sexta-feira, 8 de julho de 2011

Bobo de Lear




Rei Lear, tragédia teatral escrita por William Shakespeare, inspirada em lendas britânicas relata a história de um rei que enlouquece após ser traído por duas de suas três filhas, às quais havia legado seu reino de maneira insensata.


A obra foi escrita aproximadamente em 1605, sendo a peça foi encenada pela primeira vez perante a corte inglesa no dia 26/12/1606. E, impressa em 1608.


São personagens:


ü Lear, rei da Grã-Bretanha


ü Goneril, filha mais velha de Lear


ü Regan, segunda filha de Lear


ü Cordélia, filha mais jovem de Lear


ü Duque de Albany, marido de Goneril


ü Duque da Cornualha, marido de Regan


ü Conde de Gloucester


ü Conde de Kent, também aparece disfarçado como Caio


ü Edgar, filho de Glócester, aparece disfarçado como Pobre Tom (Poor Tom)


ü Edmundo, filho ilegítimo de Glócester


ü Oswaldo, assistente de Goneril


ü Bobo de Lear


ü Rei da França, pretendente e marido de Cordélia


ü Duque da Borgonha, pretendente de Cordélia


ü Curan, um cortesão


ü Homem velho, assistente de Glócester


ü Outros: médico, cavalheiro, mensageiro, serventes, cavaleiros, oficiais, soldados e serventes.


A obra tem o seguinte roteiro:


Lear, já idoso, decide dividir a Bretanha entre suas três filhas:


1. Goneril (esposa do duque de Albany);


2. Regan (esposa do duque da Cornualha);


3. Cordélia (pretendentes: rei da França e duque da Borgonha).


Para calcular a partilha, pede às filhas que expressem a gratidão e o amor que sentem pelo pai.


Goneril e Regan fazem discursos aduladores, em que afirmam que o amam mais que qualquer coisa no mundo.


Cordélia, por outro lado, contraria as expectativas do rei e afirma que o ama "como corresponde a uma filha, nada mais, nada menos".


Irritado com essa resposta, Lear deserda-a e expulsa-a do reino, entregue sem dote ao rei da França.


O duque de Kent intercede por Cordélia e também termina banido. Kent, entretanto, em vez de partir para o exílio, retorna ao reino disfarçado de Caio e põe-se ao serviço de Lear, quando este se encontrava na corte de Goneril.


O conde de Glócester, agindo de forma semelhante a Lear, cai numa conspiração criada por seu filho ilegítimo Edmundo, que através de uma carta forjada faz com que Glócester acredite que o seu filho legítimo, Edgar, planeja matá-lo para herdar seus bens. Edgar refugia-se na floresta e disfarça-se de mendigo louco (como Pobre Tom ou Tom o'Bedlam).


De acordo com o trato entre Lear, Goneril e Regan, o rei deveria ser atendido por uma corte de cem cavaleiros, e alternaria a hospedagem na casa de cada uma de suas filhas.


Goneril, porém, reduz o número de serviçais do rei e ordena que suas ordens sejam ignoradas.


Lear se enfurece contra Goneril e busca refúgio com Regan, mas esta se une a Goneril contra o pai.


Lear, Goneril e Regan se reencontram na casa do conde de Glócester, onde o rei rompe definitivamente com as filhas.


O velho rei é expulsado da casa, na companhia apenas do seu Bobo e de Kent/Caio. Uma grande tempestade desaba sobre o rei e seu esquálido séquito. Lear, já mostrando sinais de loucura, refugia-se numa cabana guiado por Glócester, que não pode suportar a maneira em que as filhas tratam o pai. Na mesma cabana esconde-se Edgar/Pobre Tom.


Na casa de Glócester, Edmundo trama novamente contra o pai e acusa-o de aliar-se aos franceses para promover a invasão da Bretanha. Furioso, o duque da Cornualha arranca os olhos de Glócester, mas um servidor fiel mata Cornualha. Glócester, cego e arrependido de ter acreditado em Edmundo, é expulsado da própria casa e encontra Edgar/Pobre Tom, que não revela sua verdadeira identidade.


Glócester pede a Pobre Tom que o leve até uma falésia, de onde possa cometer suicídio. Edgar finge guiá-lo até a beira de um precipício. Glócester dá um passo adiante e Edgar, fingindo ser outra pessoa, diz que ele sobreviveu milagrosamente à caída.


Os dois encontram Lear, agora completamente louco.


Kent guia Lear ao exército francês, onde o rei reencontra Cordélia. Lear, com a razão parcialmente recuperada, tem vergonha do seu comportamento anterior, mas Cordélia não mostra nenhum rancor em relação ao pai.


