sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Questões de Neurocirurgia: SES/SC - 2010


01) Paciente sofreu traumatismo cranioencefálico frontal em acidente com moto, apresentando tontura, cefaléia, pequeno hematoma subgaleal e fugaz perda de consciência. Após 3 horas de observação em PS, apresentou melhora e foi liberado para repouso em casa. 8 horas após o acidente, apresentou rápida deterioração do nível de consciência, hemiparesia, anisocoria e reencaminhado ao PS, onde foi constatado nível 8 da escala de Glasgow. A conduta adequada é:
A _ imediata punção lombar por risco de meningite.
B _ imediata drenagem do hematoma subgaleal causador dos transtornos e da clínica.
C _ aguardar evolução, pois deve ser hematoma subdural subagudo.
D _ manter em observação e aguardar a evolução do quadro clinico e neurológico.
E _ investigação (tomografia) por suspeita de hematoma extradural.

02) Paciente masculino, 63 anos, hipertenso controlado com Captopril 25 mg 3xdia, diabete mellitus tipo II compensado com Metformina 850 mg manhã e noite, comparece a consulta com queixa de “dificuldade para enxergar”. Glicemia capilar aferida de 90mg. Pressão arterial 130 x 85 mmHg. Exame de fundo de olho mostra retinopatia KW 2 (Keith-Wagener) e hemianopsia bitemporal ao teste de confrontação. Diante desses achados objetivos deve-se investigar inicialmente:
A _ catarata.
B _ glaucoma.
C _ lesão supra-selar.
D _ retinopatia diabética.
E _ hipertensão intracraniana aguda.

03) O médico neurocirurgião frequentemente trabalha sob condições inadequadas, por falta de recursos hospitalares, de materiais, de instalações, de plantões, de sobreavisos de outras especialidades, resultados incompletos e tardios de exames diagnósticos, falta de leitos em PS e UTI e outros. Por isso, é permitido ao neurocirurgião:
A _ aprimorar continuamente seus conhecimentos e utilizar as novidades científicas sobre a especialidade em prol de seus pacientes.
B _ deixar de utilizar todos os meios disponíveis de diagnósticos e de tratamentos ao seu alcance que possam favorecer o paciente.
C _ efetuar, quando possível, qualquer ato médico de diagnóstico e ou tratamento, sem autorização do paciente, familiares ou responsáveis legais.
D _ informar a mídia sobre qualquer ato médico que tenha realizado, de forma sensacionalista, promocional ou autolisongeadora, como propaganda para se tornar conhecido.
E _ pelo caos na medicina, não necessita informar o paciente e seus responsáveis sobre os riscos, as vantagens e desvantagens (relação custo-benefício) nem o prognóstico dos atos médicos praticados.

04) Paciente idoso, 63 anos, com história de alcoolismo, é atendido no PS por referir intensa e progressiva cefaléia há 7 dias, discreta hemiparesia esquerda, discutível anisocoria direita, disartria e desorientação temporo-espacial. A conduta adequada é:
A _ medicar com vasodilatador, pois deve ser Alzheimer.
B _ medicar calmante para síndrome de abstinência.
C _ aplicar analgésicos e antiinflamatórios pelo quadro de enxaqueca pós-traumática.
D _ solicitar exames complementares pela suspeita de hematoma subdural.
E _ liberar e encaminhar para neurogeriatria, por leucoaraiose.

05) O médico neurocirurgião se indispôs com o paciente e seus familiares, que não concordavam com alguns atos médicos e informações prestadas. Nesse caso, é correto afirmar que:
A _ você é obrigado a continuar como médico-assistente, pois é responsável pelo paciente até a alta definitiva.
B _ você pode recusar a continuar o tratamento, simplesmente dando alta e transferindo o paciente para outro profissional, por se sentir constrangido e não dar o melhor de si.
C _ você só poderá transferir o paciente se outro profissional aceitar a incumbência e não houver configuração de risco de morte ou de complicações.
D _ por sua liberdade de exercício profissional você pode, em qualquer circunstância, recusar a continuidade do tratamento, independente de riscos ou complicações.
E _ se você emitir um termo de “alta por desobediência” no prontuário médico estará isento de qualquer responsabilidade médica, civil, penal ou ética.

