domingo, 25 de outubro de 2015

Considerações em primeira pessoa do singular...

"Há bastante metafísica em não pensar em nada. " Fernando Pessoa. 




Eu confundo a beleza com a essência.
O belo não cessa de atrair-me.
Por vezes confundo...
Por vezes sinto tocar a essência e só estou a deslumbrar a beleza.
Outras me disponho apenas contemplar a beleza e termino por me deparar com a essência.
A essência é como o vento sopra quando, onde e como quer.
Para a insensibilidade de muitos precisa ser tufão.
Para a minha percepção de existência da essência basta apenas a brisa suave.
Mas e a beleza?
A beleza é a montanha.
Não importa o quanto o vento sopre. A montanha não se curva diante dele.
A beleza e a montanha encantam mesmo mediante a falta de percepção e sensibilidade para se perceber o vento, a essência.
Certa vez li que mediante a um problema, se a situação é avaliada da perspectiva da eternidade, há digno entendimento da irrelevância do processo. Apenas da perspectiva da eternidade percebemos o quanto grandes sofrimentos não passam de segundos em meio a um tempo que é relativo e nada representa mediante aos inúmeros bilhões de anos da galáxia.
Por trás de uma escolha banal está o futuro e todas as possibilidades que aparecerão.
E aí surge a dúvida: escolher a beleza ou o inefável da existência?
Em um momento percebi o inefável admirando a beleza.
Por um mili segundo, pude contemplar a perspectiva da eternidade.
E desci da montanha mais leve do que subi, com a eternidade aos meus pés.
Há uma velha lenda que diz que os reis deixaram aqui suas coroas e cetros;
Que os heróis deixaram suas armas.
Porém, os grandes espíritos, cuja glória estavam neles e não em coisas externas, levaram com eles a sua grandeza.

E foi assim, que na subida, não deixei nada. Mas quando eu desci, trouxe comigo a eternidade da montanha, e a lembrança passou a ser constância no meu ser. 

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