quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Luto roubado

Resumo
Além da função de agente promotor da saúde pública no campo biológico, o cemitério possui conotações simbólicas que lhe conferem a capacidade de promover saúde psíquica, pois, por meio dos ritos e da estrutura física do local o sujeito que perdeu um ente, simboliza sua perda, realizando um processo normal de luto. O que impossibilita a instalação de algumas psicopatologias decorrentes de um luto não cumprido devidamente.
A mudança da estrutura física do cemitério para o modelo de parque altera o luto normal, pois ao negar a dor da perda por meio da supressão de elementos simbólicos, o sujeito sente culpado por sentir tal dor, e, reprimindo-a aumenta sua propensão para inúmeras psicopatologias.
Palavras-chave: cemitério, luto, parque.
Abstract
Besides being a promoter of public health within the biological field, the cemetery has symbolic connotations which give it the capacity of developing psychic health. Through the rites and physical structure of the place, the person who lost a loved one symbolizes this loss and undergoes a normal process of mourning.
This prevents the development of diseases which have their roots in a time of morning not fully experienced.
The charge in the physical structure of the cemetery to the now accepted model of park, alters the normal mourning period and denies pain by suppressing symbolic elements. The person feels guilty to feel pain and by repressing it becomes subjected to several psychological problems.
Key-words: cemetary, mourning, park.

Introdução
Ao avalia-se a estrutura física do cemitério é significativo questionar: “Qual o objetivo de se colocar um corpo debaixo da terra?”.
A pergunta pode ser rapidamente respondida pela área da saúde pública, afinal, debaixo da terra o corpo tem seu processo de decomposição longe de insetos, o que reduz o mau cheiro, as bactérias no ambiente, o risco de epidemias. É uma medida higiênica e salubre.
Mas observando-se a estrutura do cemitério, torna-se perceptível a existência de rituais e consternação, o que gera um questionamento ainda mais complexo: “Qual o objetivo de se reunir pessoas somente para colocar um cadáver na terra?”.
A dúvida se aguça ainda mais quando ao estudar diferentes culturas constata-se que mesmo que tais formas não sejam universais e consonantes no que tange a valores, elas existem em todos os tipos de povos. Afinal, independente da causa do óbito ou da localidade, o morto deixa amigos, familiares, uma tradição na qual vivia imerso, portanto, faz-se necessário lidar com essa morte de alguma forma. Assim, quase todas as culturas criam seus padrões de reação imediata à morte, e essa reação se relaciona ao cemitério e ao ritual fúnebre.
Segundo Marshall e Levy: “Os rituais proporcionam... meios através dos quais as sociedades buscam controlar o elemento destroçador da morte, tornando-o significativo... O enterro como um instrumento formal para se realizar o trabalho de finalização de uma biografia, de controle da consternação e da construção de novas relações sociais após a morte”. (pg 246; 253).
Independente da variação cultural de se vestir preto ou branco, os funerais auxiliam aos que ficam a desempenhar seu pape social, uma vez que agora faltará um membro nas relações, estabelecendo novas linhas de influência e autoridade, fortalecendo laços familiares, contando a história da vida do sujeito e descrevendo o valor dessa vida, auxiliando assim na aceitação dessa morte, bem como da nova dinâmica familiar a ser instituída.
Os rituais ainda se fazem necessários no que toca aspectos filosóficos e religiosos, pois ajudam a responder dúvidas dolorosas como: “Por que agora?”, “Por que dessa forma?”. Oferecendo uma acolhida entre os familiares e amigos, propiciando assim algum conforto nos dias imediatamente após a morte.
Luto normal
“O sentido mais difundido da morte, para a maioria dos adultos, é o de perda. (...) Além disso, está é a percepção de que a morte significa perda de relações, perda do gosto e do cheiro, perda do prazer”. – Helen Bee
O processo de luto normal envolve a vivência da sensação de perda, de sofrimento, de saudade. Que só vivido e simbolizado de forma adequada pode ser superado, permitindo o novo estabelecimento da dinâmica social que fica abalada pela ausência de um membro.