06) Paciente masculino, 34 anos, trazido pelo SAMU em maca rígida e imobilização cervical, dá entrada no PS com história de trauma durante mergulho em rio, batendo com a cabeça no fundo. Ao exame inicial apresentou Glasgow 15, pressão arterial 140 x 90 mmHg, biparesia de membros superiores e paraplegia flácida, nível sensitivo a caudal de fúrcula esternal, priapismo e ausência de reflexo bulbocavernoso. RX e Tomografia Computadorizada evidenciam fratura-luxação cervical C4- C5. A conduta médica emergencial é:
A _ tratamento cirúrgico imediato para fixação, mesmo obtida redução do foco de fratura.
B _ tração cervical inicial de 18 kg, analgésicos, músculo elaxantes e Rx de controle.
C _ Protocolo de Manitol 20 mg/kg/dose para redução do edema.
D _ tração cervical inicial de 4 kg, antiinflamatórios e Rx de controle.
E _ tração cervical inicial de 7 kg, músculo relaxantes, analgésicos e Rx de controle.

07) Paciente procura seu consultório apresentando intensas crises de dores em região direita da face, com choques em gengivas, lábios, dentes, exacerbação das dores à mastigação, à percussão do sulco naso-labial, sensação de hipoestesia em hemiface direita infra-orbital, lacrimejamento nas crises. A conduta adequada é:
A _ iniciar tratamento para neurite de nervo facial periférico.
B _ medicar como uma neuralgia de trigêmio.
C _ encaminhar ao psiquiatra por crises psicossomática.
D _ medicar com fortes analgésicos por neuralgia de hipoglosso.
E _ encaminhar ao dentista para extração dos dentes à direita por inflamação dos nervos.

08) Você atende no PS paciente que retornou de viagem de motocicleta da fronteira da Argentina, agora no inverno, apresentando desvio da rima labial para a direita, lagoftalmia esquerda, derrama líquidos pelo canto da boca esquerda e presença de lesões vesiculares em conduto auditivo externo esquerdo. Esse quadro configura:
A _ pelo desvio da boca trata-se de derrame cerebral e medica com vasodilatadores cerebrais.
B _ Síndrome de Foster Kennedy.
C _ patologia de ângulo ponto-cerebelar.
D _ Síndrome talâmico ( Dejerine-Roussy).
E _ Sindrome de Ramsay Hunt.

09) Você atende uma criança de 2 anos que apresenta um significativo aumento do perímetro encefálico, desproporção craniofacial, olhar com mirada para baixo, e o médico da família informa ter nascido com meningomielocele. A conduta adequada é:
A _ fazer imediata punção lombar com rápido extravasamento de liquor, pois deve estar com aumento da pressão liquórica.
B _ fazer punção lombar por suspeita de meningite pela meningomielocele.
C _ pedir exame de DNA da criança e dos familiares para avaliar falha genética.
D _ diagnosticar como hidrocefalia e solicitar exames complementares de imagem.
E _ realizar exames de Rx e endocrinológicos por suspeita de acromegalia pela desproporção crâniofacial.

10) Na síndrome de hemisecção medular tem-se como sintomatologia contra-lateral à lesão, as conduzidas por:
A _ feixe espino-talâmico lateral, feixe espino-cerebelar cruzado e feixe espino-talâmico anterior.
B _ feixe espino-talâmico lateral, feixe espino-cerebelar direto e feixe piramidal cruzado.
C _ feixe espino-cerebelar cruzado, feixe piramidal cruzado e feixes grácil e cuneiforme.
D _ feixes grácil e cuneiforme, feixe espino-cerebelar direto e feixe piramidal cruzado.
E _ feixe espino-talâmico anterior, feixe espino-cerebelar cruzado e feixe piramidal cruzado.

11) Você atende politraumatisado no PS com suspeita de fratura cervical, que não movimenta os membros superiores nem os inferiores aos estímulos álgicos, com arreflexia e flacidez muscular. Você deve encaminhar imediatamente para:
A _ exames complementares, dispensando os cuidados de imobilização para apressar eventuais procedimentos cirúrgicos necessários.
B _ o Centro Cirúrgico para exames e artrodese sob visualização de Rx.
C _ colocação de tração cervical de Crutschfield.
D _ exames complementares, com rigorosa imobilização cervical.
E _ somente fisioterapia.

