Fantôme De L’opéra’ faz com que a alma voe para a ópera.




Ele responde: É uma ópera famosa, mas não conheço-a exatamente.




Ela, apelidada de Wikipédia por seus amigos, começa a explicar...




Le Fantôme De L'opéra é um romance francês escrito por Gaston Leroux, inspirada no livro Trilby de George du Maurier. Publicado em 1910 foi desde então adaptado inúmeras vezes para o cinema e teatro, sendo o seu auge a adaptação da Broadway que bateu o recorde de permanência superando Cats.




Atualmente continua nos palcos desde sua estreia em 1986. É o musical mais visto por mais 100 milhões de pessoas. Sendo considerada por muitos uma obra gótica por combinar romance, horror, ficção, mistério, e tragédia.




Na obra original de Leroux, a ação desenvolve-se no século XIX, na Ópera de Paris, um monumental e luxuoso edifício, construído entre 1857 e 1874, sobre um enorme lençol de água subterrâneo.




Os empregados afirmam que a ópera se encontra assombrada por um misterioso fantasma, que causa uma variedade de acidentes.




O fantasma chantageia os dois administradores da Ópera, exigindo que continuem lhe pagando um salário de 20 mil francos mensais e que lhe reservem o camarote número cinco em todas as atuações.




Até que surge a jovem e inexperiente bailarina Christine Daaé que acreditando ser guiada por um "Anjo da Música" supostamente enviado pelo seu pai após a sua morte consegue subitamente alguma proeminência nos palcos da ópera quando é confrontada a substituir Carlotta, a arrogante Diva do espectáculo.




Christine conquista os corações da audiência na sua primeira atuação, incluindo o do seu amor de infância e patrocinador do teatro, Visconde Raoul de Chagny.




Erik, ‘O Fantasma’ nasceu com uma deformidade parcial no rosto, e é um gênio compositor e músico que por vezes se esconde por detrás de uma máscara branca vivendo no mundo subterrâneo que Christine considera um lugar frio e sombrio.




Em dado momento Christine percebe que o seu "Anjo da Música" é na verdade o Fantasma que aterroriza a ópera. Descobre também que o Fantasma é fisicamente deformado na face, razão pela qual usa uma máscara.




Vendo a verdadeira imagem de Erik, ela entra em choque.




Erik decide prendê-la no seu mundo, dizendo que somente a deixará partir se ela prometer não amar ninguém além dele e voltar por vontade própria.




Christine enfrenta uma luta interna entre o seu amor por Raoul e a sua fascinação pelo gênio da personagem do Fantasma, e decide se casar com Raoul em segredo e fugir de Paris e do alcance do Fantasma.




Seu plano é descoberto e, durante uma atuação da Ópera ‘Fausto’, e Christine é raptada do palco e levada para os labirintos embaixo da Ópera.




Nos aposentos de Erik ocorre o confronto final entre ele, Christine e o Visconde Raoul de Chagny, que é levado até lá pelo Persa, através dos subterrâneos da Ópera, passando pela câmara dos súplicios, onde ambos quase acabam por enlouquecer e enforcar-se com o "Laço de Punjab", uma espécie de cordão feito de tripas de gato que Erik usava para matar.




Christine é forçada a escolher entre Erik e Raoul. Christine escolhe Erik, com o intuito de salvar a vida das pessoas da Ópera, já que ele ameaça destruir a Ópera de Paris, colocando muitas vidas em risco, caso Christine escolha ficar com Raoul.




Christine diz ainda que concordará em ser a esposa de Erik se ele libertar o Persa e Raoul, ainda presos na câmara dos suplícios. Erik leva o Persa de volta para sua casa, mas mantém Raoul como refém e o encarcera no local mais longínquo dos subterrâneos da Ópera.