Sendo assim, o processo de luto normal possui os estágios descritos na tabela, segundo o obtido ao considerar os estudos de Bowlby e Sanders:
Estágio: Bowlby’s / Sander’s ---> Descrição geral
1: entorpecimento / choque ---> Características dos primeiros dias, ocasionalmente mais longos; descrença, pertubação, inquietação, sensação de irrealidade, sensação de impotência.
2: Compaixão / Percepção da perda ---> O enlutado tenta recuperar a pessoa perdida; pode buscar ativamente ou perambular como que buscando; pode relatar que vê a pessoa morta. Também cheio de ansiedade e culpa, medo e frustração. Pode dormir mal e chorar com freqüência.
3: Desorganização e desespero / Conservação e retraimento ---> Período da depressão e do desespero; cessa a busca e a perda é aceita, mas a aceitação da perda traz depressão ou uma sensação de impotência. Costuma ser acompanhada de muito cansaço e de um desejo de dormir o tempo todo.
4: Reorganização / Cicatrização e renovação ---> Estágio em que o indivíduo assume o controle outra vez. Há certo esquecimento, uma sensação de esperança, aumento de energia, saúde melhor, melhor padrão de sono, diminuição da depressão.
“No ano após o luto, a incidência de depressão eleva-se substancialmente, ao passo que as taxas de morte e doença também aumentam um pouco entre os viúvos.” – Stroebe e Stroebe
Mesmo com o cumprimento do luto normal, as taxas de depressão elevam-se em decorrência da culpa que o indivíduo sente por ser impotente perante a morte, porém tal depressão não é patológica, pois tende a ceder num intervalo de tempo de aproximadamente seis meses.
Luto e romantismo
O luto que não se cumpre, se aproxima do ideal proposto pelo estilo literário romântico, como exemplificado por Álvares de Azevedo:
“Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente."
A segunda geração do romantismo no Brasil propõe um luto sem sofrimento, ora um luto sem sofrimento não é um enlutamento, e quando o processo não é vivido de forma integral, o luto não se cumpre e há uma tendência do indivíduo a repetir cotidianamente a dor da perda, ficando preso ao sentimento de dor pela impotência e saudade. Ficando impossibilitado a partir daí, a retomar sua nova rotina e dar continuidade a sua existência.
Parece óbvio que os românticos se apegam a tal tipo de dor, pois priorizando o amor eterno, consideram que a continuidade do sofrimento pela falta da pessoa amada é a intensidade do próprio amor. Ora, tal processo tende a desencadear inúmeros casos patológicos por impossibilitar e atrapalhar a relação: indivíduo/sociedade.
A busca pela felicidade
Diferente da segunda geração romântica, a sociedade atual prima pela felicidade, mas a busca pela felicidade e fuga da dor chegou a um ponto tão exacerbado, que o método de fugir do sofrimento se aproximou ao método de busca pelo sofrimento como forma de amor dos românticos.
Quando o romântico pede para não derramar a lágrima, sugere implicitamente que o vivente as guarde na alma.
Em contrapartida, a sociedade que elegeu a Fluoxetina como pílula da felicidade, também pede ao sujeito que não derrame lágrima, pois pessoas felizes não choram, e chorar assume uma conotação de infelicidade para muitos, de desequilíbrio emocional, o que por si só culmina em exclusão social.
Fica, pois, evidente em ambos os casos há repressão da dor, mas como sentir sofrimento para superar sofrimento é algo da dinâmica existencial humana, a demonstração de uma pseudofelicicade, acaba por culminar em mais dor.
A dor reprimida que vai sendo atualizada em toda e qualquer sensação que remete a perda de algo, agravando significativamente os quadros psicopatológicos de uma forma geral.
A negação da dor e da tristeza tem se manifestado no modelo estrutural do cemitério. O que á perceptível ao comparar dois modelos de cemitério: o clássico e o parque (tendência atual).
Cemitério clássico
“É uma honra para o gênero humano que tal homem tenha existido." - Epitáfio de Newton.