12) Paciente do sexo feminino, 55 anos, cefaléia de início súbito, presença de rigidez de nuca, Glasgow 15 e ptose palpebral direita. A tomografia computadorizada cranioencefálica mostrou hemorragia subaracnóidea com lâmina sanguínea menor que 1 mm em cisterna silviana direita. O diagnóstico que melhor se enquadra nessa sintomatologia é:
A _ hemorragia subaracnóidea Fischer 2, Hunt Hess II, possível aneurisma de artéria comunicante anterior direita.
B _ hemorragia subaracnóidea Fischer 3, Hunt Hess I, possível aneurisma de artéria cerebral média Direita.
C _ hemorragia subaracnóidea Fischer 4, Hunt Hess III, possível aneurisma de artéria comunicante anterior direita.
D _ hemorragia subaracnóidea Fischer 4, Hunt Hess II, possível aneurisma de artéria cerebral média
E _ hemorragia subaracnóidea Fischer 2, Hunt Hess II, possível aneurisma de artéria comunicante posterior direita.

13) Você atende uma paciente apresentando: história de esforço físico após faxina da casa; posição antálgica viciosa com desvio lombar; contratura lombar paravertebral; dores na região posterior da nádega esquerda, na região posterior da coxa esquerda, na região postero-externa da perna e região dorsal do pé esquerdo; hipoestesia e paresia de flexor dorsal do halux; reflexo patelar exacerbado a esquerda e sinal de Laségue aos 30° em membro inferior esquerdo e aos 50° em membro inferior direito. O diagnóstico que melhor se enquadra nessa sintomatologia é:
A _ neurite de nervo femoral esquerdo.
B _ síndrome radicular L5 esquerdo por provável hérnia discal.
C _ distensão de esforço de musculatura paravertebral com dor irradiada atípica.
D _ clínica compatível com neuropraxia de plexo lombar por trauma fechado.
E _ radiculopatia degenerativa por nódulos de Schmorl com neurite radicular S1.

14) Paciente sofrendo de intensa lombociatalgia por grande hérnia discal L5/S1 diagnosticada há 1 mês, mas em tratamento conservador por medo de cirurgia. Num sábado à tarde lhe telefona permitindo autorização para viajar durante 10 dias, pois as dores acalmaram significativamente, só apresentando agora discreta hiperestesia algica com “dormência” em região lateral do pé, arreflexia de aquileu, discreta paresia de flexão dorsal do pé e com sinal de Lasègue aos 30 graus. Nesse caso, você deve:
A _ permitir a viagem e suspender a medicação, pois há nítida melhora.
B _ permitir a viagem, mas exigir que continue tomando a medicação.
C _ orientar para que viaje somente 5 dias, marcando consulta de reavaliação na 4ª feira.
D _ permitir a viagem, pois se trata de trombo-flebite aguda.
E _ solicitar imediato comparecimento para exame neurológico e de imagem de coluna lombosacra.

15) Paciente vítima de acidente de trânsito com trauma em região clavicular apresentando fratura de clavícula direita com grande equimose e edema supra-clavicular e axilar; fratura no terço superior do úmero do braço direito e ferimento corto-contuso em região póstero externa do joelho direito. Foi submetido
a tratamento conservador da fratura da clavícula; redução cirúrgica por placa e parafuso do úmero direito e sutura do ferimento do joelho direito. Ao exame neurológico no 1º dia pós operatório constatou-se debilidade e hipoestesia nos dedos polegar, indicador e médio da mão direita; perda dos movimentos
de extensão da mão e dos quirodáctilos direitos; perda dos movimentos de flexão dorsal do pé direito, com dificuldade de deambulação pelo “pé caído”, batendo em saliências, perdendo chinelos. Nesse quadro, o diagnóstico correto é:
A _ lesão do plexo braquial direito e lesão de plexo lombar direito.
B _ lesão dos nervos ulnar, radial e femoral direitos.
C _ lesão dos nervos mediano radial e peroneal comum direitos.
D _ lesão dos nervos mediano, tibial posterior e ciático direitos.
E _ lesão dos nervos ulnar e lesão de plexo lombar direito.

16) Paciente 45 anos, digitadora, portadora de moléstia reumática, apresentando progressivas dores em punho que se irradiam para região hipotenar esquerda, dedos anular e mínimo esquerdos, dor à palpação em punho e região posterior do cotovelo esquerdo com “choques” nos referidos dedos à percussão do cotovelo. Com estes dados, sua suspeita e tratamento proposto seriam, respectivamente:
A _ lesão primária de nervo mediano esquerdo e fisioterapia.
B _ lesão de nervo ulnar esquerdo e transposição do nervo da goteira ulnar.
C _ síndrome do túnel do carpo e cirurgia descompressiva em punho esquerdo.
D _ lesão reumática de plexo braquial esquerdo comprometendo feixe médio e fisioterapia.
E _ lesão de nervo radial e descompressão em cotovelo e região dorsal do punho esquerdos.

