sábado, 7 de maio de 2011

Ausculta Cardíaca no Homem Normal

"Há coisas que melhor se dizem calando."

Machado de Assis

Introdução



A Ausculta Cardíaca é a parte da Semiologia médica que estuda os sons gerados pelo ciclo cardíaco e seu significado. Utiliza-se de um estetoscópio. O estetoscópio padrão tem duas olivas, que se encaixam na orelha do examinador, um ou dois tubos condutores por onde o som é conduzido, e uma campânula ou um diafragma, que é colocado no corpo do examinando, para amplificar os sons corporais.


Quando se ausculta uma pessoa com um estetoscópio, o batimento cardíaco é marcado por dois sons, descritos como “lub, dub; lub, dub”. O “lub” é é a primeira bulha cardíaca e é causada pelo fechamento das válvulas atrioventriculares durante a contração dos ventrículos. O “dub” é a segunda bulha, causada pelo fechamento das válvulas aórtica e pulmonar ao termino da contração.


Quando os ventrículos contraem, as pressões aumentadas nos dois ventrículos forçam o fechamento das cúspides das válvulas atrioventriculares. A interrupção súbita do fluxo dos ventrículos para os átrios faz com que o sangue produza vibrações das paredes cardíacas e do próprio sangue e essas vibrações são transmitidas ate a parede torácica, onde são ouvidas as primeiras bulhas, o som “lub” ou “tum”.


Imediatamente após os ventrículos terem descarregado seu sangue para o sistema arterial, o subseqüente relaxamento ventricular permite que o sangue volte a fluir para trás, das artérias para os ventrículos, o que provoca o fechamento abrupto das válvulas aórtica e pulmonar, produzindo vibrações no sangue e nas paredes das artérias pulmonar e aorta., essas vibrações são transmitidas para a parede torácica, causando a segunda bulha, o som “dub” ou “tá”.


E através dos focos primários que percebe-se as bulhas cardíacas. São focos: Foco mitral, localizado na sede do “íctus cordis”, ou seja, no 4º e 5º espaço intercostal esquerdo entre a linha mamilar e para- esternal, cerca de 8 cm da linha mediana anterior. Foco tricúspide, localizado no segmento inferior do esterno, junto à base do apêndice xifóide. Foco pulmonar, localizado na extremidade esternal do 2º espaço intercostal esquerdo, junto à borda esternal. Foco aórtico, localizado na extremidade esternal do 2º espaço intercostal direito, junto à borda esternal.


Ausculta cardíaca nomal, evidencia a primeira bulha (B1) que representa o fechamento das valvas mitral e tricúspide e início da sístole e a segunda bulha (B2) que representa o fechamento das valvas aórtica e pulmonar e início da diástole.


Os motivos que levam a encaminhar ao cardiologista podem ser bastante variados, sendo os mais freqüentes detectáveis pela ausculta: sopro cardíaco, dor precordial, suspeita de arritmia e queixas de cansaço/dispnéia. Outras queixas menos freqüentes incluem: presença de ruídos cardíacos de difícil definição, cianose, radiografia de tórax aparentemente anormal e outras.


Deve ser lembrado que é comum a ocorrência de cardiopatia congênita, grave, em paciente totalmente assintomático, encaminhado para avaliação especializada devido à descoberta ocasional de um sopro cardíaco.



Objetivos



O objetivo do experimento consiste em efetuar a ausculta cardíaca em um homem normal.



Materiais









Estetoscópio


Material para anotação



Desenvolvimento



4.1- Procedimento Experimental:



Tomou-se um colega como paciente, deixando o tórax do mesmo exposto. Sentado, inclinado para frente nota-se a posição de impulso cardíaco. Posteriormente, colocando-se o estetoscópio sobre o pré-córdio efetuo-se a ausculta ouvindo e anotando as bulhas.



4.2- Resultados:









Ritmo regular em dois tempos


Bulhas normofonéticas



Análise dos Resultados



A ausculta cardíaca encontra-se dentro dos parâmetros normais, por se tratar de um adulto livre de patologias cardiovasculares.



Conclusões



As avaliações efetuadas sugerem que o paciente possui sons cardíacos equivalentes ao de um coração livre de patologias.


