CONCEITO
DE CONSCIÊNCIA E COMA
·
Consciência representa um estado de
perfeito conhecimento de si próprio e do ambiente.
·
Deve ser analisada sob dois
aspectos:
o Nível
de consciência – alternância ciclo sono/vigília
o Conteúdo
da consciência – confuso/orientado
·
Coma: consiste na ausência da
consciência de si próprio e do ambiente, mesmo quando o indivíduo, por
estímulos externos for energicamente solicitado. É sempre uma condição intrinsecamente
neurológica, independentemente da causa determinante.
o Paciente
deve estar SEMPRE de olhos fechados, não existe coma de olhos abertos
·
Ciclo circadiano – sono/vigília em
horas determinadas
·
Sono fisiológico – estado de
ausência de consciência que o paciente sai naturalmente
·
Tálamo – onde o estímulo torna-se
consciente
VISÃO
NEUROLÓGICA
·
“O coma
é resultante da diminuição da consciência, que habitualmente dura horas ou
dias, quando reversível.”
·
É sempre
uma situação neurológica, pois afeta o SN, mesmo que a causa seja outra (ex:
metabólica
·
Cérebro
precisa
o Substrato – glicose e O2
o Cofator – vitamina B1 (tiamina)
·
Lesão axonal difusa – coma
pós-cirurgia de drenagem de hematoma bem sucedida
PRINCIPAIS
ETIOLOGIAS
·
Lesões supratentoriais;
·
Lesões infratentoriais;
·
Disfunções difusas (mais comum)
1)
Lesões Supratentoriais
·
Hemorragia intraparenquimatosa;
o Traumática
ou espontânea
·
Hematoma subdural;
·
Contusão cerebral;
·
Apoplexia hipofisária;
o Sangramento
tumoral da sela túrcica (tumor cresce e sangra)
o Com
compressão do quiasma e III ventrículo (↑líquor ventrículos laterais)
o Urgência
cirurgica
·
Infarto cerebral;
·
Oclusão venosa;
·
Tumores primários ou metastáticos;
·
Abscesso cerebral, granuloma ou
outros processos infecciosos ou parasitários;
o Granuloma
– processo inflamatório que se comporta como tumor (lesão compressiva)
·
Empiema subdural
o Age
como hematoma subdural
o Principais
causas: otite, sinusite, infecção dentária, endocardite bacteriana
2)
Lesões Infratentoriais
·
Hemorragia cerebelar;
·
Hemorragia extradural ou subdural
da fossa posterior;
·
Infarto cerebelar;
·
Tumor cerebelar;
·
Abscesso cerebelar, granuloma ou
outros processos infecciosos ou parasitários;
·
Aneurisma da artéria basilar;
·
Hemorragia pontina;
·
Infarto do tronco cerebral;
·
Desmielinização do tronco cerebral;
·
Enxaqueca basilar
o
Altera tônus da artéria basilar
o
Geralmente reversível
3)
Disfunções Difusas
·
Encefalite;
·
Hemorragia subaracnóidea;
·
Concussão cerebral;
o
Movimento latero-lateral
·
Estado pós-ictal;
o
Pós-convulsão
o
Várias crises intervalo pequeno
entre elas - ↓nível de consciência
·
Anóxia;
·
Hipoglicemia;
·
Desnutrição;
·
Encefalopatia hepática (Wernick)
·
Uremia (ureia > 160)
·
Doença pulmonar;
·
Doenças endocrinológicas;
·
Intoxicação exógena
o
A que mais rebaixa o nível de
consciência – barbitúrico, gardenal (↑1/2 vida = 96h) → difícil sair do coma
·
Distúrbios iônicos e ácido-base.
DIAGNÓSTICO
·
Anamnese;
·
Exame físico;
·
Exames complementares.
1)
Anamnese
·
Modo de instalação da
inconsciência:
o Rápida
à
AVE, doença vascular
o Lenta
à
Processos expansivos intracranianos (tumor) e descompensações metabólicas.
·
Antecedentes:
o Cefaléia:
§ Crônica,
intensidade crescente, acompanhada de vômitos à
Processo expansivo intracraniano;
§ Súbita,
com sinais de irritação meníngea à HSA
(hemorragia subaracnóide)
§ Acompanhada
de vômitos e fotofobia à
Meningoencefalite.
§ Cefaleia
de doença vascular (hemorragia, tende a despertar o paciente com dor, causas:
aneurisma e malformações vasculares) ≠ cefaléia tumoral (predomínio pela manhã)
·
PIC:
o
Noite > manhã
o
↓ventilação - ↑CO2 -
↑vasodilatação - ↑PIC - ↑sangramento
o Trauma;
o Epilepsia
(saber ou ver a crise)
o Uso
de medicações;
o Doenças
prévias;
o Antecedentes
psiquiátricos (≠ crise de histeria de conversão)
o Alcoolismo
ou outras toxicomanias.
2)
Exame Físico
·
Pele anexos e subcutâneo;
·
Cabeça;
·
Pescoço;
·
Abdome, pelve e extremidade;
·
Ritmo respiratório:
o Respiração
de Cheyne-Stokes (hiperventilação - ↑CO2 – estímulo bulbo – volta a
respirar)
§ Avaliação
– estímulo paciente na fase de ventilação
§ Fase
de apneia – como se estivesse morto
§ Alternância
– pode alterar a vascularização cerebral
·
Hiperventila – vasoconstricção
Apneia -
vasodilatação
o HNC;
o Respiração
Apnêustica (Kusmaul)
o Respiração
de Biot;
o Depressão
respiratória;
o Hiperventilação;
o Hipoventilação
o Movimento
adventício – alteração respiratória pós-convulsão (ex: asterix)
·
Sistema circulatório
o Trauma
cefálico não choca
o Verificar
perfusão cerebral
·
Exame neurológico
o Escala De Glasgow(falha
= não avalia a pupila)
o Classificação
trauma pela escala de Glasgow
§ 15-13:
leve
§ 12-9:
moderado
§ <
8: grave
o Avaliar
resposta motora
o Exame
ocular - pupilas
·
Inspeção;
·
Exame ocular
o Reflexo
pupilar
§ Fotomotor
direto (principal)
§ Fotomotor
consensual
o Reflexo
corne-palpebral
§ Último
que desaparece
§ Estímulo
na córnea → pisca
§ Via
aferente V par, eferente VII par
·
Trigêmio 2 raízes [motora e sensitiva (3 ramos)]
·
Padrões Motores;
·
Motricidade;
·
Mioclonias;
·
Crises convulsivas
·
Posturas patológicas
o Decorticação
– representa lesão do tronco cerebral
o Descerebração
– não é irreversível
3)
Exames Complementares
·
Rotina:
o Hemograma;
o Eletrólitos;
o Creatinina;
o Uréia;
o Glicemia;
o Cálcio;
o Fósforo;
o Testes
hepáticos;
o Osmolaridade;
o RX
de tórax.
·
Exames especiais:
o Exame
do LCR
§ Caso
a TC esteja normal e suspeite-se de HSA
o TC
de crânio (principal)
o RNM
de crânio
§ Não
justifica na emergência
·
RX de crânio
o Em
algumas situações de emergência (↓tempo)
o Pode
ser dispensado
·
EEG
o Sem
aplicação na emergência
o Grande
gasto de tempo
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