sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Mecanismos compensatórios na HIC


·         1ª fase: compensação
o    Líquor = 1º elemento afetado
§  Objetivo: proteger parte mais nobre – encéfalo
o    Fechamento do espaço subaracnoideo encefálico (líquor deslocado para o espaço subaracnoideo medular) → ↑pressão medular
o    Colabamento dos ventrículos laterais – joga líquor para medula
o    Desvio de linha média
o    QC: paciente assintomático por acomodação do volume acrescido
o    Se com estes mecanismos não houver compensação, o fluxo sanguíneo cerebral (FSC) é prejudicado.

·         2ª fase (HIC): vasoconstrição (PIC > 20mmHg)
o   Sangue = 2º elemento afetado
o   Ocorre vasoconstrição, porém esta não se mantém, pois leva a isquemia.
o   Mecanismo de auto-regulação:
§  Vasoconstrição impede chegada de mais sangue com objetivo de ↓PIC
§  Início processo isquêmico
§  Vasodilatação – para evitar isquemia
§  Fica em processo de alternância
§  Esse mecanismo tende a falhar SEMPRE na fase de vasodilatação – levando ao ↑PIC
o   QC: comprometimento do FSE ð isquemia centro-bulbar.
§  Primeiros sinais/sintomas da HIC com ↓ FC, cefaléia, vômitos, ↓ nível consciência, déficit motor.

·         3ª fase (HIC): vasodilatação reflexa
o   Ocorre ↑ volume de um dos componentes intracranianos (↑ PIC).
o   QC: progressão dos sinais ðpaciente torporoso, vômitos, postura patológica, dilatação pupilar, alterações visuais, sinais localizatórios, alterações respiratórias (hiperventilação neurogênica central, Biot, Cheyne-Stokes e Kusmaull).
o   Ainda há possibilidade de reversão do quadro clínico se tratamento correto ð opera-se até esta fase

·         4ª fase (HIC): estado hiperêmico encefálico
o   Falência vasomotora (término na vasodilatação).
o   Cérebro = 3º elemento afetado ð herniação (fuga da compressão)
o   Esgotamento dos mecanismos de compensação
o   Isquemia ↔ vasodilatação = mecanismo de auto-regulação ð sempre falha na vasodilatação ðestado hiperêmico encefálico ð MEG, midríase, postura patológica
o   QC: pupilas midriáticas e paralíticas, postura patológica, apnéia, Glasgow 3 ou 4 (coma), papiledema, convulsão, macrocefalia (nem sempre), estrabismo convergente (paralisia do VI par), morte por parada cardiorespiratória.

·         Tríade de Cushing (compressão hipotalâmica):            
o   ↑ PA (tentativa de restaurar o fluxo sanguíneo aos centros bulbares)
o   ↓ FC
o   Arritmia respiratória

QUADRO CLÍNICO
·         É determinado pela distorção e compressão do encéfalo. A evolução dos sintomas e sinais da HIC pode ser dividida em 4 fases:
o   1. Assintomática por acomodação do volume acrescido (deslocamento do líquor)
o   2. Comprometimento do FSE: isquemia do centro bulbo.
§  Líquor todo deslocado – fluxo sanguíneo afetado
§  Haverá os primeiros sinais e sintomas da HIC com ↓ FC, cefaleia, sonolência, vômito em jato
§  Ocorrem fenômenos autonômicos
o   3. Comprometimento do tônus vascular com paralisia do mecanismo vasopressórico e ↑ volume encefálico.
§  Haverá queda do nível de consciência, alterações da PA (tende a subir, jogando mais sangue para o cérebro – pode formar um hematoma), ↑FC e FR (mudança de padrão) → fenômenos autonômicos mais evidentes
§  Nesta terceira fase, ainda há possibilidades de regressão do quadro clínico, desde que a HIC possa ser tratada adequadamente.
o   4. ↓ PA; FC e FR irregulares.
§  Surge o coma, as pupilas são midriáticas e paralíticas.
§  Ausência de ritmo respiratório
§  A morte ocorre por parada cardiorrespiratória.
·         Cefaléia
·         Vômitos em jato          ┌ nervo mais longo = + lesado
·         Estrabismo convergente (paralisia do VI par)
·         Edema de papilas
·         Alterações da personalidade e nível de consciência
·         Crises convulsivas
·         Tonturas
·         Macrocefalia
·         Alterações da PA, FC e FR
·         Nos RN e lactentes, devido à não soldadura das suturas, estes sinais não são observados, e as manifestações clínicas apresentadas são abaulamento da fontanela, irritabilidade, choro fácil, recusa de alimentação e macrocrania.

Alterações respiratórias:
o   Última manifestação (HIC é crânio-caudal).
o   Hiperventilação neurogênica central
§  Acidose respiratória
§  Alcalose metabólica
§  Respiração neurológica
§  Lesão entre diencéfalo (predomínio) e mesencéfalo
o   Cheyne-Stokes
§  ↑ [CO2] = estímulo para centro respiratório
§  Lesão entre tálamo (diencéfalo) e mesencéfalo (parte mais inferior)
o   Kussmaul
§  Respiração ampla e rápida, apnéias curtas logo após respiração profunda e ruidosa (acidose metabólica)
§  Lesão entre ponte-bulbo (“último suspiro”)
o   Biot (ou atáxica)
§  Alternância de ritmos, sem regularidade
§  Inspiração – apneia - expiração
§  Lesão entre ponte-bulbo
·         Paciente em morte encefálica:
o   Glasgow 3 + apneia + pupilas midráticas
o   Ausência de atividade do tronco cerebral
§  Ausência reflexo fotomotor
§  Ausência estímulo respiratório
§  Ausência sensibilidade a dor
o   TESTE
§  Retirar paciente do tubo e deixar em apnéia por 10´
§  Cada min = ↑ PCO2 em 3mmHg (em 10´: ↑ 30mmHg)  hipercapnia - estímulo bulbar - se Ø respiração = morte encefálica
o   Realizar:
§  Adultos (> 2 anos): 2 exames com diferença de 6h
§  Bebês até 2 meses: 2 exames com diferença de 24h

§  2 meses a 2 anos: 2 exames com diferença de 12h

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