Considerações:


1- A relação de tempo entre o pulso radial e a carótida não existem, pois ambos seguem o mesmo padrão por se tratarem de pulsos arteriais.


A relação entre o pulso e a bulha pode ser descrita da seguinte forma: “tum”, pulso, “ta”.


2- As bulhas são ouvidas de forma diferente de acordo com a região do pré-cordio na qual realiza-se a ausculta. Tal diferenciação pode ser evidenciada pela distinção de focos para a ausculta.


São focos:


Foco mitral – localizado no 5o. espaço intercostal esquerdo, linha hemi-clavicular.


Foco aórtico – localizado no 2o. espaço intercostal direito, região paraesternal (ao lado do esterno).


Foco aórtico acessório, localizado no 3o. espaço intercostal esquerdo, região paraesternal.


Foco pulmonar – localizado no 2o. espaço intercostal esquerdo, região paraesternal.


Foco tricúspide – localizado no 5o. espaço intercostal direito, região paraesternal.


3- A primeira bulha equivale a “tum” e a segunda equivale a “ta”.


4- Com o paciente em decúbito as bulhas mesmo normofonéticas ficam menos audíveis, devido à redução do esforço.


5- Após realizar uma atividade física proposta as bulhas estão em ritmo mais acelerado apesar de continuarem intercaladas pelo pulso e normofonéticas. Não há alteração independentemente de qual pulso está sendo avaliado. A ausculta varia de acordo com a área auscultada permitindo que algumas bulhas apareçam de forma mais nítida.



Referências:


BERALDO, W. T.: Fisiologia. 1 ed. Imprensa UFMG. Belo Horizonte, 1968.


MOREIRA, D. A. R.: Fisiologia Humana. Apostila da Faculdade de Medicina de Itajubá, 2009.


GUYTON, A. C.; HALL, J. E. : Tratado de Fisiologia Médica. 11 ed. Elsevier. Rio de Janeiro, 2006.


Estudo do Pulso

"Está morto: podemos elogiá-lo a vontade."

Machado de Assis


Introdução




Quando se palpa uma artéria, o pulso arterial é percebido como uma expansão da parede arterial síncrona com o batimento cardíaco. A expansão é devida à distensão súbita da parede arterial originada pela ejeção ventricular na aorta e sua transmissão aos vasos periféricos. Na realidade, o pulso arterial é uma onda de pressão dependente da ejeção ventricular e, por isso, a análise do pulso arterial proporciona dados inestimáveis da ejeção ventricular esquerda, do mesmo modo que o pulso venoso expressa a dinâmica do enchimento ventricular direito.


Recomenda-se as seguintes táticas na palpação do pulso arterial: efetuar um mínimo de compressão e com mais de uma polpa digital; Executar movimentos de vai e vem ao longo da artéria que está sendo explorada. Obter informações sobre as características de dureza, consistência, forma e decurso. A artéria é normalmente retilínea, mole, de superfície lisa e uniforme e não dá a sensação de relevo na compressão e no movimento de lateralização;


Deve-se palpar, na ordem, as seguintes artérias: radial, braquial, subclávia, aorta, carótida, temporal, aorta abdominal, femoral, poplítea, tibiais posteriores, tibiais anteriores, pediosas.


Perceber as seguintes características propedêuticas: Estado da parede da artéria: depressível, endurecida, em "traquéia de passarinho", dilatada, aneurismática; Freqüência; Ritmo: o ritmo normal é caracterizado pelas amplitudes iguais com espaços ou intervalos também iguais. Composição: uma onda, duas ondas (bi-esferens); Amplitude: mediana, grande, pequena; Celeridade: lento, célere.


Normalmente examina-se o pulso arterial primeiramente no punho, considerando-se cinco propriedades, além do estado da parede arterial: frequência, ritmo, tensão, amplitude e forma. O que se palpa é uma onda de pressão, por isso para ser analisada e, toda sua amplitude é necessário variar a força que exerce os dedos sobre a artéria até que se detecte o movimento máximo: isso equivale a uma pressão igual à tensão diastólica. O vértice ou cúspide do pulso é liso e bastante agudo (onda de percussão), sem ser abrupto. A cúspide mantém-se momentaneamente, dando ao pulso um vértice arredondado, e a queda é rápida sem ser precipitada. O conjunto do movimento da onda de pulso é uniforme. Os fenômenos que ocorrem na vertente ascendente do pulso até o seu vértice chamam-se anacróticos, enquanto os que ocorrem na vertente descendente chamam-se catacróticos (incisura dícrota e onda dícrota).


