26. Sobre a anatomia cirúrgica da relação entre a artéria
cerebral média e a fissura silviana, é INCORRETO afirmar que:
(A) o segmento M2 se estende do límen da ínsula até os sulcos
circulares superiores e inferiores, com seus ramos superficial e profundo,
respectivamente.
(B)
o segmento M3 ou opercular está anatomicamente relacionado com os opérculos
frontal e parietal superiormente e com o opérculo temporal inferiormente.
(C)
o ponto mais posterior do segmento M3 é chamado de ponto silviano e em
incidência lateral de angiografia cerebral corresponde ao limite posterior da
ínsula e ao pulvinar do tálamo.
(D)
a fissura silviana é dividida em partes superficial e profunda, sendo a parte
profunda subdividida e porção esfenoidal, que abriga maior parte do segmento
M1, e porção opérculo-insular.
(E)
o segmento M4 deixa a fissura silviana para percorrer a superfície lateral do
cérebro.
27. Estados alterados da consciência estão entre os motivos
mais comuns de consultas neurocirúrgicas e compreendem diferentes síndromes
clínicas com diferentes valores prognósticos. Sobre o tema, assinale a
alternativa correta.
(A)
Estado de coma após traumatismo crânioencefálico é uma entidade de baixa
mortalidade.
(B)
Traumatismo crânio-encefálico e parada cardiorespiratória revertida são causas
raras de estado vegetativo.
(C) Coma é um estado de perda da consciência transitório que
tipicamente não persiste por mais de 10 a 14 dias.
(D)
Perdas neuronais talâmicas bilaterais normalmente não são suficientes para
levar o paciente a um estado vegetativo.
(E)
Estado vegetativo é um estado de ausência de consciência que é subsequente a um
estado inicial de coma e necessariamente envolve lesões no tronco encefálico.
28. Em casos de diagnóstico de morte encefálica, o Ministério
da Saúde recomenda que um termo de declaração de morte encefálica seja
preenchido seguindo alguns critérios específicos, entre eles:
(A)
para o teste de apneia é necessário pré-oxigenar o paciente com FiO2 de 100%
por pelo menos 2 minutos.
(B) em adultos, os dois exames neurológicos para verificação de
morte encefálica devem ter um intervalo mínimo de 6 horas.
(C)
para a realização da prova calórica não é necessária a prévia otoscopia, pois
obstruções do meatoauditivo não interferem nos reflexos óculo-cefálicos.
(D)
para o teste de apneia, deve-se aguardar a ausência de movimentos respiratórios
por 10 minutos, independente da pCO2.
(E)
exames complementares aceitos para o diagnóstico de morte encefálica são
angiografia, cintilografia, ressonância magnética, SPECT ou Doppler trans-craniano.
29. Sobre os mecanismos etiológicos e fisiopatológicos
de TCE é INCORRETO afirmar que:
(A) violência inter-pessoal é uma das causas mais comuns de TCE
fechado, chegando até 40% dos casos.
(B)
fraturas de crânio são decorrentes exclusivamente de lesões de impacto, não
podendo ser conseqüência de lesões de aceleração / inércia.
(C)
existem dois mecanismos básicos de TCE: lesões de contato / impacto ou lesões
de aceleração / inércia, sendo o último tipo subdividido em aceleração
translacional, rotacional ou angular.
(D)
lesão axonal difusa, embora possa se apresentar associada a lesões de impacto,
são normalmente resultantes de aceleração rotacional ou angular e se
classificam histo-patologicamente em três graus de intensidade.
(E)
contusões cerebrais devem ser consideradas lesões dinâmicas, já que podem
aumentar em tamanho e volume após as primeiras horas ou mesmo dias, devido a
edema vasogênico e necrose isquêmica secundária.
30. Na abordagem do traumatismo raquimedular cervical na
sala de trauma, é correto afirmar que:
(A)
segundo os critérios do C-spine Canadian Rule – CCR, entre os fatores de alto
risco que sugerem necessidade de imagem cervical não está a idade do paciente.
(B)
a sensibilidade da tomografia de coluna cervical não é significativamente maior
que a combinação das radiografias cervicais padronizadas para a avaliação de
TRM cervical, quando as radiografias são de boa qualidade.
(C)
a classificação SLIC de lesões cervicais traumáticas leva em consideração três
fatores: morfologia da fratura/luxação, lesões de complexos discoligamentares e
idade do paciente.
(D)
entre as síndromes de lesão medular, a síndrome medular anterior tem
normalmente um prognóstico de recuperação melhor quando comparado às síndromes
medular central e de hemi-secção.