Regan é agora viúva, e Goneril despreza Albany, considerado débil por ela, e planeja sua morte. Albany, de fato, horroriza-se com o comportamento dos filhas e a mutilação de Glócester. Tanto Goneril como Regan tentam seduzir Edmundo, que é transformado no chefe do exército inglês. Nessa condição, Edmundo vence os franceses, captura Lear e Cordélia e os condena à morte.


Regan declara que se casará com Edmundo. Albany descobre uma carta secreta de Goneril para Edmundo e declara-o traidor.


Regan cai morta, envenenada por Goneril, e esta se mata quando sua traição com Edmundo é descoberta. Aparece Edgar, que combate Edmundo e o fere mortalmente. Glócester morre quando Edgar se revela.


Edmundo, à beira da morte, confessa a trama e avisa sobre a sentença contra Lear e Cordélia, mas já é tarde: Cordélia é enforcada, apesar de Lear conseguir matar o carrasco.


Lear entra com Cordélia nos braços. Tenta reanimar a filha e delira, pensando que Cordélia ainda respira. O rei finalmente morre.


Albany oferece o trono para ser exercido simultaneamente por Kent e Edgar. Kent recusa, e Edgar assume o reino.


A obra de Shakespeare termina em tragédia, com a loucura e morte de Lear e a execução de Cordélia. O caráter inovador da obra pode ser apontado pela total ausência do divino em sua trama.


O mundo de “Rei Lear” é um cosmos sem deuses ou interferências mágicas.


Lear, Goneril e Regan, pode ser visto como uma alteração das forças da natureza ocasionada pelo erro trágico de Lear – já que, historicamente, a visão de um salvador oriundo da França para o público inglês soaria como uma verdadeira inversão cósmica da ordem natural.


Criações totalmente shakespearianas são o Bobo do rei e o personagem do Pobre Tom (Poor Tom), ambas figuras que se fazem de loucos.


O Bobo, figura desacreditado por desempenhar uma função que não condizia com os conselhos sábios que dava para o Rei. Mais do que a de ser engraçado, sua função é a de servir de consciência de Lear até este, depois da crise na tempestade, passar a ter ele mesmo consciência de seus atos.


Até então, o Bobo não deixa, em momento algum, que o rei esqueça do engano que cometeu.


Todas as suas graças tem significado maior e são bastante cruéis para com o rei.


Porém, no momento que o Bobo deixa de ser necessário – já que Lear passa a ter consciência de seus atos – ele pura e simplesmente desaparece.


A peça evidência a emergência de uma moral que atenta apenas para o fim da satisfação de interesses. O Rei Lear ao agir baseado em orgulho ferido quando devia embasar-se em um sentimento de justiça acaba com a paz do reino.


As intrigas que envolvem toda a trama da peça acabam por afirmar que, para se alcançar poder, os antigos costumes como respeito aos pais e a lealdade ante ao seu soberano são passadas por alto. Trair, fazer intrigas e causar a morte de parentes são atos justificáveis quando o fim último é se tornar soberano.


Pode-se dizer que Rei Lear mostra a fragilidade das relações humanas, e a que ponto é possível chegar para obter o que se deseja, que atrocidades são possíveis cometer para alcançar tão sonhados altos postos.


O erro de Lear desagrega a família, mas também abala o Estado, resultando em guerra civil, enquanto a grande guerra central, da tempestade, reflete o abalo da natureza;


A tragédia shakespeareana tem efeito didático: a fragilidade humana faz com que a velhice não traga, obrigatoriamente, a sabedoria ou o aprendizado pela experiência; os erros de julgamento, pelo contrário, podem ser ainda mais trágicos por conta da vaidade e da soberba oferecidos pela aparente superioridade de julgamento dos mais velhos – seja ele um rei, como Lear.



quinta-feira, 7 de julho de 2011

UAI - União Amor Indepedência


"Se ages contra a justiça e eu te deixo agir,


então a injustiça é minha."


Gandhi



Segundo a professora Dorália Gavesso, foi o presidente Juscelino Kubitschek que a incentivou a lhe pesquisar a origem.

Depois de exaustiva busca nos anais da Arquidiocese de Diamantina e em antigos arquivos do Estado de Minas Gerais, Dorália encontrou explicações.



Os Inconfidentes Mineiros, patriotas, mas considerados subversivos pela Coroa Portuguesa, comunicavam-se através de senhas, para se protegerem da polícia lusitana.