O cemitério clássico ocidental pode ser definido como aquele em que há expressões artísticas nas tumbas, pertencente a um cenário que remete a dor da perda e as suas diversas formas de expressão, tais como flores e velas adornando aos túmulos; Presença de uma capela rebuscada como local de conforto espiritual tanto para o vivente como para o passante; Portões diferenciados que demonstram o ar de sacralidade do local. E a simbolização da dor pela partida do ente querido, fazendo uma analogia entre a importância da existência do indivíduo e os aspectos de seu sepultamento.
Há ainda a localização do cemitério que era feita de forma a afastá-lo da cidade por medidas de salubridade pública, mas também para afastar a idéia de morte e perda da rotina social.
Cemitério parque
“E nem desfolhem na matéria impuraA flor do vale que adormece ao vento:Não quero que uma nota de alegriaSe cale por meu triste passamento.”
Álvares de Azevedo
Tal modelo é uma tendência atual que objetiva reduzir a dor e o aspecto fúnebre dos ritos de sepultamento, caracteriza-se por sua semelhança com o parque, o que ajuda a denominá-lo, pois tendem a se chamar “parque ...” complementado com uma palavra que remeta a idéia de cemitério, para que não sejam confundidos com os parques de recreação.
Seus túmulos se encontram no chão, de forma que o longo gramado verde é predominante o que faz com este se assemelhe ao parque. Sua localização não tende a ser afastada tal qual a do cemitério clássico, pois este foge aos aspectos de tristeza, e se, não remete a morte, não necessita de reservas no que se refere a sua visualização.
Parque e o luto
Perdendo o arquétipo de um cemitério clássico, o cemitério parque altera o processo de luto normal, pois ao mascarar a perda de forma a evitar a dor, evita também à simbolização necessária a uma psique saudável que é possível por meio da representação artística presente em um cemitério clássico.
A presença do cemitério como um lugar de expressão humana, uma expressão que tem sido tolhida pelos cemitérios parque, é observada por meio da comparação dos aspectos estruturais.
A Entrada
O cemitério clássico possui uma entrada permeada por entalhes simbólicos em seus portões, acompanhados de placas sobre o cemitério, identificando o lugar prontamente, de forma a remeter a aspectos que dão à entonação de solo sagrado. Raramente se encontram pessoas conversando em suas proximidades, ou mesmo crianças, e o ambiente impõe respeito, pois remete em sua arquitetura a efemeridade a que a condição humana está sujeita, mesmo que sua arquitetura seja simples.
Em contrapartida, a entrada do cemitério parque possui crianças brincando e pessoas sentadas em seus degraus, conversando, sem possuir uma atitude reflexiva sobre o local em que se encontram e muito menos sobre a condição da existência humana diante da eternidade. Os bancos encontrados se assemelham aos de praça e as flores dão um ar de local de recreação. Sem uma imposição de respeito ou mesmo temor.
Cemitério Tipo Parque
Cemitério Clássico

Capela
“Eu deixo a vida como deixa o tédioDo deserto, o poento caminheiro,... Como as horas de um longo pesadeloQue se desfaz ao dobre de um sineiro;” - Álvares de Azevedo
Alguns cemitérios clássicos, não possuem capelas, pois os ritos religiosos se davam com o corpo presente na igreja ou em outro templo sagrado, o local do culto.
Nos cemitérios clássicos com capela, a mesma possui, geralmente, uma série de imagens ou mesmo pinturas e representações artísticas que permitem não só a expressão da fé, mas inclusive a reflexão teológica e de valores.
Já nos cemitérios parque as capelas são em geral inter-religiosas, contando de bancos e de um promontório onde o religioso celebra o culto de acordo com a fé assumida pela família e pelo morto.
Ora, na avaliação o trabalho não se propõe aos aspectos estéticos da capela, e sim aos aspectos de evocação da reflexão, afinal, a reflexão sobre a condição humana e sua passagem é que são importantes para que o luto se cumpra.
A capela do tipo parque possui menor número de aspectos que evocam a reflexão. Mas um outro fator determinante para tal é a profundidade do culto realizado, o que devido a sua variabilidade infinita, é de difícil análise.
Cabe ainda ressaltar que ambas as capelas possuem bela decoração independente da quantidade de adornos ou de objetos. Mesmo porque, os cemitérios parque são belos por se aproximarem inclusive mais da idéia de parque do que a de cemitério.
