segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

αισθητική

“A lei suprema da arte é a representação do belo.”

Da Vinci

Estética é um ramo da filosofia que objetiva estudar a natureza do belo, dos fundamentos da arte.

Estuda o julgamento e a percepção do que é considerado belo, a produção das emoções pelos fenômenos estéticos, bem como: as diferentes formas de arte e a técnica artística;

A estética ocupa-se da idéia de obra de arte e de criação, da relação entre matérias e formas nas artes, mas, acima de tudo, a estética também pode ocupar-se do sublime e da privação da beleza, ou seja, o que pode ser considerado feio, ou até mesmo ridículo.

Gosto do conceito de Hegel, para quem “a beleza só pode se exprimir na forma, porque ela só é manifestação exterior através do idealismo objetivo do ser vivente e se oferece à nossa intuição e contemplação sensíveis”.

A beleza nos chama a contemplação, mas também ao pensamento, e Eco no livro 'A História da Beleza' reflete acerca das diversas transformações do conceito de beleza não apenas no mundo das artes, como em diversas áreas do conhecimento: filosofia, teologia, ciência, política, economia, dentre outras.

Umberto Eco parte do princípio de que a Beleza nunca foi algo de absoluto e imutável, mas assumiu rostos diferentes segundo o período histórico e a região; não só no que diz respeito à Beleza física, mas também em relação à Beleza de Deus ou dos santos ou das idéias.
Num mesmo período histórico, as imagens dos pintores e dos escultores pareciam celebrar certo modelo de Beleza, a literatura celebrava outro. A Beleza tem que ser conceituada, mas são tantos os parâmetros para sua definição que permite a pluralidade da beleza.

Por isso, de vez em quando, deveremos fazer um esforço e ver como é que modelos diferentes de Beleza coexistem numa mesma época e como é que outros se vão mutuamente encontrando ao longo de épocas diferentes.

Em novembro de 2010 tive contato com umas das formas de belo na atualidade. Foi na discreta exposição de arte no Mackenzie de São Paulo, com obras dos alunos do ‘Ensino Fundamental II’ do sexto e sétimo anos, elaborada durante as aulas da Professora Elianete Martini de Campos, tendo como Laboratorista Regina Andrade.

Na ocasião da minha visita, tive o prazer de conhecer alguns dos pintores. Apesar da diferença significativa de idade, conversamos e fotografamos: o amor pela pintura e as dificuldades do processo de pintar nos unia. Era como se já nos conhecêssemos.

A presença dessas crianças, com as quais conversei sobre a importância da pintura e a alegria da exposição, fez com que me lembrasse de Ernest Hemingway: "De todos os presentes da natureza para a raça humana, o que é mais doce para o homem do que as crianças?"

Os artistas foram simpáticos, acolhedores. O que fez com que eu me recordasse do quão curativo é tal tipo de troca de afeto, trocar experiências sem interesses velados ou segunda intenção.

O mundo adulto está distante de tal amizade sincera, por isso, as crianças são tão agradáveis.

Foi uma simples partilha do momento presente, só porque estamos presentes no mesmo tempo, no mesmo espaço.

"A criança é por natureza um ser do encantamento, um ser que experimenta a leveza, e que não retém a dor."

Foi uma das melhores e mais afetuosas exposições de arte que contemplei nos últimos anos... E, por isso, foi guardada para a primeira postagem de 2011.

* Fotos: Mayra Lopes; Exposição de arte no Mackenzie, novembro de 2010.

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