A análise clínica do pulso arterial baseia-se nas propriedades que só se podem obter por palpação: a amplitude e a forma (qualidade) da onda de pulso. Ambas se aprende por experiência; no entanto, se a apreciação da forma requer hábito, a amplitude é um dado de fácil aprendizado e que permite afirmar se a onda de pulso é normal, aumentada ou diminuída, e que é útil para a classificação inicial do pulso arterial.



Objetivos



O objetivo do experimento consiste em efetuar o estudo do pulso arterial.







Materiais













Cronômetro


Material para anotar os dados


Degrau com cerca de 35 centímetros


Calculadora




Desenvolvimento




4.1- Procedimento Experimental: Descrição do Pulso



Tomou-se a mão de um colega como paciente, com a palma voltada para cima. Aplicou-se três dedos sobre a artéria radial com o indicador na direção mais próxima. Verificou-se as características do pulso.



4.2- Resultados:





















PALPAÇÃO


FREQUENCIA -> 77bpm


VOLUME -> cheio


TIPO DE ONDA -> normal


RITIMICIDADE -> rítmico


TENSÃO -> forte


PULSO CONTRA-LATERAL -> simétrico


PULSO PARADOXAL -> some na inspiração




4.3- Procedimento Experimental: Teste de Harvard



O elemento foi submetido ao ato de subir e descer no banco 30 vezes por minuto durante quatro minutos. Ao final, verificou-se três determinações de pulso, uma depois de um minuto, a segunda depois de dois minutos, a terceira depois de três minutos. Sendo a determinação da freqüência cardíaca realizada em espaço de trinta segundos.


Os índices obtidos foram computados segundo a fórmula.



4.4- Resultados:














FÓRMULA


RESULTADO


Duração do exercício x 60 x 100 /


2 x (a + b + c )


4 x 60 x 100 /


2 x (73 + 69 + 61 )



59.11


















PADRÃO


Abaixo de 55 -> condição física fraca


De 55 a 64 -> condição física baixa


De 65 a 70 -> condição física média


De 80 a 89 -> condição física baixa


De 90 para cima -> excelente




Análise dos Resultados



Pulso nos padrões de normalidade.


Condição física baixa.



Conclusões



Com base nas avaliações efetuadas, pode-se concluir que apesar de portar pulso arterial normal, a condição física do paciente de acordo com os padrões estabelecidos pelo teste de Harvard implica em condição física baixa.


Em função da facilidade e rapidez de execução deste testes, é necessário que saiba interpretar os resultados obtidos.


Qualquer anormalidade encontrada durante este teste, bem como durante a análise do pulso, deve ser rigorosamente elucidada através de todos os recursos disponíveis; Principalmente, dos testes cardiológicos monitorizados e de dados importantes que podem ser facilmente fornecidos por exames laboratoriais de simples execução.



Respondendo as questões propostas:


A – O que se entende por pulso capilar?


- O empalidecimento e ruborização pulsáteis das unhas dos dedos, à compressão leve, são chamados de "pulsação capilar" ou "sinal de Quincke". Pode sugerir insuficiência aórtica.


B – O que se entende por pulso venoso?


- O pulso venoso, uma onda de volume, reflete a dinâmica do retorno venoso ao coração direito. Realmente, as ondas do pulso venoso expressam as alterações de volume do átrio direito em cada momento do ciclo cardíaco, e a pressão venosa indica a pressão do átrio direito, com o que se obtém informação estática do enchimento ventricular. O pulso venoso é mais importante do que a ausculta, pois as ondas, ao contrário do estetoscópio, refletem a hemodinâmica cardíaca. Em conjunto, o exame dos pulsos arterial e venoso nos informa sobre a ejeção e o enchimento ventricular esquerdo e direito, respectivamente. Por seu significado fisiopatológico, o exame clínico do pulso venoso jugular faz-se em dois aspectos: pressão venosa e forma de pulso. O pulso venoso, como é observado na cabeceira do doente, é a extremidade oscilante da porção proximal distendida das veias jugulares internas.