O que é avaliado, portanto, é a capacidade da arquitetura auxiliar na efetivação do processo normal de luto.
Velório
“Só levo uma saudade... é dessas sombrasQue eu sentia velar nas noites minhas...De ti, ó minha mãe, pobre coitada,Que por minha tristeza te definhas!” - Álvares de Azevedo
O velório sofreu uma mudança no decorrer da história. Houve um tempo em que as pessoas eram veladas, cuidadas em seu sono, depois com a significação do sono eterno, os familiares se reuniam em torno do corpo para orar pela alma e despedir-se, o que ocorria em casa mesmo. E ainda existem lugares onde tal procedimento permanece. Posteriormente, criaram-se os lugares chamados de “Velórios”, para que a família fosse lá, facilitando o acesso de mais pessoas à despedida, sem causar transtornos, ou bagunçar as residências.
Os cemitérios clássicos, raramente possuem velórios, e quando possuem, são poucas e pequenas as salas para tal.
Os cemitérios tipo parque, possuem em média quatro salas, o que denota seu alto índice de movimento e seu caráter mais empresarial e lucrativo.
Quanto maior for o número de salas, e maiores as proporções das mesmas, mais impessoal se torna o rito e sua significância é reduzida. O acolhimento do familiar que fica tende a ser mais por uma polidez diante de obrigação social do que uma visitação de pessoas realmente próximas que compartilham da mesma dor.
O que é enfatizado pelo surgimento de velório virtual, onde o velório é filmado e transmitido via internet, de forma que qualquer parente em qualquer lugar do mundo possa dar seu último adeus.
Mesmo entendendo e considerando as vantagens que consistem no fato de permitir um adeus a aquele que devido a questões geográficas não poderão se despedir, há de se ressaltar que os velórios virtuais, ou mesmo os demais do cemitério parque assumem uma amplitude tal que perde em aspectos humanos e de conforto psicológico destinado aos familiares mais próximos. Pois, tudo ocorre de forma tão normatizada e tão distante, que não possibilita a dinâmica familiar do processo de luto e de uma reaproximação de parentes distantes dos quais sequer tinha-se notícia como uma forma de conforto, de um socorro familiar que se desloca.
Flores e velas
O cemitério clássico possui, quando bem cuidado, flores e velas em quase todos os túmulos, permitindo que exista singularidade na expressão de dor diante da perda; pois, as famílias escolhem velas das cores preferidas do defunto, e também suas flores preferidas. E aos demais que comparecem ao local, fica óbvio o cuidado que os familiares despendem para com o túmulo que passa a ser a representação do ser completo, do ser morto e da atenção que a família despende aquele lugar.
No cemitério parque, não se pode colocar flores ou mesmo velas junto às lápides, pois estes possuem velários. E tal proibição é indicada por placas, o que dá um caráter impessoal ao cemitério, pois a vela no velário não é uma representação bela de uma luz deixada em memória do familiar e sim uma obrigação mais próxima de normatização, uma vez que o velário possui uma estrutura para o tipo de vela mais comum, e as ceras ali encontradas são em sua maioria apenas da cor branca. E as flores são colocadas distante do túmulo de forma que não se perceba que os túmulos são túmulos e sim campos de um parque.
A família com essa demonstração distante de afeto tem sua dor normatizada e não simbolizada.
É claro que existe uma necessidade de se enquadrar o procedimento de despedida, mas para isso já existem os cemitérios que são o lugar onde essa despedida ocorre, porém tal despedida deve ser atribuída de uma significância única e sentimental dada de forma singular e harmônica com o grupo para assim expressar o sentimento de tais indivíduos. Somente dessa forma o luto toma seu rumo natural.
Paisagem
A paisagem dos velórios clássicos em geral é uma vista da cidade, uma vez que, ele se posiciona nos limites da mesma e em lugares de elevada altitude; Com um cruzeiro em frente. É como sentir que a morrer coloca o ser fora desse mundo, fora da cidade, é uma conscientização de que o morto não pertence mais do mesmo modo a tal sociedade, e que a dinâmica social e familiar deve ser alterada, com as funções do morto sendo distribuídas por entre amigos e parentes.
