Pablo Picasso, 1897.
Museu Picasso, Barcelona.
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A forma de abordagem afasta profissional médico do posicionamento humanizado que a profissão deve exigir e a maioria dos artigos da área é direcionada apenas à enfermagem denotando que o cuidado é delegado sem averiguar se existem condições estruturais e psíquicas de fornecê-lo.
Ensinar o cuidador a planejar seu trabalho para diminuir a sobrecarga sobre o mesmo, deve ser o aspecto mais imediato dos encontros, afinal o cuidador tem o direito de receber ajuda de toda a família, tem direito a descansar, de tirar férias, de receber afeto e carinho, consideração e respeito por aquilo que faz, tem direito de cuidar de seus próprios problemas.
Estabelecer com o círculo familiar algumas orientações, propondo medidas de alívio, dentre elas que a tarefa de cuidar não pode ser só de uma pessoa, mas todos os familiares devem se esforçar para ajudar e amenizar a carga e o stresse deste indivíduo; Todos os familiares devem tomar conhecimento da doença que estão lidando.
A família, em conjunto, deve planejar o cuidado, com tarefas, horários e contribuições inclusive, financeiras. A doença crônica, em geral, é uma doença de alto custo, com gastos elevados com itens como: remédios, fraldas descartáveis, plano de saúde, cuidadores profissionais para ajudar no banho, no curativo, dar medicações, para dormir, entre outros.
O auxílio com psicoterapia em grupo para o “paciente oculto”, tende a ser muito valioso se efetivado. Reuniões são bastante educativas, e mostram ao “paciente oculto” que não está lutando sozinho, além de atender algumas demandas singulares.
Informar sobre a existência, bem como sobre a afiliação em organizações que se preocupam exclusivamente com doenças específicas fornecem uma série de subsídios para o cuidado efetivo. 31
Enfim, a qualidade de vida do cuidador é o fato que o retira da condição de paciente oculto, e é primordial para a qualidade de vida do portador de doença crônica que é será por ele cuidado.
Atualmente no Brasil32, crescem em importância os estudos sobre cuidados domiciliários à saúde de pessoas com perdas funcionais e dependência e seus cuidadores, em razão das transições demográfica e epidemiológica do país.
Políticas públicas efetivas, destinadas a oferecer uma rede de serviços de suporte às famílias de pessoas com perdas funcionais e dependência, são primordiais para a diminuição da sobrecarga do cuidador e conseqüente melhora da sua qualidade de vida e de seus familiares.
A filosofia de apoiar os cuidadores, disponibilizando-lhes informação, dando-lhes a oportunidade de partilhar experiências e emoções, e ajudando-os a encontrar alternativas para lidar com os seus problemas deve ser implantada e não é algo tão complexo e utópico.
Com os grupos, não se pretende oferecer soluções para todos os problemas e preocupações, mas sim ajudar os cuidadores a encontrarem soluções para si e evitar que os cuidadores sejam reduzidos ao mero conceito de paciente oculto.
Nesta linha, o trabalho de grupo com cuidadores é olhado como um processo de reflexão sobre a prestação de cuidados, ampliação de competências, desenvolvimento de autonomia e poder.
Daí a importância de envolver ativamente os membros no planejamento e no desenvolvimento do seu próprio grupo, e em exercitar as suas aptidões práticas.
O grupo cria próprio um ambiente protetor, em que os membros encontram compreensão, confiança e contactos sociais, que vão depois promover o desenvolvimento interior e interpessoal.
Apenas por intermédio de psicoterapia o “paciente oculto” deixará de sê-lo para se transformar em um paciente saudável percebendo que também tem direito de receber cuidados, que deve haver participação e ajuda dos familiares, no cuidados do dependente. Tendo como direito a ajuda da sociedade para suas mazelas psíquicas, afinal um cuidador também pode ficar triste e ter seus momentos.
Cuidar de alguém não pode ser baseado no estímulo gerado apenas por culpas. O trabalho mesmo que no âmbito doméstico deve ser respeitado. O trabalho deve ser reconhecido. Mesmo cuidando de outras pessoas, deve-se preservar a individualidade, os interesses pessoais e as necessidades singulares do cuidador.
Faz-se necessário conhecer a patologia que é cuidada, bem como treinamento ou instrução de como lidar com os problemas que surgem. O “paciente oculto” não é escravo e tem o direito de ser feliz.
Referências:
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