Quando Erik retorna para Christine, ela o está esperando como uma verdadeira noiva; Ele então se atreve a dar-lhe um beijo na testa, o qual ela aceita sem rejeitá-lo ou demonstrar horror. Esse ato simples trouxe uma alegria imensa a Erik, que pela primeira vez na vida foi tratado como uma pessoa comum.




Os dois começam a chorar e Erik diz a Christine que ela pode ir embora e se casar com Raoul, o homem que ela ama, e que ele, Erik, não passava de um cachorro aos seus pés, pronto para morrer por ela. A única coisa que ele pede é que, quando morrer, ela o enterre junto com o anel que lhe havia dado.




Christine e Raoul vão embora e nunca mais são vistos.




Erik morre três semanas depois. O anúncio de sua morte foi feito pelo Persa em um jornal.




Anos mais tarde, um esqueleto é encontrado nos subterrâneos da ópera e, junto ao esqueleto, havia um anel de ouro, o mesmo que Erik havia dado a Christine, indicando que ela cumpriu sua promessa.







Ele pergunta: Por que o romance dos dois não teve um final feliz?




Ela responde: Porque ele não venceu o mundo, não conseguiu abandonar sua imagem, sua vaidade e mágoa. O amor não foi suficiente. Isso me faz lembrar um conto de Charles Baudelaire entitulado ‘O Espelho’:







Um homem horroroso entra e se mira no espelho.




"- Por que o senhor está se olhando, se não pode fazê-lo com prazer?"




O homem horroroso me responde: "- Senhor, de acordo com os imortais princípios de 89, todos os homens são iguais em direitos; assim, eu tenho o direito de me olhar; com prazer ou desprazer, isto só diz respeito a minha consciência".




Em nome do bom senso, eu sem dúvida tinha razão; mas, do ponto de vista da lei, ele não estava errado.







Talvez sob algum ponto de vista ele também não estivesse errado, como ensina o conto de Baudelaire.







Ele pergunta: Então você acredita que ele não a amava?




Ela responde: Não a amava o suficiente para tornar-se melhor, mas ainda assim era algum modo de amar.




Ele pergunta: Então você acha que deu errado esse amor?





Ela responde: Deu certo a seu modo. E canta, 'Aqueles que viram seu rosto, recuaram de medo. / Eu sou a máscara que você usa.’




Ele diz: Eu tenho medo do seu conceito de amor que deu certo.




Ela responde, rindo: Eu também. Deu certo enquanto existiu.




E, adormeceu, enquanto no ambiente ecoava:




Fantasma:
Tu vieste, com a ânsia e os desejos teus
À procura de um fogo esquecido, fogo, fogo
Eu te trouxe, para perto dos sonhos teus
E os teus sonhos serão como os sonhos meus
Já não há como escapar aos chamados meus
Pois somos tu e eu
Quiseste assim teu destino, destino...
Já não há retorno mais, não há mais volta
E os jogos de fingir não valem mais
Já não há nenhum talvez, não mais perguntas
As dúvidas ficaram para trás
Que fogo as almas vão queimar?
E quantas portas vão se abrir?
Que doce encanto nos espera?
Já não há retorno mais, não mais saídas
Segredos nos esperam nos umbrais
Depois que não voltarmos mais




Christine
Me trouxeste, onde as frases não valem mais
E as palavras derretem silêncio no fogo, fogo
Aqui estou eu, sem saber o que aqui me traz
Em meus sonhos eu vi e previ
Os dois corpos unidos e mudos e quietos
E agora eis-me então aqui
Eu quis assim, meu destino, destino...
Já não há retorno mais, nenhum desvio
O laço da paixão já deu seu nó
Já não mais o bem ou mal, mas eu pergunto
Quando é que juntos vamos ser um só?
Quando é que o sangue há de correr
E o que dormia há de acender?
E a chama enfim em nós ardendo?




Ambos
Já não há retorno mais, não há mais portas
Atravessamos todos os umbrais
E já não há retorno mais...





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