Referências




BERALDO, W. T.: Fisiologia. 1 ed. Imprensa UFMG. Belo Horizonte, 1968.



MOREIRA, D. A. R.: Fisiologia Humana. Apostila da Faculdade de Medicina de Itajubá, 2009.



GUYTON, A. C.; HALL, J. E. : Tratado de Fisiologia Médica. 11 ed. Elsevier. Rio de Janeiro, 2006.

Efeitos da Infusão de Íons sobre a Atividade Cardíaca

"A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal."

Machado de Assis





Introdução


O tecido muscular cardíaco possui origem mesodérmica, caracterizado por apresentar células (ou fibras) aloongadas com capacidade de contração e distensão, proporcionando movimentos de contração cardíaca. Possui fibras musculares mononucleadas com estrias transversais. Presença de discos intercalres entre fibras musculares. Contração involuntária e rápida.
As fibras se dispõem lado a lado, juntando-se e separando-se entre si, através de "junções de abertura". Uma grande vantagem neste tipo de disposição de fibras é que o impulso, uma vez atingindo uma célula, passa com grande facilidade às outras. A este conjunto de fibras, unidas entre si, "observadas em microscópio óptico, aparentemente forma um sincício, mas na verdade ao observar em um microscópio eletrônico, nota-se a formação de discos intercalares. Existem dois sincícios funcionais formando o coração:




  • Sincício Atrial


  • Sincício Ventricular

Os dois são separados por uma membrana de tecido fibroso. Isso possibilita que a contração nas fibras que compõem o sincício atrial ocorra em tempo diferente da que ocorre no sincício ventricular.


Isso concorre para a perfeição do batimento cardíaco,ou seja, enquanto o átrio se contrai (sístole) o sangue é ejetado para ventrículo (em diástole), e quando o átrio relaxa (diástole), o ventrículo se contrái (sístole) proporcionando assim o fechamento das válvas e impulsionando o sangue para as artérias. Portanto, o "atraso" dos impulsos, ocasionado pela membrana de tecido fibroso entre átrios e ventrículos, causa diferença de contração entre eles.


A força da contração cardíaca não se deve à quantidade fibras ativadas primeiramente porque o coração não recebe inervação motora do sistema nervoso central, pois possui um sistema especializado de excitabilidade e condutibilidade: a fibra cardíaca é formada por muitas células individuais separadas entre si por discos intercalares que possuem uma resistência elétrica muito baixa em relação à membrana sarcoplasmática normal. A baixa resistência elétrica permite que o músculo cardíaco se comporte como um sincício onde as células são interligadas, o que implica na chamada lei do tudo ou nada - essa lei determina que uma vez que tenha chegado à membrana de uma miocélula um potencial de ação que se propaga por todas as demais, e logo todas irão se contrair quase que ao mesmo tempo e com mesma intensidade. O coração contrai de uma só vez ou simplesmente não contrai.


Tal mecanismo de contração sofre influência de determinados íons, que consistem em uma espécie química eletricamente carregada, geralmente um átomo ou molécula que perdeu ou ganhou elétrons. A alteração depende do íons empregado, o que será avaliado na prática proposta.


Objetivos


O objetivo do experimento consiste em averiguar os efeitos da infusão de íons sobre a atividade cardíaca.


Materiais
































Estilete metálico para destruição da medula


Placa de cortiça


Material de dissecação


Alfinete em S


Quimógrafo


Solução de Ringer


Solução de CaCl2 a 1%


Solução de KCl a 0.1%


Solução de HCl a 0.1%


Solução de NaOH a 0.1%


Adrenalina – 20 microgramas/mL


Acetilcolina – 2 microgramas/mL


Atropina – 5 gotas de solução de 200 microgramas/mL



Desenvolvimento


4.1- Procedimento Experimental:


Imobilizou-se o sapo por destruição do sistema nervoso central (SNC), fixando-o em cortiça e efetuando a abertura do tórax para expor o pericárdio do coração previamente seccionado cuidadosamente.


