segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Profeta Baruc

“Malditos os que fizeram mal a você ou ficaram contentes com a sua derrota.” Baruc 4:31.




Baruc, nome de origem hebraica que significa ‘o abençoado’.


Baruc ou Baruque ou Baruk ben Neriá é o personagem bíblico, sendo ainda o nome de um dos livros deuterocanônicos do AT de autoria atribuída ao próprio Baruque, que era um sofer (um alto funcionário da administração babilônica na Judéia).


Era um homem erudito e de família nobre (Jr 51:59 ss), que foi secretário de Jeremias durante o Exílio na Babilônia do povo israelita na Babilônia.


Filho de Nerias, irmão de Seraías, amigo e secretário do profeta Jeremias. Pelas instruções de Jeremias, escreveu Baruque as profecias daquele profeta, comunicando-as aos príncipes e governadores.


Foi acusado de traição, pois, mostraram ao rei como prova das suas afirmações os seus escritos.


Foi ordenada a prisão dos dois, mas eles escaparam.


Depois da conquista de Jerusalém pelos babilônios (586 a.C.), foi Jeremias bem tratado pelo rei Nabucodonosor - e Baruque foi acusado de exercer influência sobre Jeremias a fim de não fugirem para o Egito (Jr 43:3).


Mas, por fim, foram ambos compelidos a ir para ali com a parte remanescente de Judá (Jr 43:6). Durante o seu encarceramento deu Jeremias a Baruque o título de propriedade daquela herdade que tinha sido comprada a Hanameel (Jr 32:8-12).


O ‘Livro de Baruc’ conta com seis capítulos, sendo que a autoria dos cinco primeiros é atribuída à Baruc, enquanto que a autoria do sexto é atribuída a Jeremias.


A obra objetiva mostrar como era a vida religiosa daquele povo, seus cultos e tem o mérito de conservar o sentimento religioso dos israelitas dispersos pelo mundo todo após a ruína de Jerusalém e a perda de quase todas as suas instituições.


Mostra como eles conservaram viva a consciência de ser um povo adorador do verdadeiro Deus. Ao mesmo tempo, mostra a consciência que tinham do desastre nacional: não atribuem tudo isso à infidelidade de Javé;


Reconhecem que os males se originaram por culpa deles próprios: estão assim porque desprezaram a palavra dos profetas, rejeitaram a justiça e a verdadeira sabedoria. Mas, ao lado dessa consciência de seus pecados, conservam uma viva esperança, pois acreditam que Deus não abandona o seu povo e continua fiel às promessas. Se houver arrependimento e conversão, poderão confiar no perdão divino: serão reunidos de novo em Jerusalém, que é para sempre a cidade de Deus.


A carta do capítulo sexto é uma carta que nos leva aos templos pagãos, cujos ídolos estão empoeirados e carcomidos de cupim.


Tais ídolos, apresentados de forma atraente e grandiosa, não têm vida, nem são capazes de produzir vida:


"Não podem salvar ninguém da morte e nem podem livrar o fraco da mão do poderoso. Não são capazes de devolver a vista ao cego nem de livrar um homem do perigo; não têm compaixão pela viúva nem prestam qualquer ajuda ao órfão. Esses deuses de madeira prateada ou dourada parecem pedras tiradas do morro: quem se ocupa deles só vai passar vergonha. Como, então, pensar ou dizer que são deuses?" (Br 6:35-39).


O Livro de Baruc é composto de textos com gêneros literários diferentes, sugerindo que não são do mesmo autor ou da mesma época.


Pode-se dividir a obra em cinco partes.


Sendo a primeira, o capítulo 1:1-14: faz uma descrição da origem da obra, uma introdução (em prosa);


A segunda, o capítulos 1:15 a 3:8: há confissão dos pecados de Israel (1:15-2:10) e suas orações, pedindo perdão (2:11-3:8), foi escrita originalmente em hebraico (em prosa), e desenvolve a oração de Dn 9:4-19.


A terceira, capítulos 3:9 a 4:4: no qual os profetas exortam o povo a parar de cometer erros e seguir os mandamentos dados (em poesia, no estilo dos livros sapienciais).


A quarta parte, capítulos 4:4 a 5:9: O povo recebe por meio dos profetas a promessa de que será liberto do cativeiro (em poesia).


A quinta parte, no capítulo 6: Jeremias diz que o povo está idolatrando e que deve parar com isso (Carta de Jeremias - em poesia). Na Septuaginta este capítulo é um livro a parte, enquanto que na Vulgata é o capítulo 6 do Livro de Baruc, que parece ter sido escrito originalmente em hebraico e 2Mc 2:1-3 se refere a quinta parte.


Alguns capítulo dos livros de Baruque são conhecidos por nomes individuais.


Sendo eles, Baruque: Livro de Baruque.


Baruque: Apocalipse siríaco de Baruque. Os capítulos 78-87 são também conhecidos por Carta de Baruque à tribo dos nove e meio.


Baruque: Apocalipse de Baruque ou Apocalipse grego de Baruque.


Baruque: Paralipomena de Jeremias aparece como título em diversos manuscritos antigos gregos deste capítulo, significando "coisas deixadas de fora do livro de Jeremias".


Embora a introdução (1:1-14) sustente que foi escrito por Baruc e enviado a Jerusalem para ser lido nas assembléias litúrgicas, há estudos que indicam que os textos não foram escritos pelo próprio Baruc, o secretário de Jeremias, e que, provavelmente, foram escritos no século II AC ou em meados do séc I AC.


Apesar de não integrar a série dos profetas do AT, Baruc foi incluído na representação dos profetas de Congonhas, devido ao seu destaque na ordem do Cânon bíblico.


As profecias de Baruc estão ligadas à pregação de Jeremias, e, na edição da "Vulgata", as duas constituem um único livro.


Baruc traz nas mãos um filactério, que mais uma vez traduz em sua citação, uma síntese de várias passagens de suas profecias, em vez de um texto bíblico preciso.


"Adventum Christi Im Carne/ Postremaque/ Mund,/ Tempora/ Praedico,/ - " Praemoneo que/ Pios/. Baruc. Cap. 1."


"Eu Predigo a vinda de Cristo na carne e os últimos tempos do mundo, e previno os piedosos, Baruc. Cap.1".


A escultura, situada no pedestal que arremata o muro de alinhamento central do adro, representa um personagem jovem e imberbe, vestido de túnica curta e manto, calçado de botas.


Com turbante na cabeça e com bordas decoradas semelhantes ao de Jeremias.


Uma das mãos sustenta as pregas do manto, enquanto a outra segura o filactério.


É considerada uma das obras mais pobres artisticamente do conjunto. Destaca-se a beleza de sua face.

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