O DUELO DOS NEUROCIRURGIÕES - Introdução
O livro aborda a
história da neurociência. Elucida sua formação a partir de casos clínicos que
consistem nas alterações da vida de pessoas comuns. Os casos clínicos descritos
na obra, não nos remetem apenas a fisiopatologia das doenças descritas, mas
também nos levam a questionar acerca da identidade do ser humano.
A história da neurologia e da
neurociência está repleta de loucos, criminosos, gênios e almas atormentadas.
Tais aspectos históricos propiciam
explicações claras, abrangentes espirituosas sobre aspectos científicos,
narrando casos esquecidos e a luta de pessoas comuns, sua resiliência e
humanidade, características, sem as quais, a neurociência não teria evoluído.
A partir da sobrevivência enigmática
dos indivíduos, a ciência avançou, e por vezes, é assim, que distante dos
laboratórios, continua a avançar.
“Houve
um tempo
Em
que, sem cérebro, um
Homem
morria,
E
isso era o fim; agora
Eles
retornaram.”
Macbeth
“Minha mente desperta de um sonho,
mas meu corpo continua imóvel.” (pág. 9)
É o oposto do sonambulismo é a
paralisia do sono.
“Um veterano de guerra da Coréia relatou
sentir mais terror durante um único episodio de paralisia do sono que nos treze
meses de combate.”
Uma inglesa foi declarada morta por três
vezes e uma delas acordou num necrotério.
A paralisia do sono é confundida com
abdução extraterrestre.
A paralisia do sono é uma falha na
comunicação entre encéfalo, tronco e medula espinhal.
“Durante os sonhos, a ponte também envia
uma mensagem à medula espinhal abaixo dela, a qual produz substancias químicas
para tornar nossos músculos flácidos. Essa paralisia temporária nos impede de
transformar pesadelos em ação fugindo do quarto ou tentando esmurrar lobisomens.”
Se, durante o sono as vias aéreas são
fechadas privando o individuo de oxigênio, o cérebro ordena a ponte que cesse a
paralisia dos músculos. Porem, se há desgaste neural e a ponte
não obedece embora o cérebro consiga despertar a mente um pouco, é incapaz de
parar o mecanismo químico da paralisia.
E, algumas pessoas nunca escapam ao
estado onírico. Ficam semialertas, paralisadas e seus cérebros continuam a
evocar absurdos oníricos.
Existe algo importante sobre o cérebro:
interconexão. Porém, quando regiões especializadas se deterioram coisas
curiosas começam a acontecer. A pessoa perde a capacidade de reconhecer frutas
e legumes, mas não outros alimentos. Perde a capacidade de ler e ainda assim
escrever. Tais circunstancias são reveladoras acerca de como o cérebro evolui e
de como ele é composto.
Antes do advento da RNM e da Neuroimagem
de uma forma geral, a neurologia tinha suas conclusões baseadas em desastres e
observação do funcionamento alterado posteriormente.
Por vezes, o corpo sobrevive, mas a mente
deformada se transforma em algo novo. E, mesmo com o avanço tecnológico, ainda
em dias atuais, ferimentos, continuam sendo a melhor forma de inferir sobre o
cérebro.
As histórias sobre acidentes são
narrativas de triunfo, sobre a resiliência do cérebro, de sua capacidade de se
reconectar.
A obra “O duelo dos neurocirurgiões”
conta histórias de luta, sem as quais a neurociência moderna não seria
possível.
E, apesar de não poder se estudar
nenhuma parte do cérebro isoladamente, algumas perguntas continuam: “onde o
cérebro para e a mente começa?”
O que há de mais encantador no avanço da
neurociência é que as descobertas não vieram de cérebros brilhantes, e sim de
alterações em cérebros de pessoas comuns.
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