Uma
funcionária pública de 57 anos de idade deu entrada no pronto-socorro com
história de cefaléia súbita, muito intensa, associada a diminuição de acuidade
visual e diplopia. Ao exame físico, encontrava-se gemente e sonolenta. Havia
rigidez de nuca 4+/4 e anisocoria (pupila esquerda maior, reflexo fotomotor
ausente). Tomografia computadorizada (TC) de crânio mostrou hiperdensidade
difusa nas cisternas da base, fissuras silvianas bilaterais e inter-hemisférica
(espessura maior do que 1 mm). Considerando esse caso clínico, julgue os itens
a seguir.
81 O quadro clínico é característico de AVCI na região da artéria
cerebral média esquerda.
82
A
paciente, segundo a classificação de Hunt e Hess, encontra-se no grau 3.
83 O deficit no nervo craniano VI à esquerda pode ser explicado
pela tração deste através do canal de Dorello.
84 O exame de escolha para o diagnóstico clínico-etiológico da paciente
é a punção lombar com raquimanometria.
85
Segundo
a escala de Fisher, a TC mencionada é classificada no grupo 3. Com relação aos
forames do crânio e às estruturas que por eles passam, julgue os itens
seguintes.
86
Pela
fissura orbitária superior, passam os nervos III, IV, VI e V1, além de
filamentos simpáticos da artéria carótida interna.
87
Através
do canal carotídeo, passa a artéria carótida interna, bem como fibras do
sistema simpático.
88 Os nervos VII, VIII e IX cruzam o meato acústico interno.
89
Através
do forame do hipoglosso, passa o nervo XII, além do ramo meníngeo da artéria
faríngea ascendente.
90
Cruzam
o forame redondo: a divisão maxilar do nervo trigêmeo e a artéria do forame
redondo.
91 Apenas o nervo IX e a veia jugular interna atravessam o forame
jugular.
Um
estudante de 18 anos de idade foi levado ao prontosocorro logo após um acidente
de moto. No exame inicial, o paciente encontrava-se em coma, assumindo postura
de descerebração espontânea bilateral. Após as medidas de reanimação, não houve
mudança no exame neurológico. A TC de crânio era normal, e uma ressonância
nuclear magnética (RNM) de crânio foi realizada, evidenciando petéquias no
corpo caloso e no tronco cerebral. Com referência a esse caso clínico, julgue
os itens que se seguem.
92 Considerando que o paciente encontra-se em coma e em postura de
descerebração, é correto inferir que ele está com pontuação 3 na escala de coma
de Glasgow.
93 A situação revelada pela RNM de crânio é compatível com herniação
subfalcial.
94 O melhor tratamento para o caso é a realização de craniotomia
descompressiva de urgência.
95
A
presença das chamadas esferas de retração, bem como de estrelas da microglia,
seria o achado histopatológico mais provável na lesão descrita.
Um
bancário com 27 anos de idade apresentou quadro de hipertensão intracraniana
(HIC) causado por hidrocefalia. No exame clínico, além da síndrome de HIC,
apresentava a síndrome de Parinaud. Ele fora submetido à colocação de uma
derivação
ventrículo-peritoneal
no serviço de origem. A RNM de crânio comprovou a presença de uma lesão
neoplásica na topografia de glândula pineal. Os marcadores tumorais
alfafetoproteína (AFP) e b-HCG foram dosados. Considerando esse caso clínico,
julgue os itens subsequentes.
96 A região da pineal se limita dorsalmente com o esplênio do corpo
caloso e a tela coroidea; ventralmente, com a lâmina gradrigêmia e o teto
mesencefálico.
97 Anteriormente, a região da pineal limita-se com a face posterior do
III ventrículo; posteriormente, limita-se com o verme cerebelar.
98 Entre os tumores da pineal, os germinomas, caracteristicamente,
provocam aumento de b-HCG e AFP no líquor.
99
A
AFP no líquor encontra-se elevada nos carcinomas embrionários e,
ocasionalmente, nos teratomas.
100 O tratamento radioterápico de tumores da pineal é indicado no caso
de lesões benignas ou bem encapsuladas.
101 Alguns dos acessos cirúrgicos que podem ser empregados no caso em
apreço são o pterional, o transesfenoidal e o transcaloso posterior.
Julgue
os itens a seguir, relativos a doenças neurológicas.
102 A miastenia grave é uma doença mista de primeiro e segundo neurônios
que se manifesta por alterações motoras puras.
103 A fisiopatologia da esclerose múltipla envolve a presença de anticorpos
antirreceptores de acetilcolina no tecido muscular.
104 O início agudo de neuropatia periférica associada a fraqueza muscular
progressiva, de predomínio distal, caracteriza a esclerose lateral amiotrófica.
Um
engenheiro de 42 anos de idade procurou atendimento ambulatorial com história
de dor lombar irradiada para a face posterior da perna direita. No exame
físico, havia sinal de Lasègue à direita e diminuição do reflexo aquileu ipsilateral.
A RNM de coluna lombossacra evidenciou hérnia de disco. Considerando esse caso
clínico, julgue os itens de 105 a 111.
105 A fisiopatologia da lesão está associada ao aumento da quantidade de
proteoglicanos intradiscal, o que faz com que o disco saia do espaço
intervertebral.
106 O sinal de Lasègue, caracterizado pela presença de dor à elevação da
perna em extensão, é útil na diferenciação entre doença radicular e doença
própria do quadril.
107 A diminuição do reflexo aquileu caracteriza o acometimento da raiz
L5.
108
Para
definir o dermátomo acometido nesse caso, considerase o trajeto anatômico da
raiz nervosa: curso ínfero-proximal ao pedículo da vértebra correspondente.
109 Há indicação de cirurgia de urgência no caso, considerandose que,
clinicamente, o paciente tem síndrome da cauda equina.
110 O melhor tratamento para esse paciente é a realização de microdiscectomia,
associada à artrodese da coluna em dois níveis.
111
No
caso da opção cirúrgica é importante considerar as possíveis complicações:
infecção de ferida, piora do déficit motor e fístula liquórica.
Com
relação às anomalias do desenvolvimento do sistema nervoso, julgue os itens que
se seguem.
112
Constituem
tratamentos para os cistos aracnóides: fenestração — mediante craniotomia ou
endoscopia — e derivação cistoperitoneal.
113 A craniossinostose coronal é a apresentação clínica de cranioestenose
mais comum.
114 Na síndrome de Apert, a craniossinostose coronal é acompanhada de
anormalidades no osso esfenoide, na órbita e na face, mas não há sindactilia.
115
Na
malformação de Chiari do tipo II, ocorre herniação caudal do verme cerebelar,
do bulbo e do IV ventrículo.
116 O tratamento cirúrgico da má-formação de Dandy Walker deve ser
realizado quando há hidrocefalia. Nesse caso, deriva-se o ventrículo lateral
para o peritônio.
117 A lisencefalia é causada pela falha na clivagem das vesículas telencefálicas
e classifica-se em lobar ou alobar.
118
A
mielomeningocele lombossacra associa-se frequentemente à hidrocefalia e à
síndrome de Chiari do tipo II.
119 Na síndrome da medula ancorada, o cone medular encontrase em posição
tópica e não há espessamento do filo terminal.
120
São
causas possíveis de obstrução de um sistema de drenagem liquórica: inserção do
cateter no plexo coroide, hiperproteinorraquia ou presença de coágulos.
·
Errado
Certo
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