(E) segundo os critérios do estudo NEXUS, só não precisam de imagem
da coluna cervical ao pacienta que: estiverem acordados, sem sinais de intoxicação,
sem déficits neurológicos, sem dor cervical à palpação dos processos espinhosos
e sem lesões distantes que mascarem a dor cervical.
31. Infarto cerebral hemisférico pode resultar de oclusão
aguda da carótida interna distal ou da cerebral média proximal. As terapias de
reperfusão, quando instaladas a tempo, podem reverter grande parte dos déficits
neurológicos. Uma vez instalada a isquemia, o
edema subsequente pode levar a conseqüências
devastadoras para o paciente. Nessa condição, a hemicraniectomia descompressiva
está indubitávelmente indicada no seguinte caso de paciente de:
(A)
70 anos com início do déficit há menos de 24 horas, sonolento, TC com infarto
de cerebral média direita sem desvio de linha média.
(B) 55 anos com início dos sintomas motores há 24 horas, com torpor
progressivo nas últimas horas e TC mostrando infarto de cerebral média esquerda
e edema importante com desvio de linha média.
(C)
45 anos com início dos sintomas motores há 72 horas, torporoso há pelo menos 36
horas e TC mostrando infarto carotídeo com áreas hipodensas em ambas as
cerebrais anteriores e cerebral média direita.
(D)
55 anos com início dos sintomas há 48 horas, acordado e sem melhora do déficit
após terapia de reperfusão instalada em tempo adequado. TC com áreas hipodensas
em mais de dois terços do território de cerebral média esquerda e discreto desvio
de linha média.
(E)
75 anos com início de sintomas motores há 36 horas, comatoso e anisocórico
D>E na admissão hospitalar; com TC mostrando infarto extenso de cerebral
média com desvio de linha média e herniação uncal instalada.
32. Em relação ao manejo do paciente com hemorragia subaracnóide
espontânea, antes do tratamento definitivo (seja microcirúrgico ou
endovascular), podemos dizer, EXCETO que:
(A)
hidrocefalia aguda ocorre em aproximadamente 20 % dos pacientes e requer
derivação ventricular externa em pacientes com nível de consciência reduzido.
(B)
as complicações cardiovasculares mais graves são arritmias, isquemia
miocárdica, hipotensão e insuficiência cardíaca .
(C) ressangramento é uma das complicações de maior mortalidade e seu
pico de incidência ocorre após 24 horas do primeiro sangramento.
(D)
o distúrbio eletrolítico mais comum após HSA é hiponatremia, devido a SIADH
muito mais comumente que a síndrome perdedora de sal. A diferença primordial
entre essas duas entidades de tratamentos distintos está na avaliação do estado
volêmico do paciente.
(E)
crises convulsivas ocorrem em até 20% dos pacientes, e levam a um aumento do
consumo cerebral de oxigênio e edema cerebral secundário, porém
anti-convulsivantes profiláticos são administrados de forma arbitrária e não
possuem evidência clara de benefício em sobrevida ou desfecho neurológico.
33. Atualmente o tratamento de aneurismas por via endovascular
usando molas destacáveis de Gugliemi (GDC) tem uma alta taxa de oclusão. Entre
os fatores que limitam a oclusão bem sucedida de aneurismas intracranianos por
esta técnica, estão:
(A)
relação tamanho/colo <2mm colo=""> 2mm; aneurisma > 15 mm. 2mm>
(B) relação tamanho/colo < 2mm; colo > 4mm; ramo arterial
incorporado ao colo.
(C)
relação tamanho/colo <4mm colo=""> 4mm; ramo arterial incorporado ao colo. 4mm>
(D)
relação tamanho/colo < 3mm; colo > 4mm; aneurisma de cerebral média.
(E)
relação tamanho/colo < 3mm; colo > 2mm; aneurisma de cerebral média.
34. Sobre as doenças que estão associadas a uma predisposição
genética, a formação de aneurismas intra-cranianos, podemos afirmar que:
(A)
a síndrome de Marfan possui alterações ectocópicas como aracnodactilia e
deformidades torácicas anteriores. Os aneurismas intra-cranianos associados normalmente
são de localização distal em cerebrais anterior e média.
(B)
doença renal policística tem padrão de herança autossômico recessivo e é a mais
associada a aneurismas gigantes.
(C)
a neurofibromatose tipo 1 é decorrente da mutação de gene que codifica a
proteína neurofibromina, é autossômica dominante e seus portadores têm uma
incidência de aneurismas intra-cranianos maior que portadores de síndrome de
marfan.
(D) a síndrome de Ehrles-Danlos é uma das doenças genéticas do
colágeno com maior mortalidade, sendo o subtipo IV o mais associado a
aneurismas intra-cranianos e de difícil diagnóstico pelas poucas alterações
ectoscópicas.