17) Você examina duas crianças submetidas à derivação ventriculo-peritoneal, encaminhadas por aumento do perímetro cefálico, olhar de sol poente, cefaléia, náuseas e vômitos, fontanelas tensas. Ao testar o sistema valvular do paciente João, você observou que ao se pressionar o reservatório este permite uma compressão com saída do liquor, porém o reservatório não torna a se encher, mantendo-se deprimido. Só apresenta enchimento liquórico após logos minutos e lentamente. Em Maria, você não consegue deprimir o reservatório que se mantém tenso e cheio. Nesse quadro, a conclusão correta é:
A _ entupimento de cateter peritoneal em João e de cateter ventricular em Maria.
B _ em ambos pacientes há entupimento na própria válvula do sistema.
C _ sistema valvular entupido em cateter ventricular em João e sistema valvular entupido em cateter peritoneal em Maria.
D _ exame-teste não é conclusivo, observação e exame de Ressonância Magnética em 7 dias.
E _ independente do teste, praticará imediata punção lombar com rápida retirada de liquor até aliviar a tensão da fontanela.

18) Paciente do sexo feminino, 25 anos, trazida ao PS pelos paramédicos do Corpo de Bombeiros por ter sido “encontrada desacordada na rua por populares”, que mobilizaram a corporação. O exame clínico neurológico revelou: pressão arterial 100/60 mmHg; não abre os olhos aos estímulos verbais e álgicos; geme e emite sons incompreensíveis aos estímulos álgicos e verbais; apresenta resposta padrão extensora aos estímulos dolorosos. Pelo exame do nível de consciência e pelo diagnóstico e conduta emergencial pode-se concluir que:
A _ não está em coma, pois a Escala de Glasgow é nível 9, medicar com analgésicos.
B _ a paciente está em com Glasgow 7 e necessita de traqueostomia para ventilação.
C _ paciente em morte encefálica, postura de decorticação, necessita de punção de subclávia para compensar hipotensão e prevenir isquemia cerebral.
D _ paciente em coma Glasgow 5, postura em descerebração, estabelecer via aérea, ventilação e compensar hipotensão.
E _ a aferição da escala de Glasgow é irrelevante, pois a causa do coma permanece desconhecida e não é de origem traumática, tipo traumatismo cranioencefálico.
19) Pedro Bó estava transando com Raimunda durante banho na recém adquirida ducha eletrônica, quando sentiu intensa fisgada em região temporal esquerda, seguida de forte cefaléia, com fugaz fraqueza, desorientação, náusea e mal-estar intenso. Após algumas horas de repouso, chamou o médico de plantão do seu plano de saúde, pois persistia o mal estar, sentindo-se “esquisito” e com a sensação de “cabeça pesada”. O exame evidenciou discreta dor e tensão por rigidez aos movimentos de flexão da nuca, necessitando manter os membros inferiores em posição de leve flexão. A conduta adequada é:
A _ suspeitar de hemorragia subaracnóidea e investigar a causa.
B _ receitar dipirona, pois se trata de cefaléia emocional.
C _ indicar analgésico e músculo-relaxante para aliviar a tensão muscular.
D _ indicar imediata antibioticoterapia, pois deve ser meningite aguda.
E _ receitar analgésico, músculo-relaxante e antiinflamatório para cefaléia pós-coito.

20) Adolescente de sexo masculino, branco, 13 anos, deu entrada no PS com intensa cefaléia, sonolência, náuseas e vômitos, nucalgia. A anamnese esclareceu ser portador de tumor de fossa posterior (meduloblastoma) diagnosticado há 2 meses, apresentando hidrocefalia com significativo aumento dos ventrículos e da pressão intracraniana, bem como episódios de disbasia e dismetria. A família estava tentando cura por meio de orações e medicina alternativa. A conduta mais indicada para o momento é:
A _ pré operatório para imediata cirurgia descompressiva de fossa posterior.
B _ pré operatório para imediata cirurgia de fossa posterior, para exerese tumoral.
C _ imediata punção de alívio do tumor, sob visualização tomográfica.
D _ imediata punção lombar de alívio para compensar SHI.

E _ drenagem ventricular externa para compensar SHI, exames e preparo para cirurgia.

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