"Fazer todo bem que se possa, amar sobretudo a liberdade e, mesmo que seja por um trono, jamais renegar a verdade" - Beethoven
Número é um instrumento da matemática usado para descrever ordem, qualidade, medida. Pode ser considerado por inúmeros matemáticos ou filósofos. Segundo o matemático Pitágoras, o número consiste na essência ou princípio de todas as coisas. Quando se menciona um numeral, pode-se escolher um aleatoreamente para a realização de uma análise, como exemplo, cita-se o “seis”, que é um número natural, precedido pelo numeral cinco e sucedido pelo numeral sete. Mas um número não é somente um número, ele está embutido de sentido pelo que o humano é capaz de abstrair dele, ou a partir dele. Assim, a lógica nebulosa, que consiste em um dos ramos da lógica, chega mesmo a propor a realidade do pouco possível e vencer alguns conceitos numéricos básicos, mostrando que também a matemática e as áreas exatas estão sujeitas ao situacional, bem como ao contexto no qual o ser a interpreta. De acordo com a lógica nebulosa, nem sempre um adicionado de mais um será dois. Praticamente falando, uma cor, mais uma cor, poderão resultar em uma cor, uma terceira, mas apenas uma cor. Assim se forma o verde, da união de uma cor: azul, com outra cor, o amarelo. A matemática também depende da interpretação, do contexto no qual se encontra. Nada é "em absoluto" e os universais continuam a ser um grande problema da filosofia. Existirá na face da Terra algo que seja realmente “universal” e que independa de interpretação, do critério humano para encontrar seu sentido? No idioma português existe um termo conhecido por “sinônimo”, implica em nome que se dá a uma palavra que tenha significado idêntico ou muito semelhante à outra. Mas ainda os sinônimos dependem do contexto para serem imbuídos de sentido. A exemplificação ideal pode se dar no caso do termo “seis” e do termo “meia dúzia”.
Teoricamente, ambos são sinônimos, uma vez que, ao referir a seis ou mesmo a meia dúzia está se sugerindo seis unidades, ou seja, o mesmo numeral de formas distintas.
Porém, se considerar as relações de relativismo conclui-se que ambas adotam diferentes referências. Uma vez que o numeral seis não possui referencia relativa “a algo” sendo apenas um numeral natural, que tem sua existência e sentido completo em si mesmo.
Já em relação ao termo meia dúzia, há indicação do numeral a partir de uma referência indicando metade da dúzia que implica por sua vez, em doze unidades.
Logo, o seis encontra fundamento em si mesmo, enquanto o meia dúzia não é tudo o que podia ser, é menos do que o referencial. É em existência metade do que é em potência.
Assim, linguisticamente falando o critério de medida meia dúzia é mais em potência do que em existência. É parte de tudo aquilo que podia ser, enquanto aparentemente é "o mesmo" seis.
A reflexão parece vazia de sentido, mas em analogia, trata de uma questão bem simples vivida nos dias atuais, e se refere aos indivíduos que ao invés de mirar no máximo que poderiam ser, vivem comparando-se com os outros.
Comparação entre indivíduos, gera competição, e toda competição tende a ser injusta, pois, indivíduos são sempre diferentes, com aptidões diferentes, sonhos e temores distintos. Como seres com história distinta, com família distinta podem parecer criar a ilusão de igualdade e competirem entre si?
Cada sujeito é único, singular, e suas potencialidades são únicas e podem nunca mais voltarem ao mesmo ser, sendo perdidas, devido a fatores ambientais como tempo e a históricidade.
Muitos perdem tempo, imitando uns aos outros, comparando-se a outros enquanto deveriam estar criando sonhos e mirando nos sonhos buscando ser o melhor que se pode, buscando ser seis ao invés de se contentar em ser meia dúzia só porque o critério de medida é medíocre.
Meia dúzia, pode até implicar em seis unidades, mas vai sempre ser critério medíocre de existência, vai sempre ser metade, vai sempre ser partido.
Em contrapartida, seis é a plenitude da existência é exatamente aquilo que poderia ser.
Como reza o adágio hindu: Mais vale cumprir o dharma (a sua missão, o que deve ser cumprido), do que dar uma volta ao mundo e viver sem felicidade.
Fazer o que é devido, o que precisa ser feito, confere mais alegria do que qualquer aplauso pode proporcionar.
Mayra
ResponderExcluirUm pequeno reconhecimento ao teu trabalho e teu blog. Visite o Marcos do Tempo e conheça o Prêmio Internacional Utopie Calabresi.
Beijos amiga!