(E)
aneurismas intra-cranianos familiares são cada vez mais reconhecidos, mas o
tamanho médio e a idade média de ruptura desses aneurismas não são diferentes
daqueles esporádicos.
35. Dentre as síndromes de mal-formações arteriovenosa
múltiplas, aquela que corresponde à associação de mal-formação arteriovenosa cerebral
com malformação arteriovenosa de maxila é:
(A)
síndrome de Wyburn-Mason.
(B)
telangiectasia hemorrágica hereditária.
(C) síndrome de mal-formação arteriovenosa cérebrofacial tipo 2.
(D)
síndrome de mal-formação arteriovenosa cérebrofacial tipo 1.
(E)
síndrome de mal-formação arteriovenosa cérebrofacial tipo 3
36. Dada a descrição histopatológica a seguir: “Tumor glial
de células monomórficas, núcleo arredondados e halos perinucleares, estroma com
uma densa rede de capilares ramificantes, microcalcificações perivasculares, índice
de mitose de 4 %”, o tumor de natureza glial que melhor corresponde à essa
descrição é:
(A) oligodendroglioma – grau II.
(B)
glioblastoma multiforme – grau IV.
(C)
oligoastrocitoma anaplásico – grau III.
(D) xantoastrocitoma
pleomórfico – grau II.
(E)
astrocitoma subependimário de células gigantes – grau I.
37. Embora a maioria dos meningiomas tenha um comportamento
biológico benigno, alguns subtipos reconhecidos têm maior índice mitótico,
invasividade e taxa de recorrência. A opção que exemplifica meningiomas
classificados como graus 1, 2 e 3 pela OMS, respectivamente é:
(A)
transicional, secretor e atípico.
(B)
meningotelial, atípico e secretor.
(C)
células claras, cordóide e papilar.
(D) psamomatoso, cordóide e rabdóide.
(E)
psamomatoso, células claras e atípico.
38. Em relação às mal-formações de Chiari, a opção que
correlaciona corretamente o subtipo com seus critérios e características é:
(A)
tipo 2 - herniação tonsilar e/ou cerebelar sem malformações supratentoriais ou
herniação de tronco encefálico.
(B)
tipo 4 – herniação tonsilar e/ou cerebelar por uma encefalocele occipital.
(C)
tipo 3 – herniação tonsilar maior que 5 mm, inclui herniação de tronco
encefálico pelo forame magno.
(D)
tipo 2 – herniação tonsilar menor que 5mm pelo forame magno, hidrocefalia
incomum, mielomeningocele incomum.
(E) tipo 1 – herniação tonsilar maior que 5 mm, não associada a
mal-formações supratentoriais, hidrocefalia incomum.
39. Considerando a etiologia e o tratamento dos abcessos
cerebrais, podemos afirmar que:
(A)
abcessos fúngicos são cada vez mais comuns por causa do uso de corticoides,
sendo o agente etiológico mais comum o aspergillus.
(B)
abcessos por nocardia são raros e quando diagnosticados devem ser tratados com
antifúngicos, pois são resistentes a sulfonamidas.
(C)
a origem mais comum de abcessos múltiplos de disseminação hematogênica é otite
média.
(D)
em estudos experimentais, agentes como streptococcus e stafilococcus se
mostraram mais virulentos que E. coli, após inoculação direta.
(E) o agente bacteriano mais comum é o streptococcus em casos
espontâneos, sendo o S. milleri associado a origens da cavidade oral, enquanto stafilococcus
são mais associados a abcessos póstrauma ou endocardite infecciosa.
40. Em relação às infecções oportunistas do SNC em pacientes
com SIDA, podemos afirmar que:
(A)
Mycobacterium avium ocorre apenas em pacientes com CD4 menor que 200, com
tuberculomas que podem ser únicos ou múltiplos.
(B)
Infecção pelo vírus JC ocorre em pacientes com CD4 abaixo de 100, se revelando
em ressonância magnética como múltiplas lesões subcorticais com exuberante
edema e efeito de massa severo.
(C)
Mycobacterium tuberculosis pode se apresentar tanto na forma de abcessos
parenquimatosos como na forma de meningite, e normalmente se encontra resposta
radiológica importante com o tratamento empírico.
(D) toxoplasmose se apresenta mais comumente com pequenos abcessos
múltiplos com captação tardia de contraste que pode variar quando os níveis de CD4
estão muito baixos, sendo encontrados, de forma variável, taquizoítos no exame
do LCR.
(E)
Citomegalovírus é o agente viral mais comum a causar infecções em pacientes com
SIDA e a presença de anticorpos no soro normalmente fecha o diagnóstico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será aprovado após moderação.
Obrigada pela contribuição!