Como conspiravam em porões e sendo quase todos de origem maçônica, recebiam os companheiros com as três batidas clássicas da Maçonaria nas portas dos esconderijos.



Lá de dentro, perguntavam: quem é?



E os de fora respondiam:



- UAI – as iniciais de União, Amor e Independência. Só mediante o uso dessa senha a porta seria aberta aos visitantes.



Conjurada à revolta, sobrou a senha, que acabou virando costume entre as gentes das Alterosas.



Os mineiros assumiram a simpática palavrinhas e, a partir de então, a incorporaram ao vocabulário.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Conto de areia

"Desde quando sorrir é ser feliz?

Cantar nunca foi só de alegria
Com tempo ruim
Todo mundo também dá bom dia!"


Gonzaguinha





É sinistro, mas por vezes se faz necessário definir o óbvio para ter a certeza de que o absurdo não permeie a definição.



Tristeza ou desgosto é um sentimento humano que expressa desânimo ou frustração em relação a alguém ou algo. É o oposto da alegria. Pode ser originada da perda de algo ou de alguém que se tinha de muito valor ou pelo excesso de tédio; esta emoção pode ser potencializada se aquele que sofre de tristeza passa a acreditar que poderia ter feito algo para recuperar ou evitar a perda, mesmo que este algo a fazer seja na prática impossível de se concretizar, e independente da vontade do triste.



É comum a tristeza ser descrita como algo amargo, ou como uma dor, ou sentimento de incapacidade.



A tristeza pode causar reações física como depressão, insônia, falta de apetite, choro.



O choro, pranto é o ato de lacrimejar de forma abundante, consiste em uma resposta fisiológica do organismo a um estado emocional alterado.



O choro aconteece porque o sistema limbico responsável pelos sentimentos associa um estímulo emotivo com aqueles que já temos guardados, gerando algumas respostas, sendo que uma delas é o choro.



Depois disso, vários neurotransmissores são liberados, há estimulação da glândula lacrimal e a liberação da lágrima. Tais fenômenos neuroendócrinos estão relacionados ao estímulo de defesa do ser humano.



Há alguns tipos de choro: o resultante de algum tipo de emoção espontânea ou simulada e o intermitente ou persistente, por exemplo.



O ser humano tem a capacidade de simular o choro para conquistar um objetivo. Sendo o choro simulado o mais triste, porque um sujeito que precisa fingir tão completamente que é dor para conseguir algo apenas demostra de outro modo uma dor que deveras sente, assim como os artistas.



Momento minha vida: “quando eu era criança adorava música conto de areia principalmente o trecho: ‘Contam que toda a tristeza que vem da Bahia
Nasceu de uns olhos morenos, molhados de mar’. Eu imaginava que a dor era diretamente proporcional ao sentimento da pessoa que chorava. E encantava-me com a intensidade emocional do ser humano.”



Mas, a tristeza é como chiclete, mastiga-se, mastiga-se e chega uma hora em que se joga fora, senão fica nojento.



Depois que se aprende essa dinâmica, nada mais consegue atingir, nada mais magoa. E, com a chegada da sabedoria, as lágrimas se esgotam. E com elas os sentimentos intensos as paixões.



Como alegraria Platão: “Sem paixões, só virtudes...”



E o indivíduo vai ficando tão Nietzscheano: Tão glacial que queima os dedos, por isso, ardente.



Não se é bom ou ruim o dia em que se é capaz de sentir dores absolutas sem derramar uma lágrima, de sentir “toda tristeza da Bahia”, sem olhos morenos molhados de mar.



Mas ainda nesses dias resta a companhia de Vinicius que canta:





Pra que chorar
Se o sol já vai raiar
Se o dia vai amanhecer
Pra que sofrer
Se a lua vai nascer
É só o sol se pôr
Pra que chorar
Se existe amor
A questão é só de dar
A questão é só de dor



Quem não chorou
Quem não se lastimou
Não pode nunca mais dizer
Pra que chorar
Pra que sofrer
Se há sempre um novo amor



Em cada novo amanhecer





O pranto é força para cantar. E, se a dor for maior que o peito deve-se cantar mais forte que a dor.



segunda-feira, 4 de julho de 2011

Recorte de Jornal I

"Nesse mundo, nada é certo além da morte e dos impostos."

Benjamin Franklin


RECORTE DE JORNAL

Itajubá Notícias - Quarta-feira, 06 de abril de 2011. Página 03.





"Trabalho em conjunto pretende resolver problema de escorpião no bairro Cruzeiro."


