Encefalomielite
aguda: disseminada(ADEM) e necrosante hemorrágica(EANH)
A EANH
(Leucoencefalite hemorrágica de Weston Hurst) é uma variante hiperaguda da ADEM
embora não tenha sido identificado Ag desencadeante. Consiste em
desmielinização fulminante. É de etiologia desconhecida. Quando não é fatal,
leva a déficits significativos. Apresenta alteração histológica semelhante à
ADEM e disseminação generalizada por todo o SNC, algumas vezes com extensa
confluência das lesões. As lesões são muito mais graves do que as observadas na
ADEM, com destruição de pequenos vasos e necrose disseminada de substancia branca
e cinzenta com hemorragia aguda, depósitos de fibrina e neutrófilos.
Esclerose Lateral Amiotrófica - ELA
Doença fatal e
progressiva que acomete o neurônio motor, de patogenia obscura. Há degeneração
dos neurônios motores periféricos, da medula espinhal, e desenervação (atrofia
muscular). Há proliferação de astróglia e micróglia. Inicia com fraqueza
muscular assimétrica inespecífica até comprometer musculatura respiratória
levando à morte. Há perda de neurônio motor inferior da medula, do tronco cerebral
e de neurônio motor superior (corticoespinhal). Incidência familiar (ELAf).
A perda de
células atinge células piramidais do córtex motor do giro pré-frontal, da
coluna anterior lateral da medula, do tronco encefálico e do cerebelo. O núcleo
hipoglosso é severamente atingido. Núcleos de Onuf, 3º e 4º pares são poupados
até o estágio pré-terminal da doença.
A manifestação
varia dependendo do neurônio motor atingido até a manifestação chegar ao
neurônio motor superior e inferior. Cursa com fadiga, espasticidade e reflexos
patológicos.
ELA espinhal
(clássica) acomete extremidades superiores. ELA bulbar, acomete primeiro
musculatura inervada pelo bulbo (dificuldade de mastigação, deglutição,
disfagia, sialorréia, disartria, labilidade emocional, os membros são atingidos
simultaneamente aos primeiros sintomas). A fraqueza é focal e progride. As
extremidades são atingidas de forma assimétrica, com câimbras e fasciculações
que pioram com o frio. Mãos em garra (fraqueza extensora). Queda do pé. Queda
da cabeça (para frente). O comprometimento corticoespinhal causa hiperreflexia
tendinosa, resistência espástica e rigidez muscular. Em fase avançada, espasmo
de reflexão. O quadro inicial engloba insuficiência respiratória tipo 2
(hipoventilação noturna).
O diagnóstico
é dado quando há comprometimento do neurônio motor superior e inferior
acompanhado de fraqueza progressiva no critério clínico, com auxilio de
eletrodiagnóstico e patologia. Requer: Degeneração do NMI e/ou NMS (clínica,
eletrofisiológica e neuropatológica). Progressão da síndrome motora de uma
região para outras regiões. Ausência de evidencia fisiológica ou patológica que
expliquem a degeneração do NMS e NMI por outra patologia. Neuroimagem
elucidando outra patologia.
Os critérios
de Airle House determinam quatro subtipos, conforme tabela:
ELA CLINICAMENTE DEFINITIVA
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Evidencia clinica isolada que atinge
NMS e NMI em três regiões
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ELA CLINICAMENTE PROVÁVEL
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Evidencia clinica isolada que atinge
NMS e NMI em duas regiões com alguns sinais no NMS de nível superior ao do
NMI
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ELA CLINICAMENTE PROVÁVEL- COM LAB.
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Atingimento clínico de disfunção do
NMS e NMI em apenas uma região, ou atingimento isolado do NMS numa região com
atingimento do NMI definido por critérios de eletromiografia em pelo menos
dois membros, juntamente com a aplicação apropriada de neuroimaginologia e
protocolos laboratoriais clínicos que excluam outras causas.