Após prender o ápice do ventrículo com um alfinete em “s” ligado a um fio de linha que auxilia no traçado efetuado por intermédio do quimógrafo, registraram-se os batimentos cardíacos mediante a aplicação das seguintes substâncias: CaCl2, KCl, HCl, NaOH, Adrenalina, Acetilcolina e Atropina.




4.2- Resultados:























SUBSTÂNCIAS


CaCl2 -> ANTES: 31b/15s = 2.06b/s DEPOIS: 28b/15s = 1.86b/s


KCl -> ANTES: 28b/15s = 1.86b/s DEPOIS: 19b/15s = 1.26b/s


HCl -> ANTES: 23b/15s = 1.53b/s DEPOIS: 28b/15s = 1.86b/s


NaOH -> ANTES: 18b/15s = 1.2b/s DEPOIS: 31b/15s = 2.06b/s


Adrenalina -> ANTES: 20b/15s = 1.33b/s DEPOIS: 30b/15s = 2b/s


Acetilcolina -> ANTES: 18b/15s = 1.2b/s DEPOIS: 12b/15s = 0.8b/s


Atropina -> ANTES: 17b/15s = 1.13b/s DEPOIS: 27b/15s = 1.8b/s



Análise dos Resultados

Por observação podemos constatar o seguinte a respeito das experiências em infusões de íons sobre a atividade cardíaca.


Mediante a administração de CaCl2 a 1% observou-se uma redução pouco significativa da freqüência cardíaca de 2b/s para 1.8 b/s. Em relação à amplitude o traçado indica que houve um aumento da força de contração cardíaca o que é efeito esperado da substância devido a grande quantidade de íons cálcio.


Mediante a administração de KCl a 1% observou-se uma redução da freqüência cardíaca de 1.8b/s para 1.2b/s. O que indica que o excesso de íons potássio deprimem a função cardíaca. Pois, o excesso de potássio nos líquidos extra-vasculares faz com que o coração se torne extremamente dilatado e flácido e isso lentifica a freqüência cardíaca, podendo também bloquear o estímulo elétrico dos átrios para os ventrículos.


Mediante a administração de HCl a 0.1% observou-se um aumento na freqüência cardíaca de 1.5b/s para 1.8b/s; Uma vez que, o cloreto de hidrogênio é irritante e corrosivo para qualquer tecido com que tenha contato, ativando receptores de dor do coração bem como a atividade simpática que se manifesta em situações nocivas.


Mediante a administração de ADRENALINA a 20microgramas por mL observou-se uma aumento na freqüência cardíaca de 1.3b/s para 2b/s. A adrenalina é responsável pela taquicardia, aumento da pressão arterial e da freqüência respiratória, aumento da secreção do suor, da glicose sangüínea e da atividade mental, além da constrição dos vasos sangüíneos da pele, sendo a substância do sistema nervoso simpático.


Mediante a administração de ACETILCOLINA a 2microgramas por mL observou-se uma redução na força de contração cardíaca, levando o animal a parada cardíaca por alguns segundos. Houve redução da freqüência de 1.2b/s para 0.8b/s. A acetilcolina é o neurotransmissor secretado pelos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático. Dessa forma, a estimulação parassimpática do cérebro promove bradicardia, diminuição da pressão arterial e da freqüência respiratória e relaxamento muscular.


Mediante a administração de ATROPINA a 200 microgramas/mL observou-se um aumento na freqüência cardíaca de 1.1b/s para 1.8b/s . A atropina atua bloqueando o efeito do nódulo sinoatrial, o que aumenta a condução através do nódulo atrioventricular e consequentemente o batimento cardíaco. É um antagonista competitivo das ações da acetilcolina e outros agonistas muscarínicos.


Mediante a administração de NaOH a 0.1% observou-se um aumento na freqüência cardíaca de 1.2b/s para 2b/s. Uma vez que, o hidróxido de sódio é corrosivo para qualquer tecido úmido com que tenha contato. O contato causou a ativação dos receptores de dor do coração bem como a atividade simpática que se manifesta em situações nocivas. Posteriormente, a frequencia, bem como a força de contração diminuiram e levaram o animal ao óbito devido ao alto índice lesivo da substância que foi reduzindo a atividade cardíaca.