Da redação


Não é de hoje que os moradores do bairro Cruzeiro, especialmente os vizinhos do Cemitério Paroquial, reclamam o aparecimento constante de escorpiões em suas casas. O jornal Itajubá Notícias, após receber inúmeras denuncias sobre o problema, esteve no bairro conversando com moradores e também com o padre Edvaldo Rosa de Mendonça - responsável pela Paróquia Nossa Senhora da Soledade que administra o cemitério. Agora um esforço em comum da Paróquia, Prefeitura e moradores pretende solucionar o problema, ou pelo menos amenizar o surto de escorpiões no bairro. Até o vereador Raimundo Santi (PP) chegou a sugerir que a Secretaria de Saúde e da Administração do Cemitério Paroquial tomasse uma medida ecologicamente viável, ou seja, inicie a criação de galinhas D'Angola no local.
"Pelo que se fala, parece que escorpião só tem no Cemitério Paroquial, se o jornal entrevistar o secretario de saúde (Evaldo Tótora), vai ver que não é só um problema do bairro Cruzeiro, ou do Cemítério Paroquial. Tem (escorpião) em praticamente em todos os bairros de Itajubá" disse o padre Edvaldo.
De acordo com o padre Edvaldo, em uma reunião que ele participou na Prefeitura, ficou estabelecido um trabalho em parceria para tentar solucionar o problema dos escorpiões. "Na segunda-feria, (dia 28 de março) eu fui à Prefeitura e tive uma reunião com o secretário de Saúde e a Prefeitura mandou duas pessoas para catar escorpiões ao entorno do cemitério, e depois nós liberamos e pedimos também que se fizesse essa cça dentro do cemitério. Então são providências que estão sendo tomadas como o esforço de um trabalho em conjunto da administração paroquial, municipal e moradores", explicou.
Para o padre Edvaldo é necessário que haja uma colaboração dos moradores. "Agora vamos dedetizar de novo o cemitério, mas o que a gente pede é que haja uma colaboração de todos e que não fiquem só olhando para o cemitério como se o prblema estivesse só ali. O escorpião é uma praga difícil de acabar. Eu procuro conscientizar que a nossa parte está sendo feita, embora as pessoas falem que não, mas nós temos provas, documentos", afirma o padre.



MORADORES



Já os moradores que convivem com a incidência de escorpiões em suas casas tem outra visão do problema. "Antigamente o padre dedetizava o cemitério, mas agora em 2010 ele não dedetizou e virou uma praga, um surto mesmo, todo dia a gente acha escorpião em casa, no passeio (do cemitério), na rua", contou Ana Maria, que mora há vinte anos naquele bairro, e que teve dois filhos picados por escorpião. "Não tem soro (antiescorpiônico) na cidade, eles tomaram remédio para a dor e soro fisiológico para induzir a urina", disse ela.


"Quando voce menos espera vê um escorpião", disse José Lopes de Mendonça, morador há 60 anos no bairro. "Só uma noite que nós andamos aqui matamos mais de 150", completou.


José Romildo Alves, que trabalha em uma casa próxima ao cemitério confirma que também já encontrou escorpiões. "Aqui no muro do cemitério a gente vê escorpião todo dia".




SURTO DE ESCORPIÃO




"Desde o início de março começamos perceber o surto de escorpião aqui no bairro: do lado de fora do muro do cemitério, no passeio e na frente das casas. A comunidade se reúne á noite para matar os escorpiões. Chegando a coletar uns 500 escorpiões, só do lado de fora", explicou um morador que contou também, que coletou alguns escorpiões e levou-os para o padre na Prefeitura. O Sr. Jorge tomou a providência de enviar a (Secretparia de) Saúde para coletar. Junto com o SUS, a comunidade coletou 1.592 escorpiões. Quando os funcionários da Prefeitura entraram no cemitério, descobriram dentro das gavetas um foco gigantesco (de escorpiões)", reforça o morador.


Um dos casos mais graves que chamou a atenção, foi outro morador que encontrou dentro do berço de sua filha um escorpião. O morador, extremamente irritado, pegou o escorpião e o levou até o padre. "Ele estava nervoso com a situação e chegou o escorpião próximo ao pé do padre.", disse um outro morador.


Preocupado com a situação, um dos moradores promoveu um abaixo-assinado, com as pessoas que já foram picadas ou tiveram suas casas invadidas por escorpiões. Até a data do último dia 04, já haviam mais de 56 assinaturas.


O Itajubá Notícias tentou agendar uma entrevista com o secretário de Saúde Evaldo Tótora, através da Secretaria de Comunicação, e advinhe, mais uma vez nenhum retorno foi dado até o fechamento desta edição.