"Há bastante metafísica em não pensar em nada. " Fernando Pessoa.
Eu confundo a beleza com
a essência.
O belo não cessa de
atrair-me.
Por vezes confundo...
Por vezes sinto tocar a
essência e só estou a deslumbrar a beleza.
Outras me disponho apenas
contemplar a beleza e termino por me deparar com a essência.
A essência é como o vento
sopra quando, onde e como quer.
Para a insensibilidade de
muitos precisa ser tufão.
Para a minha percepção de
existência da essência basta apenas a brisa suave.
Mas e a beleza?
A beleza é a montanha.
Não importa o quanto o
vento sopre. A montanha não se curva diante dele.
A beleza e a montanha
encantam mesmo mediante a falta de percepção e sensibilidade para se perceber o
vento, a essência.
Certa vez li que mediante
a um problema, se a situação é avaliada da perspectiva da eternidade, há digno
entendimento da irrelevância do processo. Apenas da perspectiva da eternidade
percebemos o quanto grandes sofrimentos não passam de segundos em meio a um
tempo que é relativo e nada representa mediante aos inúmeros bilhões de anos da
galáxia.
Por trás de uma escolha
banal está o futuro e todas as possibilidades que aparecerão.
E aí surge a dúvida: escolher
a beleza ou o inefável da existência?
Em um momento percebi o
inefável admirando a beleza.
Por um mili segundo, pude
contemplar a perspectiva da eternidade.
E desci da montanha mais
leve do que subi, com a eternidade aos meus pés.
Há uma velha lenda que
diz que os reis deixaram aqui suas coroas e cetros;
Que os heróis deixaram suas
armas.
Porém, os grandes
espíritos, cuja glória estavam neles e não em coisas externas, levaram com eles
a sua grandeza.
E foi assim, que na
subida, não deixei nada. Mas quando eu desci, trouxe comigo a eternidade da
montanha, e a lembrança passou a ser constância no meu ser.
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