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ELA
POSSIVEL
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Atingimento clínico de disfunção do
NMS e NMI em apenas uma região, ou atingimento isolado do NMS isolado em 2 ou
+ regiões. Ou atingimento do NMI superior ao do NMS e o diagnostico de ELA
clinicamente provável com suporte laboratorial que não possa ser provado.
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Segundo
o algoritmo de Awaji (2006) acrescentou-se ao diagnóstico eletromiograma com
potenciais de fasciculações que sugerem denervação aguda, aumentando a
sensibilidade (87%) e a especificidade (95%) do teste.
Princípios (dos critérios de Airlie
House). O diagnóstico de ELA requer:
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A.
Presença
de:
1.
Degeneração
no NMI, por exame clinico, eletrofisiológico e neuropatológico.
2.
Degeneração
no NMS, por exame clinico, eletrofisiológico e neuropatológico.
3.
Progressão
dos sinais ou sintomas motores numa determinada região ou para outras,
determinada pela história clinica, exame objetivo ou exames
eletrofisiológicos.
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B.
Ausência
de:
1.
Evidencia
eletrofisiológica ou patológica de outros processos patológicos que possam
explicar os sinais de degeneração do NMI e NMS.
2.
Evidencia
de neuroimagem de outros processos patológicos que possam explicar os sinais
clínicos e eletrofisiológicos observados.
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CATEGORIAS
DIAGNÓSTICAS
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ELA
CLINICAMENTE DEFINITIVA: evidencia clinica ou eletrofisiológica de
atingimento no NMI e NMS na região bulbar e pelo menos em duas regiões
medulares. Ou na presença de sinais de atingimento do NMI e NMS em três
regiões medulares.
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ELA
CLINICAMENTE PROVÁVEL: evidencia clinica ou eletrofisiológica de atingimento
no NMI e NMS em pelo menos duas regiões com alguns sinais de atingimento do
NMS necessariamente mais superiores aos do NMI.
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ELA
CLINICAMENTE POSSIVEL: evidencia clinica ou eletrofisiológica de atingimento
no NMI e NMS em apenas uma região, ou sinais de atingimento do NMS isolado em
duas ou mais regiões; ou sinais de atingimento do NMI mais superiores aos do
NMS. Estudos clínicos laboratoriais e neuroimaginológicos devem ter sido
realizados e outras patologias excluídas.
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O
tratamento é feito com Riluzole (anti-excitotóxico) que reduz a progressão da
doença e aumenta a sobrevida em 2-3meses. É ainda realizada terapêutica de
suporte com sintomáticos.
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FARMACOS
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TRATAMENTOS
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CAIMBRAS
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Carbamazepina, Fenitoína, Quinina
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Fisioterapia, exercício físico,
massagem, hidroterapia
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ESPASTICIDADE
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Baclofen, Tizanidine, Dantrolene,
Toxina botulínica A
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Fisioterapia, Hidroterapia
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SIALORRÉIA
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Atropina, Hioscina, Glicopirrolato,
Amitriptilina
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Mecanismo de aspiração, nebulização,
humidificador, injeções de toxina botulínica nas glândulas parótidas
irradiação das glândulas salivares
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SALIVAÇÃO PERSISTENTE
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Carbocisteina
Propanolol
Metoprolol
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Mecanismo de aspiração, re-hidratação,
diminuição da ingesta diária de produtos lácteos, álcool e cafeína.
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Bocejo excessivo
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Bacoflen
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Laringoespasmo
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Lorazepam
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Dor
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Analgésicos, AINE, opióides
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Medidas de conforto
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Labilidade emocional
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Antidepressivos tricíclicos, ISRS, Levodopa,
Quinidina ou dextrometorfano
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Dificuldade na comunicação
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Técnicas de linguagem, amplificador
de voz
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Obstipação
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Lactulose
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Aumento da ingesta de fibras
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Depressão
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Amitriptilina, escitalopram
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Apoio psicológico, aconselhamento
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Insônia
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Amitriptilina, zolpidem
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Conforto, analgesia
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Ansiedade
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Lorazepam
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Apoio psicológico, aconselhamento
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Fadiga
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Modafinil
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