Síndrome de Guillain-Barré – SGB
Descrita em
1916 caracterizada por fraqueza muscular rapidamente progressiva e ascendente,
podendo levar a tetraplegia com dissociação proteino-citológica no LCR.
Consiste em polirradiculopatia desmielinizante inflamatória, aguda autoimune
podendo ser reversível que desmieliniza nn. motores e pode atingir os nn
sensitivos. Comum após infecção respiratória ou intestinal, cirurgia recente ou
vacinação. São sintomas: hipotensão, hiporreflexia, dormência, câimbra,
fraqueza, paralisia. Ocorre mais entre homens e adultos mais velhos. O vírus
Zica deixa os sujeitos mais suscetíveis ao quadro. Sua causa é obscura e cursa
com paralisia flácida aguda e subaguda desde a erradicação da poliomielite.
Os vírus
hipotróficos (hepatite A, B e C) funcionam como potencializadores e a síndrome
ocorre de 1-3 semanas após o evento. Cita-se também, Campylobacter jejuni,
Epstein Barr.
O quadro
clinico cursa com perda motora progressiva, simétrica e ascendente, com
arreflexia ou hiporreflexia e comprometimento dos nervos cranianos. A astenia
se instala rapidamente. A desmielinização pode durar dias ou semanas.
Há dois
subtipos de SGB: 1. Polineuropatia inflamatória aguda desmielinizante – PIAD
(afeta mielina). 2. Neuropatia motora axonal aguda – NMAA (puramente motora).
São sintomas
da fase aguda: astenia, paralisia, perda de sensibilidade, formigamento, dor e
hiporreflexia. Astenia de diafragma (ventilação mecânica 25%). Atinge SNA:
retenção urinária, taquicardia, hipertensão, hipotensão postural e arritmia
cardíaca. Cursa ainda com: insônia, úlcera de pressão, dificuldade de
comunicação, deficiência nutricional, imobilismo e TVP. O tratamento deve ser
multidisciplinar visando reabilitação.
O diagnostico
é clínico associado a exames laboratoriais. A análise do LCR constata aumento
da proteinorraquia (normal em 1/3 dos pacientes) com células mononucleares. Se
os linfócitos forem maiores que 10 células/mm3 deve-se suspeitar de outras
causas: Sarcoidose, Doença de Lyme ou HIV.
São critérios
para o diagnóstico: presença de dois critérios essenciais, presença de três
critérios clínicos sugestivos, não apresentar mais de uma situação que reduza a
possibilidade de SGB, não apresentar nenhuma situação que exclua o diagnóstico
de SBG. Se houver um achado que reduza a SGB deve haver estudo neurofisiológico
e analise de LCR.
São critérios
essenciais para a SGB: fraqueza progressiva de MM e de mm cranianos de graus
variáveis, da paresia a plegia. Hiporreflexia e arreflexia distal com graus
variáveis de hiporreflexia proximal.
Critérios
sugestivos de SGB: progressão dos sintomas por quatro semanas. Demonstração de
relativa simetria da paresia de membros. Sinais sensitivos leves a
moderados. Envolvimento de nn cranianos
(paralisia 7º par). Dor. Disfunção autonômica. Ausência de febre no inicio do
quadro.
Análise do
LCR: Alta concentração de proteína. Presença de menos de 10céls/mm3.
Estudo
eletrofisiológico típico (3-4 critérios): Redução da velocidade de condução
motora em 2 ou mais nervos. Bloqueio de condução do potencial na neurocondução
motora ou dispersão temporal anormal em 1 ou mais nn. Prolongamento da latência
distal em 2 ou mais nn. Prolongamento da latência da onda f ou ausência da
mesma (antes de 5-7dias).
Critérios que
reduzem a possibilidade de SGB: fraqueza assimétrica, disfunção intestinal e de
bexiga no inicio do quadro. Ausência de resolução dos sinais e sintomas
urinários. LCR com mais de 50 células/mm3. LCR com células polimorfonucleares.
Nível sensitivo demarcado.
Critérios que
excluem a possibilidade da SGB: exposição à hexacarbono e solventes ou metais
pesados. Achados sugestivos de metabolismo anormal da porfirina. Historia
recente de difteria. S. sensitiva pura (sem sintomas motores). Diagnóstico de botulismo,
miastenia gravis, poliomielite, neuropatia tóxica, paralisia conversiva.
Não há cura
especifica. O tratamento com imunoglobulinas e plasmaferese minimizam danos. A
melhora se dá após um ano com a regeneração da bainha de mielina dos nn
periféricos. Alguns pacientes (30%) apresentam fraqueza residual até após anos
do ataque.
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