Conclusões



Um importante objetivo de ensino da fisiologia é prover uma sólida compreensão dos conceitos básicos que fundamentam os processos vitais de ordem superior, aumentando sua percepção dos conceitos unificadores e melhorando a habilidade em resolver problemas.


O Aparelho Cardiovascular funciona para fornecer e manter suficiente, contínuo e variável fluxo sangüíneo aos diversos tecidos do organismo, segundo suas necessidades metabólicas para desempenho das funções que devem cumprir diante das diversas exigências funcionais a que o organismo está sujeito, alterando o seu comportamento de acordo com as substâncias que são administradas nesse tecido.


A presente prática permite a visualização da ação de substâncias no tecido cardíaco “in vivo”


Conclui-se, portanto, que CaCl2 é um íon que aumenta a força de contração quando administrado. Que KCl reduz a freqüência. Que HCl aumenta a freqüência numa tentativa do organismo de compensar danos. Que adrenalina é um estimulante do músculo estriado cardíaco, enquanto a acetilcolina é inibidor de suas ações. Que a atropina por ser antagonista competitivo da acetilcolina apresenta efeitos semelhantes aos da adrenalina. E que o NaOH pode levar o animal ao óbito devido ao alto poder lesivo que possui.


Que administração de tais substâncias consolidam parâmetros para administração de algumas na prática clínica cardiológica.



Referências:


BERALDO, W. T.: Fisiologia. 1 ed. Imprensa UFMG. Belo Horizonte, 1968.


CLARK, A. J.: The mode of action of drugs on cells. E Arnold & Co, London, 1933.


LEE, NH; El-Fakahany EE - Allosteric antagonists of the muscarinic acetylcholine receptor. Biochem Pharmacol 1991; 42: 199-205.


MOREIRA, D. A. R.: Fisiologia Humana. Apostila da Faculdade de Medicina de Itajubá, 2009.


GUYTON, A. C.; HALL, J. E. : Tratado de Fisiologia Médica. 11 ed. Elsevier. Rio de Janeiro, 2006.
















segunda-feira, 2 de maio de 2011

Origami no Humanizarte

"Um mágico transforma folhas em pássaros"



Na reunião teórica do 'Projeto Humanizarte' realizou-se uma oficina de origami.


Os origamis das fotos foram os montados por mim e depois decorados com corretivo e caneta preta.


O objetivo é utilizar de tal técnica nas visitas hospitalares do projeto.


Origami, do japonês: 折り紙, de oru, "dobrar", e kami, "papel". É a arte tradicional e secular japonesa de dobrar o papel, criando representações de determinados seres ou objetos com as dobras geométricas de uma peça de papel, sem cortá-la ou colá-la.



Segundo a cultura japonesa, aquele que fizer mil origamis da garça de papel japonesa (Tsuru) teria um pedido realizado - crença esta popularizada pela história de Sadako Sasaki.



Sadako Sasaki , foi uma garota japonesa que morou na província japonesa de Hiroshima, Japão, quando a bomba atômica foi lançada. Ela tinha somente 2 anos de idade quando se tornou uma hibakusha, vítima da bomba atômica.


Em 3 de agosto de 1955, Chizuko Hamamoto, amiga de Sadako, visitou-a no hospital e fez para ela um origami de um grou. Sua amiga lhe contou a lenda popular japonesa onde quem faz 1000 grous de origami tem direito a um desejo, desde então, todo dia Sadako passou a fazer seus Tsuru sempre com o mesmo pedido, se curar e voltar a viver normalmente.


Sadako conseguiu fazer 646 garças de papel e após sua morte, seus amigos fizeram mais 354, para que ela fosse enterrada com mil garças. Ela morreu dia 15 de outubro de 1955, seus amigos pediram dinheiro para várias pessoas para erguer um monumento em sua memória, no Parque da Paz, e lá gravaram as seguintes palavras, "Este é o nosso grito, esta é a nossa oração, Paz na terra".