domingo, 4 de setembro de 2011

Viés de erro cognitivo

"Que estejam limpas as portas da percepção para que


as coisas apareçam tais como são: infinitas."


Blake.

Viés é uma tendência a apresentar ou possuir uma perspectiva parcial em detrimento de outras alternativas (possivelmente igualmente válidas). Vieses podem existir de várias formas.


Em estatística, é um termo usado para expressar o erro sistemático ou tendenciosidade.


Por extensão de sentido, usa-se a palavra viés para designar qualquer comentário ou análise que seja tendenciosa, isto é, que não respeite os princípios da imparcialidade.


Um viés cognitivo é um padrão de desvio de julgamento que ocorre em situações específicas. Vieses cognitivos são um resultado comum do pensamento humano, e, frequentemente, drasticamente distorcem a confiabilidade de evidências legais e anedóticas.


Implícito no conceito de “padrão de desvio”, há um padrão de comparação; este pode ser o julgamento de pessoas fora de determinadas situações, ou um conjunto de fatos independentemente verificáveis.


Vieses cognitivos são exemplos de comportamentos mentais evoluídos. Alguns são presumivelmente adaptativos, por exemplo, pois eles guiam à ações mais efetivas em dados contextos e possibilitam decisões mais rápidas quando decisões mais rápidas são de valor maior.


Outros presumivelmente advêm de uma falta de mecanismos mentais apropriados, ou de um desvio de um mecanismo que é adaptativo sob diferentes circunstâncias.


Viés cognitivo é um termo geral que é usado para descrever muitos efeitos de observação na mente humana, alguns dos quais podem levar a uma distorção perceptiva, a um julgamento inexato, ou a uma interpretação ilógica, sendo um viés de erro cognitivo. Este é um fenômeno estudado pela ciência cognitiva.


Causa teóricas comuns de alguns vieses cognitivos: Atribuição; Dissonância cognitiva; Heurística.


São alguns viés de erro cognitvo comuns:



1. SOCIAL:



-Homogeneidade: acreditar que aqueles que se comportam de forma semelhante pertencem ao grupo e são melhores que os demais. Fato comum neste tipo de erro consiste em acreditar que o extra-grupo, o diferente é inferior. Ou seja, durante o pensamento de grupo, membros do mesmo evitam promover pontos de vista fora da zona de conforto do pensamento consensual.



-Efeito halo: acreditar que por uma pessoa ser bela e bem vestida, a mesma será eficiente, as qualidades da beleza são atribuídas a outras características que o individuo pode não possuir. Fato mais comum neste tipo de erro consiste em acreditar que o sujeito belo será eficiente em todos os aspectos. Acaba por resultar em muitas cobranças para os belos inclusive.



-Efeito Dunning-Kruger: Um viés duplo; Por um lado a falta de habilidade metacognitiva ilude as pessoas, que superestimam suas próprias capacidades; por outro lado, pessoas habilidosas subestimam suas habilidades enquanto presumem que outras pessoas têm uma compreensão similar.



-Efeito Forer (também conhecido como efeito Barnum): a tendência de dar altos níveis de precisão a descrições de personalidades que supostamente foram adaptadas ao observador, mas são na verdade vagas e gerais o suficiente para se aplicar a uma grande gama de pessoas. Por exemplo, horóscopos.



-Projeção: a tendência de inconscientemente presumir que as outras pessoas compartilham dos mesmos estados emocionais, pensamentos e valores atuais próprios.



-Viés da autoconveniência: a tendência de reivindicar mais responsabilidade pelos sucessos do que pelas falhas. Este viés também pode se manifestar como a tendência de avaliar informações ambíguas de uma forma benéfica a interesses próprios.



2. MEMÓRIA


(Seletiva: indiferente/negativo/boa)



-Confabulação: é a confusão da imaginação com a memória, ou a confusão entre memórias verdadeiras e falsas.



-Sugestionabilidade: é a qualidade de estar disposto a aceitar e agir de acordo com a sugestão de outras pessoas.



3. DECISÃO



-Tendência de confirmação: a tendência do observador de procurar ou interpretar informações de forma que estas confirmem pré-concepções próprias.



-Negatividade: tomar decisão baseando-se apenas em fatos negativos, que deram errado. Tal tendência é comum, pois como o medo protege o sujeito, o mesmo tende a lembrar de situações ameaçadoras que o auxiliaram a preservar a espécie, em uma espécie de seleção natural para o medo.



4. CRENÇA OU PROBABILIDADE



-Heurística da disponibilidade: descobrir e inventar ou resolver problemas mediante a criatividade e o pensamento lateral ou pensamento divergente, caindo no erro de atalhos de processamento de informação que levam a conclusão equivocada.



-Estereotipagem: esperar que o membro de um grupo tenha certas características sem ter informações reais sobre esse indivíduo.



-Pareidolia — a tendência de perceber um estímulo vago e randômico (geralmente uma imagem ou um som) como algo significativo, por exemplo, ver imagens de animais ou faces em nuvens.´



CONSIDERAÇÕES FINAIS:



É comum atualmente o uso do viés de erro para atingir o sucesso, usando de técnicas para induzir o erro do outro formando uma imagem que não corresponde ao real.



Mas no decorrer da temporalidade, as vieses tendem a cair e a realidade aparece.



O que recorda o dito das Minas Gerais: "Para conhecer alguém é preciso comer 60 kilos de sal junto".


2 comentários:

  1. Olá Mayra Lopes!
    Na busca de informações sobre desvio cognitivo, deparei-me com o "VIÉS"!
    Procuro relações com a questão que pode se resumir em algumas palavras, como: aprendizagem, conhecimento, cognição e a relação com possíveis "desvios cognitivos" (se assim posso chama-lo), que dificultam o caminho entre o que é construído mentalmente e há a necessidade de transpô-lo, codificando-o em palavras na formação de frases textuais faladas e escritas. Tudo isso para que possa corroborar que quando uma criança apresenta dificuldade em formalizar esse processo mental para o seu mundo sócio cultural.
    Minha dúvida é: poderíamos relacionar as dificuldades encontradas na construção mental (cognição), de uma criança em fase escolar, como um "viés cognitivo"?
    Agradeço pela atenção.
    Paulo Rosa

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  2. Considerando o conceito estatístico de viés: “um erro sistemático”, uma “tendenciosidade” que não respeita os princípios da imparcialidade; O viés cognitivo pode ser avaliado como um termo geral que é usado para descrever muitos efeitos de observação na mente humana, alguns dos quais podem levar a uma distorção perceptiva, a um julgamento inexato, ou a uma interpretação ilógica.
    Portanto, Paulo, considero que sim, uma vez que algumas dificuldades educacionais encontradas são resultados de uma distorção perceptiva definida e constante. Cito como exemplo a dislexia.
    A dislexia é mais freqüentemente caracterizada por dificuldade na aprendizagem da decodificação das palavras. Pessoas disléxicas apresentam dificuldades na associação do som à letra (o princípio do alfabeto); também costumam trocar letras, por exemplo, b com d, ou mesmo escrevê-las na ordem inversa, por exemplo, "ovóv" para vovó. A dislexia, contudo, é um problema visual, envolvendo o processamento da escrita no cérebro, sendo comum também confundir a direita com a esquerda no sentido espacial.
    Porém, procurei na bibliografia que possuo e não encontrei a resposta.
    Se encontrar algo publicado, contribua aqui. Mesmo que discorde da análise que fiz acima e que considero válida.
    Cordialmente...

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