Mesmo um sendo um processo doloroso, se faz necessário pra não prejudicar de forma incorrigível as relações estabelecidas por aqueles que vivem e que permanecem.
A localização dos cemitérios tipo parque é mais variável, sendo construídos em loteamentos já dentro do perímetro urbano, o que os distinguem dos clássicos, que tem a cidade crescendo até imbutí-los.
Não é necessário que parques sejam colocados fora dos perímetros urbanos a dor abrandada por sua estruturação pode ser abrigada pela cidade. Uma vez que não remete a túmulos, não expressa tanto sofrimento, tamanha efemeridade.
O grande problema consiste no fato de que quando a humanidade tenta negar uma condição humana, esta mesma humanidade tende a se tornar mais desumana.
Quem perde a dor e a falta também perde um aspecto importante da sua humanidade, de expressar tal dor e transforma-la em beleza, em arte, em tradição.
Túmulo e arte
“Era da idade de trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou em Jerusalém oito anos: e foi-se sem deixar de si saudades algumas; e o sepultaram na cidade de Davi, porém não no sepulcro dos reis” – Crônicas 21:20
O texto bíblico, na narrativa da morte de Jorão evidência, por meio da narrativa histórica, como a forma de sepultamento pode se tornar uma espécie de punição para o ímpio; Conota um sentido de que ser enterrado sem honras, é não tê-las conquistado durante a vida. Ou seja, não ser um sujeito honrado.
Tais honras sempre foram manifestas na forma de arte tumular no decorrer da história.
Muito para além do roubo da arte tumular, a tendência do cemitério tipo parque, tem retirado dos seres o direito a viver a dor da perda, e sem vivê-la não há como supera-la; Tem roubado o direito de uma reaproximação dos familiares no momento de dor. É comum ouvir atualmente, que se a pessoa já está morta, não há necessidade de deslocar os familiares para enterrá-las, ora, mais do que enterrar um morto, o adeus é uma vivência no âmbito espiritual, familiar e reflexiva, fazendo o indivíduo repensar a sua própria existência e também a condição humana.
A vida que não reflete sobre si mesma perde aspectos fundamentais no que tange a própria existência e completude do ser.
Uma humanidade que não avalia a efemeridade do humano, não prima à existência, não conhece a unidade que compõe o todo, não valoriza a unidade e sequer o todo.
Pessoas que não completam seu luto de forma normal sofrem da depressão pela culpa de uma impotência não expressa não chorada, não sofrida. Tornam-se niilistas, pois não acreditam em nada, menos ainda na sociedade que não lhe acolheu no momento da sensação de desamparo resultante da perda.
A civilização ocidental passa por um período em que inúmeros aspectos humanos têm sido suprimidos em detrimento de um pragmatismo, de comodismo, e os cemitérios têm refletido essa forma de negligência; e a negligência para com fatores tão importantes tal qual o luto tem gerado uma sociedade com aumento de psicopatologias.
Referências
1- BEE, Helen. O Ciclo Vital. Trad Regina Garcez. – Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
2- BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Almeida Corrigida e Fiel, 1994.
3- BOWLBY, J. Attachment and loss (vol. 3), Loss, sadness, and depression. Basic Books. New York, 1980.
4- MARSHALL, V. W. e LEVY, J. A. Aging and dying. In R.H. Binstock e L.K. George (Eds.), Handbook of aging and the social sciences. San Diego, CA: Academic Press. 1990.
5- REICH, J.W.; Zautra, A.J. e Guarnaccia, C.A. Effects of disability and bereavement on the mental health and recovery of older adults, Psychology and Aging, 4, 57-65. 1989.
6- SANDERS, C. M. The Mourning after. Wiley-Interscience. New York. 1989.
7- SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada. Editora Vozes. Petrópolis, 1997.
8- STROEBE, W. E STROEBE, M.S. Beyond marriage: The impacto f partner loss on health. In R. Gilmour e S. Duck (Eds.), The emerging field of personal relations. Hillsdale, NJ: Erlbaum. 1986.

Mayra Lopes de Almeida Reis.

Publicado em: 15/07/2008.

UFG.