O médico indiano Sushruta "Pai da Cirurgia" é autor de “Susrutha Samhita”, o mais antigo texto cirúrgico que alia as idéias da prática cirúrgica à clínica.
Segundo o Jurmento de Hipócrates os médicos não poderiam realizar a talha, ou seja, seccionar; Os conhecimentos da cirurgia vieram da dissecação de cadáver, o que certamente era repulsiva para muitos médicos.
Os médicos eram profissionais intelectuais, com vasta cultura, capaz de reconhecerem os males e curá-los.
O procedimento cirúrgico, por se tratar de um trabalho manual, artesanal, sempre gozou de pouco estatus social, uma vez que artesão é o profissional em geral sem formação técnica, que trabalha individualmente na produção de ofício manual e aí obtém a sua renda.
Devido à reduzida carga de intelectualidade para realizar tal ofício, o mesmo ficou sob responsabilidade dos barbeiros que se especializaram no ofício passando a serem conhecidos como “barbeiros cirurgiões”.
Por volta do século XIII muitas cidades exigiam que os cirurgiões tivessem estudo ou treinamento antes de realizar a prática.
Montpellier, Padua e Bologna eram voltadas ao lado acadêmico da Cirurgia, mas já no séc. XV a cirurgia ainda era um objeto de estudo separado da medicina.
Um marco foi Rogerius Salernitanus publicar Chirurgia um manual para cirurgia ocidental.
Entre os cirurgiões modernos estão médicos militares com procedimentos como amputação. Os cirurgiões navais eram cirurgiões-barbeiros, que combinavam a cirurgia com seu trabalho principal de barbeiro.
As salas para cirurgia eram públicas, sendo uma sala da Igraja de St Thomas em Southwark, Inglaterra conhecida como a mais antiga sala de cirurgia.
As intervenções na cabeça até a metade do século XIX se restringiam a tratar fraturas e hematoma extradural, ou ainda secreções purulentas.
Para o desenvolvimento da neurocirurgia foi necessário o avanço da cirurgia geral, em especial com a anestesia (Morton, 1846) e a anti-sepsia (Lister, 1867) e a teoria das localizações cerebrais (Broca, 1861).
No Brasil, o nascimento da neurocirurgia dependeu também do desenvolvimento prévio da cirurgia e da anestesia.
Augusto Brandão Filho foi denominado o Príncipe da Cirurgia Brasileira e pode ser considerado o precursor da neurocirurgia brasileira, pois foi o primeiro cirurgião geral a ir além da cirurgia craniana do trauma, tentando a cirurgia de tumores, neuralgia do trigêmeo e iniciando exames neurorradiológicos (ventriculografia e angiografia).
No livro Tumores do encéfalo: algumas observações comentadas há o relato de seis casos de intervenção sobre o crânio, todos os casos foram operados em fase avançada de hipertensão intracraniana e faleceram. A indicação cirúrgica baseava-se apenas no exame neurológico e no exame radiológico simples do crânio. Apenas um caso foi submetido à ventriculografia.
Em 1876 com The Functions of the Brain e o estudo das localizações de funções cerebrais houve grande impacto sobre a neurocirurgia nascente, o autor ressalta a importância da teoria das localizações cerebrais e da topografia cranioencefálica para o tratamento cirúrgico das lesões encefálicas. Assim, ele ampliou a aplicação à neurocirurgia dos conceitos de localizações cerebrais, agora com maior número de topografias funcionais conhecidas.
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